Por quê? (441) – Cartas a Théo
Cláudio Amaral Uma mulher simples é comum nas ruas de São Paulo. Mas uma mulher simples e vestida com elegância, nem tanto. Agora, uma mulher simples, jovem, elegante e com um livro nas mãos... isso, sim, é raridade em qualquer das ruas dessa imensa cidade. Pois foi isso que eu vi na tarde de sexta-feira, dia 12 de Abril de 2024, ao meu lado, no Largo Ana Rosa. Estava eu a caminho duma das maiores agências bancárias da Vila Mariana. Parei no farol vermelho e fiquei a esperar a vez dos pedestres. Ela também parou. O farol fechou para os veículos e abriu para nós, pedestres. Atravessamos, mas paramos logo à frente e ficamos a esperar, outra vez, porque o farol fechado, agora, era o da Rua Domingos de Moraes. Foi quando ela e eu ficamos lado a lado. Pude, então, ter clareza de que ela estava com um livro na mão esquerda. Tímido como sou, respirei fundo, criei coragem e perguntei: - Posso saber qual é o livro que você está a ler? Gentil, ela sorriu e virou para