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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Por quê? (149) Santos amanheceu triste

Cláudio Amaral Dizem por aqui que o Santos Futebol Clube é o termômetro da cidade. Mais que isso: - Quando o Santos FC ganha, a cidade fica alegre , segundo um motorista de táxi. - E quando o Santos perde? , perguntei a ele. - A cidade amanhece triste , ele me respondeu. Pelo sim, pelo não... sinto que Santos, a “Capital da Baixada Paulista”, amanheceu triste. Na praia, na padaria, na banca de jornais e revistas, no supermercado, enfim, por todos os lugares por onde circulei nesta manhã de sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009, as pessoas me pareceram cabisbaixas. Muitas estavam carrancudas. A maioria, pouco afeitas ao diálogo. E não é assim que o povo de Santos costuma ser. O povo de Santos é sorridente, solícito, cordial, amável e prestativo. “Boa gente” ou “gente boa” seria a melhor definição para quem vive por aqui há muito tempo. Ao volante, a história é outra. Mas, em geral, estamos sempre ouvindo “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”, “com licença”, “por favor”, “seja bem-vindo”, “

Por quê? (148) Eu a vi na missa, nas palavras de Beatriz...

Cláudio Amaral A dúvida cruel persiste: devo torcer para o tempo correr ou passar bem devagar? Se o tempo correr, ela volta logo; se os dias passarem bem devagar, ela aproveita mais e melhor a viagem à Itália. Enquanto eu não me decido, fico a lembrar dela, a pensar nela. Entrei na capela das Irmãs da Visitação, quase 8 horas da manhã de domingo e a vi ao meu lado. Cantei as músicas da celebração e a ouvi cantar comigo. Rezei o “Pai Nosso que estais no Céu...” e ela rezou comigo. Acompanhei a primeira e a segunda leituras e ela acompanhou comigo. Em tudo, tudo, ela estava comigo, cantava comigo, rezava comigo, sempre comigo, sempre ao meu lado, como sempre. Como se isso não bastasse, todas as pessoas conhecidas me perguntavam dela. - Como , pensei, se ela está comigo, sempre ao meu lado? Da capela, na Vila Mariana, rumei para o condomínio em que moram minhas filha e netinha, mais meu genro, no Alto do Ipiranga. Mais uma vez, ela parecia estar comigo, ao meu lado, no banco direito do no

Por quê? (147) Eu a vi dedilhando

Cláudio Amaral Dormi da uma hora da madrugada às 7h30 da manhã, neste domingo, 8 de fevereiro de 2009. Dormi bem. Dormi gostoso. Um sono suave, tranquilo. Fui acordado por uma ligação via celular. Meu genro me convidava para o café da manhã no apartamento que ele vive com minhas filha e netinha, na Chácara Santa Cruz, proximidades do Metrô Alto do Ipiranga. Um convite apetitoso, sem dúvida. Mesmo assim, decidi por ir assistir, antes, a celebração da missa na capela das Irmãs da Visitação, na Rua Dona Ignácia Uchoa, na Vila Mariana. Levantei, me preparei e desci para a sala. Passo a passo, degrau por degrau. Antes que a escada terminasse, parei para admirar o piano que para ela comprei há muitos anos. Parei e fiquei a me lembrar das músicas que ela dedilhou para mim desde que o Piano Brasil chegou ao nosso lar. Foram canções do repertório da música popular brasileira. Músicas que ela aprendeu ainda solteira, em Marília. Músicas que ela estudou nos últimos anos, depois que o coração dela

Por quê? (146) Ela está em tudo

Cláudio Amaral É sábado, 7 de fevereiro de 2009. Deixo a Redação de A Tribuna por volta das 10 horas da noite, sigo em frente pela Rua João Pessoa e vou terminar minha viagem, uma hora depois, na Rua Gregório Serrão, em São Paulo. Se não fossem as curvas da estrada de Santos, construída em torno da Serra do Mar, eu teria feito 75 quilômetros numa reta só. Chego em casa, minha residência na Capital paulista, e a vejo toda apagada, mergulhada numa escuridão de dar medo. É neste exato momento que ela me vem à mente. Crio coragem, aperto o botão do abridor automático e entro na garagem. Entro e dou de cara com ela. Abro a porta da garagem para a varanda e... lá está ela. Ao abrir a porta da varanda para a sala... mais uma vez... lá está ela. Ela está em tudo o que eu posso ver: na cozinha, na escada que me leva à ala íntima da casa, no nosso quarto, no nosso banheiro, no nosso escritório. Ela está em tudo. No móvel em que guardamos nossas roupas, nas gavetas de documentos e peças de uso pe

Por quê? (145) E ela se foi...

Cláudio Amaral E não é que ela se foi? Foi e me deixou só. Foi e levou meu coração. Foi e com ela carregou todo o meu amor. Foi a bordo de um pássaro voador da Alitalia. Foi para voar 11 horas. Foi direto, de São Paulo a Milano. Não, ela não foi só. Ela me deixou só, mas foi acompanhada. Foi em companhia de um grupo que estuda a língua de Michelangelo numa pequena, mas calorosa escola da Rua Dr. José de Queiroz Aranha, quase esquina da Rua Gregório Serrão, na Aclimação, em São Paulo. Uma escola tão italiana quanto o nome: Monte Bianco. Ela não viajou só porque foi com a mãe, de 80, quase 81 anos. Foi com a sobrinha querida, de pouco mais de 20 aninhos. Foram. Foram e me deixaram. Nem ao embarque eu tive como ir, quanto mais com ela, para a Itália. Agora, quase meia-noite de quinta (5) para sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009, ela deve estar dormindo. Ela deve estar dormindo e... sonhando. Comigo, espero. Sim, porque, mesmo acordado, eu não consigo pensar em outra... só nela. Por quê? A