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Mostrando postagens de julho, 2019

Por quê? (384) – Adeus, Mestre Irigino Camargo

Cláudio Amaral Coloquei o telefone no gancho e encostei-me na parede de alvenaria coberta por uma folha de lambri furadinho que havia no lado esquerdo da mesa que eu ocupava na Redação do Jornal do Comércio de Marília. Era algo como 7 horas da noite e o dono jornal, Mestre Irigino Camargo, que havia saído pontualmente às 6 horas da tarde para tomar banho e jantar na casa dele e de dona Zezé, estava chegando de volta para conferir a impressão do JC. A rotina dele era britânica: chegava ao jornal às 7 horas da manhã, fechava às 11 horas, almoçava em casa a comida de dona Zezé ou da mãe dela, voltava ao meio-dia e saia para o jantar às 6 horas da tarde, quando deixava a edição do dia seguinte fechadinha. Às 7 horas da noite ele voltava, enfiava a cabeça numa portinhola que lhe permitia ver a área de impressão e falava ou com Armindão (Armindo Travagim ) , o chefe da oficina, ou com o Negão , que operava a máquina que recebia papel em branco de um lado e cuspia o jorna

Por quê? (383) – A herança

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Lázaro Alves do Amaral, o "Seu Lazinho", meu pai Cláudio Amaral “Meu pai não me deixou nada”, gritei para minha Amiga Lúcia Saraiva. Foi na tarde de um dos sábados de Julho de 2001, em plena Rua Machado de Assis, aqui na Aclimação, “o bairro mais agradável de São Paulo". Eu havia saído de casa e caminhava para o salão do Toninho Dainese, em busca de um bom corte nos meus cabelos. Ao passar pela residência dos Saraiva dei de cara com o velho Amigo Irineu Saraiva e a filha, Lúcia. Eles tiravam do carro as compras que tinham feito no supermercado. “Gastando, veio?”, perguntei ao administrador do dízimo da nossa paróquia, a Santa Rita de Cássia de Vila Mariana, na Rua Dona Inácia Uchôa, 106, na zona sul de São Paulo. É, gastando, porque quando eu morrer não vou levar nada mesmo e os filhos vão gastar tudo”, respondeu Irineu. “Tá certo”, acrescentei. “Tá certo, nada”, protestou Lúcia. “Tá certo, sim”, retruquei. “Eu também