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Mostrando postagens de fevereiro, 2008

Por quê? (51) Falhamos

Cláudio Amaral Quisera eu voltar, novamente, alguns anos da minha vida, tal qual me senti no episódio descrito na crônica anterior. Alguns poucos anos seriam suficientes para relembrar o quanto os usuários de ônibus, de trens e do Metrô paulistano eram gentis, cavalheiros, solidários, educados. Tenho visto e sentido na pele, de algumas semanas para cá, que os cavalheiros estão rareando nos coletivos do transporte público. E hoje, comentando o assunto com um conhecido que tem dificuldade para caminhar, confirmei a minha suspeita: o cidadão em geral e os jovens em particular já não se preocupam com a presença ao seu lado de alguém mais velho, mais fraco, debilitado, enfim. Nem mulher grávida tem se beneficiado mais das gentilezas de jovens do sexo masculino. Eles – tanto os homens quanto as mulheres, jovens ou nem tanto – já não se levantam para que os mais velhos viagem sentados. “Pelo contrário”, disse-me o tal conhecido meu. E acrescentou: “Eles fingem que estão dormindo só para não s

Por quê? (50) Hayashi

Cláudio Amaral Voltei no tempo por 40 anos, na tarde deste sábado, 23/2/2008. O fato ocorreu ao final de meu encontro de negócios com o casal Gláucia e Cláudio Hayashi, na Vila Clementino, em São Paulo. Assim que ela me disse o sobrenome do casal, senti um frio na barriga. De imediato, lembrei-me de Adamantina nos anos 1960. Eu era um rapaz de 18 anos, aproximadamente. Já somava 12 anos de trabalho ininterrupto. Meu melhor Amigo, na época, é uma pessoa que nunca esqueci e de quem jamais esquecerei. Lembro-me do nome dele em detalhes: Adhemar (com h, tal qual o ex-governador do Estado de São Paulo) Shigueto Hayashi. Nos conhecemos no grupo de jovens da Seicho-No-Ie. Eu era o único integrante do grupo que não tinha descendência nipônica. Nem por isso fui discriminado. Nunca. Jamais. Tanto isso é verdade que cheguei a ser presidente da Associação dos Jovens da Seicho-No-Ie de Adamantina. Hayashi também foi presidente da entidade e na gestão dele criamos aquele que viria a ser o meu primei

Por quê? (49) Minuto de silêncio

Cláudio Amaral Ela nasceu às 18h10 do dia 24 de fevereiro. Por isso, exatamente às 18h10 deste 24 de fevereiro, quando ela completaria... (não se deve dizer a idade de uma mulher, quanto mais de uma Amiga tão querida). Bem, continuando... exatamente às 18h10 deste domingo, 24 de fevereiro de 2008, os amigos de Adriana Moreira vão guardar um minuto de silêncio em homenagem a ela. Minha querida Amiga Adriana Moreira nos deixou no dia 31 de março de 2007, um sábado, em plena flor da idade. Era jornalista, como eu e um grande número de amigos que ela fez ao longo de pouco mais de 30 anos de vida. No Brasil e em Portugal, onde estudou. Em Pernambuco, principalmente, onde nasceu e cresceu. Mas em muitos outros Estados brasileiros, também, porque Adriana tinha uma facilidade incrível para cativar e conquistar as pessoas. Na certeza de que você está com Deus, Adriana, nós vamos te pedir que interceda por nós junto a Ele e que nos aguarde, porque um dia estaremos todos juntos, novamente. Feliz

Por quê? (48) Lázaro

Cláudio Amaral O Evangelho de hoje, quinta-feira, 21/2/2008, me fez lembrar de uma das pessoas mais marcantes da minha vida: meu pai. Por quê? Porque o correio eletrônico que recebo diariamente das Paulinas me trouxe uma mensagem intitulada “A parábola do rio e de Lázaro ”. A mensagem é rica em significados. Tão rica que eu a transcrevo aqui para que todos vocês, meus e-leitores, tenham oportunidade de conhecer... A parábola do rico e de Lázaro Lucas 16,19-31 Jesus continuou: - Havia um homem rico que vestia roupas muito caras e todos os dias dava uma grande festa. Havia também um homem pobre, chamado Lázaro , que tinha o corpo coberto de feridas, e que costumavam largar perto da casa do rico. Lázaro ficava ali, procurando matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do homem rico. E até os cachorros vinham lamber as suas feridas. O pobre morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão, na festa do céu. O rico também morreu e foi sepultado. Ele sofria muito no mundo dos mortos.

Por quê? (47) Desencontro

Cláudio Amaral Aquela figura no mínimo inusitada a que me referi pela primeira vez na crônica do dia 9/1/2008 viveu momentos de muita expectativa na manhã desta terça-feira, 19/2/2008. Apressada e ansiosa, ela, a figura, saiu do Metrô na estação Santa Cruz às 7h55, atravessou por dentro do shopping, passou sem ser notada por uma mulher que lia o Diário de S. Paulo, mal olhou para a vitrine de uma loja de material esportivo onde gosta de admirar as camisas do Corinthians, subiu uma escada fixa, até porque a rolante estava em manutenção, e foi sair do outro lado. Já era 8 horas e ela, a figura, queria embarcar no ônibus urbano que se dirigia para o bairro de Cidade Monções, mas chegou atrasada. Ligeiramente atrasada. Auxiliada por um usuário daquela linha, ela, a figura, embarcou num outro ônibus, este intermunicipal, que se dirigia para a cidade de Embu. Em dúvida, perguntou a uma usuária sentada nos banquinhos do ponto, mas continuou sem saber se a tarifa era de R$ 2,40 (urbana) ou R$

Por quê? (46) Bloguei

Cláudio Amaral O correto seria dizer: capitulei. Mas, eu prefiro afirmar que... bloguei . Sim, bloguei . O que significa dizer que eu bloguei ? Significa reconhecer que me curvei às sugestões de Amigos e, com a ajuda de Flávio, o meu filho caçula, que acaba de completar 28 anos de idade, criei o meu blog. O Blog do Cláudio Amaral está no ar desde a noite do dia 14/2/2008. Foi bem mais fácil do que eu imaginava. Se doeu? Nada! Foi só ir ao site http://blogspot.com/ e lá seguir os passos indicados. Foi mais fácil do empurrar bêbado ladeira abaixo, embora eu nunca tenha feito isso. Agora? Agora, um a um, vou postando todos os meus textos. Por quê? Porque assim eles ficarão lá pra sempre. Pelo menos é o que eu acredito e espero. Um dia, minha mulher, meus filhos, Be(bê)atriz e outros(as) netos(as) que eu venha a ter, não terão o trabalho de correr atrás de papéis para reunir os meus escritos. Todos (ou quase todos) estarão reunidos, ordenadamente, no meu blog. Até chegar a isso, entretan

Por quê? (45) Campo Grande (MS)

Cláudio Amaral Trabalhei, como costumo dizer, oito meses em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, e não de Mato Grosso, como ainda pensam muitos brasileiros. Foi de agosto de 2004 a março de 2005. O início e o final dessa jornada foram dolorosos. Chorei muito quando lá cheguei e quase fui às lágrimas quando de lá sai. Nos primeiros dias, chorava facilmente de saudades da família, que ficou em São Paulo. Temia que minha mulher e os nossos três filhos pensassem que os havia abandonado. Precisava usar óculos escuros sempre que saia do Hotel Paradise, na Avenida Eduardo Elias Zarhan, em frente à TV Morena, afiliada da Rede Globo. Procurava me acalmar e conter as lágrimas assim que me aproximava da sede do jornal em que fui trabalhar. E antes de entrar na Redação passava no banheiro e lavava o rosto para me livrar da cara de choro. Bastava dar início ao trabalho e esquecia de tudo e de todos. Só quando deixava o jornal, 15 horas depois, é que voltava a sentir um aperto no peito e uma

Por quê? (44) Professor Cruz

Cláudio Amaral Essa vai em primeira pessoa, mesmo. E o recado que tenho para passar aos meus leitores é o seguinte: nunca pensei em escrever crônica. Nem crônica, nem poema. Poesia? Muito menos. Sempre gostei de escrever notícias, reportagens, comentários. Fatos. De preferência, fatos do dia, quentes. Até porque, como me dizia Carlos Prata, chefe de reportagem na sucursal paulista do Diário de Notícias do Rio de Janeiro: “Jornal é diário e fecha cedo”. De 2000 em diante, me meti a escrever romances, também. Dois estão concluídos: A menina movida a energia solar (2001) e As aventuras de Claude Amarante (2003), ambos ainda inéditos. Por concluir, tenho outros dois projetos de livros romanceados: Marcão, você é gay? e Conflitos . Nos planos, possuo outros quatro, pelo menos: os romances Uma nova vida para Claude Amarante e O abraço que não houve e os técnicos Como surgem os jornais e A história da Comunicação Empresarial no Brasil . Todos estão bem encaminhados. Os romances estão na

Por quê? (43) Barcelona

Cláudio Amaral Sempre gostei muito de viajar, conhecer pessoas e lugares novos, admirar as paisagens, detalhar as nuances geográficas de uma região que não conhecia, apreciar o sotaque e o jeito típico de falar dos nativos. Foi assim desde os tempos em que eu morava em Adamantina, no interior paulista, rumo ao então Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul, a 600 quilômetros de São Paulo. Assim foi quando me mudei com a família para Marília e depois para a capital. E um viajante curioso e interessado eu continuei a ser por ocasião de nossa volta para Adamantina, logo após a Copa do Mundo de 1958, de uma nova mudança para Marília, dez anos depois, da primeira vez que fui a Campinas, em 1970, e no meu retorno a São Paulo, em 1971. De São Paulo, já repórter do Estadão, eu pude conhecer quase todos os Estados do Brasil. E o fazia com o mesmo interesse e curiosidade que ia a bairros e lugarejos periféricos da capital paulista. Estava sempre querendo conhecer gente e mais gente, lugares e mais l

Por quê? (42) DC

Cláudio Amaral Para que parem de dizer por ai que eu só falo e escrevo a respeito do Estadão, hoje, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008, dia de pagar a mensalidade do Sindicato dos Jornalistas, o assunto é o DC, o Diário do Comércio. Fiz parte, ainda que informalmente, do conselho editorial do DC em 1992/94, quando coordenava o setor de Imprensa, RP e Marketing da Associação Comercial de São Paulo. Fui pra lá a pedido do meu Amigo (e primo) Carlos Magagnini. E lá fiquei até receber um convite do Grupo Folha de S. Paulo, onde trabalhei por três anos. Na época, o Diário do Comércio era um jornal modesto, pouco mais que um boletim oficial da ACSP, embora tivesse no comando da Redação um profissional de peso: Domingos Fraga, um carioca e vascaíno que depois foi fazer sucesso, e muito, em revistas e, até onde sei, ganha o pão honestamente na Rede Record de Televisão. Quando Fraga deixou o DC, assumiu sua imediata Vilma Pavani, uma mulher firme, decidida e competente. Mas as mudanças que o

Por quê? (41) Telemarketing

Cláudio Amaral Quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008, 10h18 da manhã. E que manhã. O dia está claro, ensolarado, bonito. Mais bonito ainda porque eu consegui fazer minha caminhada pelas ruas da Aclimação, “o bairro mais agradável de São Paulo”. Fui à farmácia buscar medicamentos para Be(bê)atriz. Fui à padaria em busca de pães e mortadela. Como eu gosto de pão com mortadela sem gordura. Hum... Bem, são 10h18 da manhã e o celular toda. No visor, o número do escritório central da empresa para a qual presto serviços. Atendo pensando na Carol, a recepcionista/telefonista da manhã, mas não é ela, não. Ela apenas me transferiu uma ligação da dona de uma voz que transmite simpatia, muita simpatia. A mulher, com voz de moça nova, mas madura, se identifica: - É a Cris, do telemarketing do Jornal da Tarde. Como eu também faço telemarketing dos meus serviços e produtos, como eu já fiz incontáveis cursos de operador de telemarketing, como eu sou educado e respeito todas as pessoas que trabalham po

Por quê? (40) Perdão

Cláudio Amaral Eu sou uma pessoa de hábitos. Ou manias, como preferem dizer algumas das pessoas que comigo convivem diariamente. Por exemplo: todo dia, ao acordar, e depois de fazer as necessidades básicas, eu tenho por hábito (ou mania, como queiram) ligar este computador portátil no qual escrevo agora, às 10h14 do dia 12/2/2008. Por quê? Porque gosto de começar o dia sabendo quem escreveu pra mim e o quê cada um dos meus correspondentes eletrônicos tem para me dizer. Outro exemplo? Pois sim: entre as mensagens que recebo todo dia, religiosamente, vem uma das Paulinas. É o Evangelho do Dia, que leio, sem falta. Às vezes, logo pela manhã. Às vezes, ao longo do dia, ou até mesmo à noite. Hoje, li de imediato. E lá estava: O Pai Nosso Mt 6,7-15 Nas suas orações, não fiquem repetindo o que vocês já disseram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os ouvirá porque fazem orações compridas. Não sejam como eles, pois, antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam. Po

Por quê? (39) Adriana Moreira

Imagem
Cláudio Amaral Adriana Moreira, aqui retratada numa imagem que ela me enviou em agosto de 2007, foi uma das melhores Amiga (com A) que eu tive nestes meus 58 anos de vida e quase 40 anos de Jornalismo. Era uma mulher formada quando a conheci, no Aeroporto dos Guararapes, em Recife. Mas logo percebi que não passava de uma menina sapeca levada da breca. Estava com um pé quebrado (o direito ou o esquerdo? não me lembro mais) e mesmo assim foi me recepcionar. A mim e à Sueli, minha parceira desde julho de 1969, mãe dos meus filhos e avó da minha primeira e até agora única netinha, a Be(bê)atriz. Eu havia sido convidado para dar uma palestra num seminário promovido pelo também jornalista Sérgio Xavier, no auditório da Federação das Indústrias de Pernambuco. Passei três dias em Recife e, na seqüência, como pagamento pela palestra, cinco dias em Porto de Galinhas, no litoral pernambucano. Eu e Sueli. Foi uma viagem inesquecível. Pela palestra, pela viagem a Porto de Galinhas e pela Adri

Por quê? (38) Solidão

Cláudio Amaral Às vezes é bom ficar só. Às vezes. Em geral, não. A solidão é uma boa companhia. Mas... às vezes. Sempre, não. Companhia boa, com certeza, é a dos Amigos. Dos Amigos como a mulher que nos ama de verdade, dos filhos que nos admiram e respeitam, dos pais que têm orgulho de nós, dos irmãos que nos são solidários, dos colegas de trabalho que agem como nossos parceiros e dos estudantes que nos cercam nas salas de aulas, por exemplo. Companhia boa, certamente, é a da mulher e dos filhos a quem amamos e admiramos, dos pais e dos irmãos a quem respeitamos, dos colegas aos quais podemos recorrer sem ter dúvida alguma (de caráter, por exemplo). Companhia boa é a dos chefes que nos orientam e nos cobram, nos compreendem e nos apóiam. Conclusão: ficar só é bom, mas... nem sempre. Por quê? Porque o ser humano não nasceu para viver só. Eu, pelo menos, sou assim. Gosto de companhia no café da manhã, no almoço, no café da tarde (sempre em torno das 16h30) e no jantar. Gosto de companhia

Por quê? (37) Vírgula

Cláudio Amaral Exercendo a função de editor, em jornal ou em revista, sempre tive o maior cuidado com os títulos. Para quem não sabe, fui editor no Jornal do Comércio de Marília (SP), no Diário do Povo de Campinas, na revista A Verdade, no Correio Braziliense, nos Diários Oficiais do Estado de São Paulo, n´O Estado de Mato Grosso do Sul e no Comércio da Franca. Evitei a todo custo o uso de artigos nos títulos. Palavras desnecessárias, nem pensar. Nem nos títulos, nem nos textos. Ou seja, encher lingüiça, como se diz na linguagem jornalística quando o repórter ou redator escreve além da conta, jamais. Era, sou e sempre serei chato ao extremo em matéria de títulos e textos. É por isso que fiquei indignado ao ler o caderno de esportes do Estadão na manhã desta quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008. Por quê? Quem leu o mesmo caderno sabe bem do que estou escrevendo. No texto auxiliar da reportagem principal da capa do caderno, lemos: “O rebelde Léo Lima, outra novidade no time” (artigo e ví

Por quê? (35) Sônia

Cláudio Amaral Em junho de 2005, em Franca (SP), eu escrevi: “Conviver com a jornalista Sônia Machiavelli Corrêa Neves tem sido uma das melhores coisas destes três meses em que estou ministrando treinamento aos jornalistas do Comércio da Franca (SP)”. Por quê? Porque “ela é uma das pessoas mais cultas que conheço pessoalmente”, expliquei no texto da época. E acrescentei: Sônia “é, além disso, elegante em todos os sentidos”. E depois expliquei: ela “tem um texto sem igual, delicioso como um prato de comida, ainda que às vezes eu tenha que usar o dicionário para entender o significado de palavras usadas por ela”. Por que estou a me lembrar dessas frases de um texto antigo? Porque, embora antigo, ele é atual, está vivo, continua no ar e me trás ótimas recordações. Tanto isso é verdade que hoje, terça-feira de Carnaval, 5 de fevereiro de 2008, aqui estou, às 7h50 da manhã, a reler este texto. Um texto que reencontrei, graças aos sistemas de busca na Internet, no site do Master em Jornalism

Por quê? (34) Franca

Cláudio Amaral Parece perseguição, mas não passa uma semana sem que eu esbarre em algo que me lembre os meus 18 meses em Franca (SP). Quando eu trabalhava num escritório da Rua Estados Unidos, ano passado, pegava o ramal Paulista do Metrô, saia na estação Brigadeiro, descia a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio e, obrigatoriamente, cruzava a Alameda Franca. Semana passada, precisando de uma informação importante, liguei para um conhecido e ele me atendeu dizendo estar em... Franca. Ontem, 30/1/2008, voltei a fazer contato com a mesma pessoa e ele me disse para procurar um executivo do Magazine Luiza, em... Franca. À noite, vendo o jogo Sertãozinho 0 X Corinthians 0, não deu outra: em meio aos torcedores do Timão apareceu uma faixa em que se lia: “Fiel Franca”. Mais: nas camisas dos jogadores do Sertãozinho aparecia a marca de um supermercado que tinha (e ainda deve ter) lojas em... Franca. Fui para Franca no dia 3 de abril de 2005 para trabalhar por um mês na Redação do Comércio da Franca,

Por quê? (33) Voluntários

Cláudio Amaral Maria da Glória Simões Oliveira, a Glória, é uma pessoa especial. Muito especial. Mineira, católica fervorosa, ex-funcionária do Banco do Brasil, ela é a idealizadora, a criadora e a principal dirigente da Associação Projeto Novo Milênio. Glória está à frente dessa ONG desde 1991, quando decidiu que era preciso dar apoio e formação a pessoas que desejam entrar no mercado de trabalho. A esse tipo de gente e também a aqueles que desejam crescer na profissão mas são ou estão carentes de treinamento. Muito bem instalada num sobrado da Rua Machado de Assis, 702, na Aclimação, a ONG de Glória ministra cursos de Matemática, Português, Inglês, Informática, Espanhol, etc. Todas as aulas são dadas por voluntários arregimentados por Glória. Ela própria ministrou aulas no Projeto Novo Milênio. Especialmente em 2007, quando os voluntários foram escasseando. Por quê? Porque mudaram de cidade, porque tiveram que assumir novos compromissos, porque o projeto pessoal de cada um incluía pa

Por quê? (32) Emoção

Cláudio Amaral Uma figura nem um pouco inusitada – ou seja, normal para os padrões da vidinha que nós levamos aqui na metrópole – me contou que a figura no mínimo inusitada foi vista noite dessas no Memorial da América Latina. Para quem não leu minhas crônicas de 9 e 26/1/2008 é preciso explicar que uma figura no mínimo inusitada tem perambulado pelas ruas, lojas, centros comerciais, ônibus, estações e trens do Metrô de São Paulo. No dia 9, foi vista lá pelos lados da Igreja de São Judas Tadeu e do Aeroporto de Congonhas. Às vezes de ônibus, outras de Metrô e também andando a pé. No dia 26, na Avenida Altino Arantes e na Rua Mário Amaral, respectivamente na Vila Clementino e no Paraíso. Na noite de 25/1/2008, data do aniversário de 454 anos de São Paulo, a cidade, a figura no mínimo inusitada acompanhou a abertura da exposição de fotos instalada no Memorial da América Latina, onde aparecem, entre outras, as imagens que deram o Premio Esso a Tiago Brandão, repórter do jornal Comércio da

Por quê? (31) O vidro

Cláudio Amaral A figura no mínimo inusitada a que me referi na crônica do dia 9/1/2008 foi vista novamente na manhã deste sábado, 26/1/2008. Primeiro, na Avenida Altino Arantes, quase esquina com a Rua Domingos de Moraes, na Vila Clementino, zona sul da Capital paulista. Depois, na Rua Mário Amaral, no Paraíso. De carro – sim, desta vez ela, a figura, estava motorizada –, chegou antes das 9 horas junto ao Colégio Nossa Senhora do Rosário, na Altino Arantes. Chegou e estacionou na diagonal um Fit Honda com pouco mais de 2.000 quilômetros rodados. Cinza, bonito, ainda que meio sujo, o automóvel chamou a atenção de uma mulher de olhos puxados. “Seu carro está novo”, disse ela, a oriental. “Quem me dera ter um carro assim”, respondeu a figura. A mulher recolheu o sorriso e foi em frente. Certamente, pensara: “Se não é seu, de quem é? Você o roubou? De quem? Onde?” Se pensou, não falou. Não falou por precaução? Por medo? Por timidez? Quem sabe. O certo é que a figura no mínimo inusitada nad

Por quê? (30) São Paulo

Cláudio Amaral Há tempo, muito tempo, eu não escrevo a respeito do meu amor por São Paulo, a cidade. Falar, sim, eu falo sempre que posso e tenho oportunidade. Mas, escrever e descrever o meu amor por São Paulo, preto no branco, tenho feito pouco. A última vez, lembro-me bem, foi há pelo menos cinco anos, num artigo para o site da Aclimação, “o bairro mais agradável de São Paulo”. São Paulo, todos sabemos, tem um monte de defeitos. Gente em excesso, por exemplo. E, por conseqüência, casas e prédios, automóveis, caminhões e ônibus, congestionamentos, acidentes, assaltos, roubos, lixo nas vias públicas, etc. Tudo em São Paulo é grande e os exemplos são muitos. Mas, um, apenas um, dá a idéia da grandeza desta metrópole, a quarta maior do mundo: um milhão e 300 mil veículos saíram da Capital paulista nesses dias, exatamente porque é feriado em São Paulo nesta sexta-feira, data da fundação da cidade. Outro exemplo: 400 mil veículos irão para o litoral, ou seja, levarão algo em torno de dois

Por quê? (29) Novelas

Cláudio Amaral Ainda vai demorar muito tempo para que as novelas sejam aceitas abertamente em todos os círculos e camadas sociais. Apesar da qualidade apresentada pelas novelas da Rede Globo de Televisão, por exemplo, muitos intelectuais, profissionais liberais, executivos, empresários, entre outros, insistem em dizer que não assistem e não gostam de novelas. Eu também tenho restrições às novelas. Muitas restrições. Mas, eu vejo novela e admito isso publicamente. Não. Eu não vejo todas as novelas. Vejo, sim, novelas da Globo. Assisto à novela das 8. Aquela que a Globo insiste em começar às 9 da noite. Mas não vejo todas as novelas das 8. A atual, sim. A anterior, por exemplo, não. Em geral, faço assim: vejo uma e a outra, não. Quando assisto a uma novela, como Duas caras, que está no ar no horário nobre da televisão brasileira, presto atenção no texto (que é o meu negócio), na interpretação de cada ator e atriz (porque fiz teatro na escola do Nilton Travesso, aqui em São Paulo, e me en

Por quê? (28) Irmão

Cláudio Amaral Nunca imaginei que sepultar um irmão fosse tão dolorido. E olha que eu já sofri as dores de quem sepulta um filho recém nascido, Cássio Fernando, há 32 anos; o pai, Lázaro Alves do Amaral, há mais de 20 anos; duas avós, Celeste, a paterna, e Durvalina, a materna; um avô, Zéca Ferreira, o materno; um tio muito querido, Walter Guido; um sogro de respeito, José Arnaldo; amigos e, recentemente, um cunhado muito próximo, o repórter-fotográfico Paulo César Bravos. Mas, sepultar um irmão, o único, foi de doer fundo e forte no peito. Clówis Francisco do Amaral, o único irmão que ‘seu’ Lazinho e dona Wanda me deram, tinha 54 anos e nasceu em Adamantina (SP), como eu e minhas irmãs Cleide e Clélia. Ele morava em Uberaba (MG) com a segunda mulher, Bete, a filha Samantha, o enteado Rodrigo, o filho mais velho, Fernando, a nora e a netinha Clara, de apenas nove meses. Era torcedor do Santos FC, representante comercial e sócio de uma empresa distribuidora de cigarros. Ano passado, qua

Por quê? (27) Virtude?

Cláudio Amaral O elo de ligação a que me referi no texto anterior, escrito às 12:56:38 de 15/1/2008, não é o único vicio de linguagem comum do dia-a-dia da nossa língua portuguesa. Um outro termo inadequadamente empregado pela maioria dos lusos falantes é virtude . Assistindo pela televisão ao jogo disputado na noite desta quinta-feira, 17/1/2008, no estádio do Morumbi, em São Paulo, que marcou a estréia do Corinthians (3) e do Guarani de Campinas (0), no Paulistão 2008, registrei mais uma vez o mau uso da palavra virtude . “Em virtude da derrota do Santos diante da Portuguesa, ontem à noite, no Morumbi, por 2 a 0...”, disse um narrador de TV. Pobre coitado. Desde quando, Júnior, derrota é virtude? Não é, nunca foi, nem nunca será. A vitória da Portuguesa sobre o Santos, sim, foi uma virtude. Derrota jamais poderá ser qualificada como virtude. Jamais! O mesmo se pode dizer a muitos dos repórteres de rádio da Capital paulista. Eles insistem em dizer, nestes dias de verão: - Em virtude

Por quê? (26) Elo de ligação

Cláudio Amaral - O meu sogro não escreveria assim. Disse essa frase de imediato, sem pensar, ao ouvir a personagem Silvia, namorada de Marcone Ferraço, perguntar a ele, segunda-feira à noite, durante uma passagem da novela Duas Caras, produzida e exibida pela Rede Globo no horário mais nobre da televisão brasileira: - Você quer que eu seja o elo de ligação entre você e o seu filho Renato? “Não mesmo”, acrescentou minha mulher, sentada ao meu lado, no sofá da sala de casa. “O que é?”, perguntou minha sogra. E Sueli explicou à mãe dela: - O Cláudio disse que o papai jamais escreveria ‘elo de ligação’, como escreveu o autor de Duas Caras. José Arnaldo, o meu sogro, que infelizmente já não está mais entre nós, foi Jornalista, com J, por mais de 50 anos. Nascido José Padilla Bravos, ele assinou a coluna De Antena e Binóculos, no extinto Correio de Marília, ao longo de 40 anos. Conhecia e cultuava a nossa língua portuguesa como poucos. Esbravejava, e como esbravejava, com quem escrevia errad

Por quê? (25) Dia 13

Cláudio Amaral A maioria das pessoas torce o nariz para o número 13. Menos o ex-jogador e treinador de futebol Mário Jorge Lobo, o Zagalo. Ele sempre referenciou o 13. Fez dele o número da sorte. E, pelo sim, pelo não, teve e tem muita sorte na vida. Na vida pessoal e na vida profissional. Tem uma família exemplar e muitos, muitos títulos como atleta e comandante de atletas. Eu também gosto do 13. Um pouco menos do que Zagalo, mas gosto, sim. Se alguém me pergunta qual é o meu número preferido, digo no ato: - O 13. Por quê? Sei não. Desde quando? Sei menos ainda. Só sei que o dia 13, como hoje, 13 de janeiro de 2008, me faz acordar bem disposto. Por quê? Faltam-me palavras para explicar. Essa é a mais pura verdade. Tenho explicações para inúmeras questões, casos e situações. Para o meu amor pelo Corinthians, por exemplo. Para a minha paixão pela cidade de São Paulo, também. Para o meu gosto pelo futebol. Para a minha vibração pela Fórmula 1. Para a minha incalculável disposição para o

Por quê? (24) Diferenças

Cláudio Amaral Duas situações completamente diferentes vão marcar este meu sábado. De um lado, Beatriz do Amaral Gouvêa. Do outro, Paulo César Bravos. Alegria e tristeza. Mais alegria do que tristeza. Repórter fotográfico, sambista, ciclista, petista, são-paulino, 57 anos, Paulo César Bravos nos deixou há uma semana. Por conseqüência, os católicos praticantes, e outros nem tanto, vamos nos reunir a partir das 17 horas, na Igreja da Consolação, para rezar pela alma dele e relembrar tudo o que nos for possível. Lá estarão os familiares, os amigos, os colegas de trabalho, os ciclistas que com ele pedalavam pelas inseguras e esburacadas vias públicas de São Paulo. Lá estarão até mesmo pessoas que não o conheceram, mas que se encantaram com a trajetória – pessoal, profissional e familiar – de Paulo César Bravos. Será, sem dúvida, um acontecimento marcado pela emoção e, por conseqüência, pelas lágrimas, ranger de dentes, abraços apertados e lembranças. Afinal, Paulo César Bravos passou pela

Por quê? (23) Figura

Cláudio Amaral Uma figura no mínimo inusitada circula pelas ruas, lojas, centros comerciais, ônibus, estações e trens do Metrô de São Paulo. Na manhã de hoje, quarta-feira, dia 9 de janeiro de 2008, ela, a figura, circulou entre a região central e a zona sul da Capital paulista. Saiu não se sabe de onde e entrou no Metrô pela estação Sé. Passou pela roleta, disse “bom dia” aos funcionários que cuidavam da segurança e ficou pelo menos 30 minutos na plataforma. A circulação de trens estava anormal, “lenta”, segundo os operadores da linha norte-sul. Paciente, ela, a figura, de nada reclamou. Estava atrasada para entrar em serviço, mas se limitou a olhar uma vez, apenas uma, para o relógio: 10h15. Depois de conferir a hora no Bulova prateado que levava ao pulso, ela, a figura, olhou para uma senhora impaciente ao seu lado direito e balbuciou, entre dentes: - Eu deveria estar no trabalho há pelo menos 75 minutos. Nem por isso se apressou a entrar no trem. Entrou quando foi possível, se aper

Por quê? (22) Adeus

Cláudio Amaral Paulo César Bravos era um aventureiro. Gostava de aventuras como poucos. Aventurou-se ao sair de Marília para vir viver em São Paulo. Viveu apertado, mas sempre entre amigos, num prédio que só tinha aventureiros como ele, na região central da Capital paulista. Paulo César Bravos era um aventureiro. E daqui aventurou-se pelas estradas e cidades da América do Sul, viajando a dedo por boa parte do nosso continente. Na primeira metade dos anos 70 do século passado, quando a família já estava perdendo a esperança de ter notícia dele, tamanha era a ebulição política nos países que nos cercam e no Brasil, também, eis que ele surge do nada em nosso apartamento, na Rua Dr. Nicolau de Souza Queiroz, na Aclimação. Barbudo, cabeludo e vestido da forma mais simples possível, como todo aventureiro, ele nos trazia notícias e histórias que só um aventureiro incorrigível tem para nos contar. Paulo César Bravos era um aventureiro. E como tal foi trabalhar nas obras da primeira linha do Me