Por quê? (68) Vai, Massa!
Cláudio Amaral
Reginaldo Leme me desmentiu na reportagem que fez nesta segunda-feira, 24 de março de 2008, a respeito do Grande Prêmio da Malásia de Fórmula 1.
Ele disse no Jornal Nacional que a equipe Ferrari agiu normal e corretamente, ou seja, dentro dos conformes, durante a parada que o piloto brasileiro Felipe Massa realizou na 17ª volta da corrida disputada na madrugada de domingo.
Segundo Reginaldo Leme, Massinha perdeu a liderança para Kimi Raikkonen ao retornar à pista porque não conseguiu voltas rápidas – ou pelo menos tão rápidas quanto deveria – antes de entrar na área de boxes para reabastecimento e troca de pneus.
Massa, na opinião de Reginaldo Leme, deveria ter aproveitado melhor o privilégio de ocupar a primeira posição, não tendo concorrentes à frente, para abrir uma vantagem maior em relação a Raikkonen.
Assim, do que pude entender a partir das palavras do comentarista da Rede Globo de Televisão, não houve favorecimento da Scuderia de Maranello ao campeão de 2007 e vencedor da prova da Malásia.
Quem sou eu para querer tirar a razão de Reginaldo Leme.
Afinal, ele acompanha a Fórmula 1 de perto e por dentro desde os tempos em que éramos, ele e eu, repórteres da Equipe de Esportes do Estadão, nos anos 1970.
Embora eu jamais tenha me afastado da Fórmula 1, mesmo depois de ter deixado a Redação do Estadão para trabalhar em outros jornais (Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo, O Estado de Mato Grosso do Sul, Comércio da Franca, etc.), há mais de um ano eu vejo as corridas desde uma poltrona instalada em frente à televisão. Ou seja: como espectador, como torcedor e apaixonado pelas competições automobilísticas.
Ele, não.
Reginaldo Leme vive a Fórmula 1 treino a treino, corrida a corrida.
Ele é, sem dúvida, o jornalista brasileiro que está na ativa há mais tempo. Desde os tempos em que foi levado a comentar Fórmula 1 ao microfone da saudosa Rádio Nacional de São Paulo, pelas mãos do não menos saudoso Pedro Luis.
Não há, portanto, como duvidar ou discordar de Reginaldo Leme, o Amigo ‘Alfacinha’, palmeirense como ele só.
Entretanto, creio que é assim, como eu vi, que o público brasileiro vê o comportamento da Ferrari em relação a Felipe Massa.
Um comportamento estranho.
No mínimo, estranho.
E o que o piloto Felipe Massa pode fazer para mudar isso?
Nada?
Ele pode, sim, mudar essa situação.
Pode e deve.
Para isso, no entanto, vai ter que ser mais político, diplomático... do que foi Rubens Barrichello, o campeão do comportamento politicamente correto.
Rubinho, que é muito mais piloto do que Felipe Massa, soube engolir sapos enquanto esteve na Ferrari. Publicamente, pelo menos. E, até onde sabemos daqui de fora, lutou, brigou, esperneou o mais que pode em Maranello para que o favorecimento ao alemão não fosse tão acentuado.
Massa conseguirá fazer igual e ainda se impor, a ponto de vir a ser o primeiro piloto da Ferrari?
Difícil, muito difícil.
Difícil, quase impossível, mas nem por isso o ‘menino de Botucatu’ deve desistir.
Por quê?
Ah... e você ainda me pergunta por que?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional e criador do http://blogdoclaudioamaral.blogspot.com e do http://aosestudantesdejornalismo.blogspot.com.
25/3/2008 08:10:21
Reginaldo Leme me desmentiu na reportagem que fez nesta segunda-feira, 24 de março de 2008, a respeito do Grande Prêmio da Malásia de Fórmula 1.
Ele disse no Jornal Nacional que a equipe Ferrari agiu normal e corretamente, ou seja, dentro dos conformes, durante a parada que o piloto brasileiro Felipe Massa realizou na 17ª volta da corrida disputada na madrugada de domingo.
Segundo Reginaldo Leme, Massinha perdeu a liderança para Kimi Raikkonen ao retornar à pista porque não conseguiu voltas rápidas – ou pelo menos tão rápidas quanto deveria – antes de entrar na área de boxes para reabastecimento e troca de pneus.
Massa, na opinião de Reginaldo Leme, deveria ter aproveitado melhor o privilégio de ocupar a primeira posição, não tendo concorrentes à frente, para abrir uma vantagem maior em relação a Raikkonen.
Assim, do que pude entender a partir das palavras do comentarista da Rede Globo de Televisão, não houve favorecimento da Scuderia de Maranello ao campeão de 2007 e vencedor da prova da Malásia.
Quem sou eu para querer tirar a razão de Reginaldo Leme.
Afinal, ele acompanha a Fórmula 1 de perto e por dentro desde os tempos em que éramos, ele e eu, repórteres da Equipe de Esportes do Estadão, nos anos 1970.
Embora eu jamais tenha me afastado da Fórmula 1, mesmo depois de ter deixado a Redação do Estadão para trabalhar em outros jornais (Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo, O Estado de Mato Grosso do Sul, Comércio da Franca, etc.), há mais de um ano eu vejo as corridas desde uma poltrona instalada em frente à televisão. Ou seja: como espectador, como torcedor e apaixonado pelas competições automobilísticas.
Ele, não.
Reginaldo Leme vive a Fórmula 1 treino a treino, corrida a corrida.
Ele é, sem dúvida, o jornalista brasileiro que está na ativa há mais tempo. Desde os tempos em que foi levado a comentar Fórmula 1 ao microfone da saudosa Rádio Nacional de São Paulo, pelas mãos do não menos saudoso Pedro Luis.
Não há, portanto, como duvidar ou discordar de Reginaldo Leme, o Amigo ‘Alfacinha’, palmeirense como ele só.
Entretanto, creio que é assim, como eu vi, que o público brasileiro vê o comportamento da Ferrari em relação a Felipe Massa.
Um comportamento estranho.
No mínimo, estranho.
E o que o piloto Felipe Massa pode fazer para mudar isso?
Nada?
Ele pode, sim, mudar essa situação.
Pode e deve.
Para isso, no entanto, vai ter que ser mais político, diplomático... do que foi Rubens Barrichello, o campeão do comportamento politicamente correto.
Rubinho, que é muito mais piloto do que Felipe Massa, soube engolir sapos enquanto esteve na Ferrari. Publicamente, pelo menos. E, até onde sabemos daqui de fora, lutou, brigou, esperneou o mais que pode em Maranello para que o favorecimento ao alemão não fosse tão acentuado.
Massa conseguirá fazer igual e ainda se impor, a ponto de vir a ser o primeiro piloto da Ferrari?
Difícil, muito difícil.
Difícil, quase impossível, mas nem por isso o ‘menino de Botucatu’ deve desistir.
Por quê?
Ah... e você ainda me pergunta por que?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional e criador do http://blogdoclaudioamaral.blogspot.com e do http://aosestudantesdejornalismo.blogspot.com.
25/3/2008 08:10:21
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