Por quê? (98) Qual é a sua meta?


Cláudio Amaral

Desde que me conheço por gente eu tenho uma meta.

Pelo menos uma.

E você? Qual é a sua meta?

Aprendi a trabalhar com meta por pura intuição?

Sabe aquela coisa de “o que você quer ser quando crescer?”

Pois foi assim que eu descobri que é preciso ter meta. Sempre.

Foi por isso que me chamou a atenção a afirmativa do treinador da seleção brasileira de basquete feminino, classificada no fim de semana passado para as Olimpíadas de Pequim.

Paulo Bassul, o comandante da equipe que garantiu a presença do Brasil no basquete feminino em Pequim, disse ao Estadão, em Madri, na Espanha, que não tem meta para as Olimpíadas deste ano.

Inacreditável!

Acredito que tão logo reflita a respeito do que falou, Bassul mudará de idéia e imediatamente estabelecerá uma meta para as meninas do Brasil.

Ser medalha de ouro em Pequim é uma meta.

Real? Irreal? Visionária? Impossível?

Isso é ele, Paulo Bassul, quem sabe.

Mas, uma meta, pelo menos uma, ele deve e precisa ter.

Sêneca (Lucius Aneus Sêneca, nascido em Córdoba, na Espanha, no ano de 4 a.C) disse, certa vez, que “o comandante que não tem um destino definido jamais chegará a lugar algum”.

Disse mais: “Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe pra onde ir”.

É dele também a seguinte frase: “A vida, sem uma meta, é completamente vazia”.

Minha primeira grande meta, uma meta marcante em minha vida, eu estabeleci ainda em Adamantina, minha cidade natal, em 1968.

- Quero ter lugar na Redação do maior jornal diário do Brasil, o Estadão, na Rua Major Quedinho, 28, 5º andar, no centro de São Paulo.

Foi assim que eu falei aos meus amigos de ginásio, em frente ao Cine Santo Antônio, minutos após o fim da solenidade de formatura dos estudantes do Instituto Educacional Helen Keller.

Minha meta era tão firme e minha disposição tão forte, mas tão forte, que seis meses depois eu já estava trabalhando para o Estadão como correspondente em Marília e em 28 meses, ou seja, em maio de 1971, eu conquistei o direito de ser repórter do jornal da família Mesquita em São Paulo.

Outras metas vieram em seguida.

Muitas eu consegui atingir, mas outras tantas se perderam pelo caminho.

Entretanto, eu sempre tive minhas metas.

Umas pessoais, outras profissionais.

E por isso não consigo entender o fato de Paulo Bassul ter dito que não tem meta para a equipe vencedora que ele vai continuar dirigindo nas Olimpíadas de Pequim.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, nobre e inteligente e-leitor?

18/6/2008 12:27:48

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