Por quê? (283) Juarez Bahia e o Dicionário de Jornalismo

Juarez Bahia (1930/1998) foi Jornalista,
Professor e Advogado

Cláudio Amaral

Juarez Bahia foi um dos mais importantes Jornalistas brasileiros de todos os tempos. E hoje (24/4/2012) acordei a me lembrar dele com profunda saudade por três motivos: o Dicionário de Jornalismo editado pela Mauad em 2010, a figura sempre presente na mídia do ministro do STF Joaquim Barbosa e o carinho que recebi no início de fevereiro, em Santos, da viúva de Bahia, Sra. Irene Bifonte Bahia (sempre acompanhada de sua fiel escudeire Meire Santos), quando da visita que fiz ao apartamento em que reside desde que voltou do Rio de Janeiro.

O ministro Joaquim Barbosa me é muito simpático porque me faz lembrar sempre de Juarez Bahia. Afinal ambos têm em comum a pele negra e alguma semelhança facial (ou não?). Pelo sim, pelo não, o JB ministro do Supremo Tribunal Federal me traz à lembrança a figura de Jornalista JB (perdoem-me aqueles que pensarem em contrário ou que estou comparando figuras incomparáveis). Um porque, além de tudo, é reto de caráter; o outro, porque... também tinha um caráter imutável.

Dona Irene, já expliquei, me cercou de todo carinho (e até mais do que creio ser merecedor) durante nosso primeiro e até agora único encontro pessoal. E me deu – de presente – tantas publicações sobre e de autoria de Juarez Bahia, que jamais poderei esquecê-lo (ainda que quisesse).

Ganhei dela, por exemplo, cópias xerográficas de uma reportagem especial da Revista Imprensa, a propósito dos 200 anos da Imprensa Brasileira. Um texto muito bem escrito por Benalva da Silva Vitorio (professora da Faculdade de Comunicação da Universidade Católica de Santos) e Suzane Caroline Gil Fragoso (jornalista formada na mesma escola). E que, para minha alegria, faz referência a mim e – embora eu não mereça tanta deferência – me apresenta como um dos discípulos do Mestre Juarez Bahia e também como o “rapaz que conheceu em 1971 e que veio do interior para trabalhar no jornal O Estado de S. Paulo”.

Dona Irene me presenteou ainda com mais oito publicações da lavra de Juarez Bahia, o homem que nasceu a 18/11/1930, na pequena Cachoeira, na Bahia, viveu em cidades brasileiras como Feira de Santana, Santos, São Paulo e Rio de Janeiro e também em capitais da Europa, como Lisboa e Madri, vindo a falecer na capital fluminense em janeiro de 1998.

Entre essas oito publicações estão As origens e o espírito do jornalista (onde ele afirma que “O jornalismo não é uma invenção, mas uma descoberta”), A Imprensa, a Liberdade e a Verdade (discurso feito em 21/3/1958, em nome da primeira turma de Jornalistas da Faculdade de Filosofia de Santos), A Imprensa e o Ensino Profissional (palestra proferida a convite do Lions Club de Santos em 24/4/1957), Um homem de trinta anos (vida e poesia de Paulo Gonçalves), Introdução à Comunicação Empresarial (edição de 1995), Ensina-me a ler (edição de 1989), Setembro na Feira (edição de 1986) e o Dicionário de Jornalismo (edição de 2010).

Aprecio todas essas obras. Mas a que mais me encanta é o Dicionário de Jornalismo Juarez Bahia Século XX. Gosto não só porque foi o último texto produzido pelo Mestre Juarez Bahia – que sempre me recebeu com muita atenção, carinho e respeito quando ele era chefe da Redação da Sucursal de São Paulo do Jornal do Brasil e eu um simples foca do Estadão, no início de 1971 – mas também porque compreendo o valor desta “enciclopédia” e, mais, sei do quanto foi trabalhoso para Dona Irene conseguir a publicação desta obra.

Quero deixar aqui registrado um detalhe final, que para mim é muito mais do que um simples detalhe: conheci Juarez Bahia – que pode ser localizado no https://www.facebook.com/#!/pages/Juarez-Bahia/332470303441017, por obra de Meire Santos – em função da boa vontade e à amizade que tenho desde 1971 com o Jornalista Carlos Conde, que foi meu editor no Estadão, meu diretor na Sucursal de São Paulo do Correio Braziliense e meu VP na Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Além de atual Editor-Chefe de A Tribuna de Santos, onde trabalhei em 2008 e 2009, Conde é muito mais do que isso: e meu Amigo de Fé, meu Irmão Camarada e padrinho da minha primeira filha.

Tudo isso – ser discípulo de Juarez Bahia e Amigo e Compadre de Carlos Conde – me faz muito feliz.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.


24/4/2012 12:22:56

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por quê? (111) Rumo a Adamantina

Por quê? (440) – A 15ª vez, uma das melhores viagens

Por quê? (439) – Os 101 anos de José Padilla Bravos