Por quê? (322) – Triste Dia das Mães



Cláudio Amaral

Longe de mim pedir colo, beijinho na testa e carinho para quem quer que seja. Mas eu seria desonesto – até para comigo mesmo – se escrevesse que terei um Dia das Mães feliz. Não. Tenho certeza absoluta que este será o mais triste de todos os dias das mães que vivi nestes meus 63 anos, 5 meses e 9 dias.

Afinal, minha Sueli está a cerca de 6.000 quilômetros daqui. Exatamente em Ashburn Village, na Virgínia, nos Estados Unidos, de onde me chama todo dia, duas ou três vezes por dia. Ela, sim, feliz com a companhia da filha querida, do genro e, principalmente, dos netinhos Beatriz (prestes a completar 6 anos) e Murilo (que fez três anos no início de janeiro).

Mãe, verdadeiramente, também não tenho mais. Dona Wanda Guido do Amaral, a mulher que me gerou, se foi há anos. Exatamente em 2010 e o corpo dela está sepultado em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Lá está porque foi naquela cidade que viveu seus últimos dias, enferma e sofrendo muito, apesar da atenção que tinha da filha mais velha, Cleide, dos netos e bisnetos. A última vez que a vi foi a 9 de agosto de 2009, quando fui embarcá-la em Viracopos, Campinas, rumo à última etapa da vida, com vida. Na companhia dela seguiu minha irmã caçula, Clélia.

Das outras mães, todas adotadas por mim, só estão vivas a Dona Aparecida Grenci Bravos (a melhor sogra do mundo), a Tia Terezinha, irmã de Dona Wanda, e a Tia Dulce, esposa do saudoso Tio Walter Guido. Uma vive mais em Santos do que em São Paulo e lá que está a passar férias. As outras duas moram aqui em São Paulo, mas certamente darão prioridade aos filhos e netos.

Outras mães adotadas eu tive. Mas nenhuma está mais entre nós. A principal foi minha avó Durvalina, com quem morei nos meus primeiros meses de Estadão, vindo do Interior paulista. Ela morava no Ipiranga. Exatamente na Rua Cisplantina, onde me acolheu desde que eu era criança pequena. Deu-me acolhida, carinho, comida e conselhos, muitos conselhos.

Dona Zezé, esposa do meu primeiro Mestre em Jornalismo, o saudoso Irigino Camargo, é outra mãe de quem sempre me lembro. Agora, por exemplo. Lembro com tristeza porque ambos se foram sem que eu tivesse notícia.

Na crônica de 10 de maio de 2008, escrevi uma frase que faço questão de repetir aqui: Por todas elas (Dona Wanda, Tia Zinha, Tia Dulce, Vó Durvalina, Dona Zezé, Sueli... e Dona Cidinha, minha sogra, claro, lógico, evidente...), que eu digo sempre e repito agora: todo dia é Dia das Mães. Estejam elas aqui ou não, fisicamente ou apenas em espírito, a poucos ou a muitos quilômetros, eu as amarei sempre, para sempre, eternamente. E a elas eu me apegarei sempre que me sentir só e carente, como neste Dia das Mães de 2013.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968 e estudante de História na FMU/Liberdade/SP desde 1º. de fevereiro de 2013.

10/05/2013 17:01:05

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