Por quê? (350) – Uma escola pública diferenciada


Cláudio Amaral

As escolas públicas foram boas? Sim, na minha época, anos 1950 e 1960, elas foram mais do que isso; eram excelentes. E depois disso? Os anos passaram e a qualidade foi caindo, caindo, caindo... e hoje, julho de 2015, é rara a escola pública de qualidade. Seja municipal ou estadual. Isto é público e notório. Até porque os problemas dos nossos estabelecimentos de ensino – e da Educação como um todo – estão na cara para todos vermos.

Tive oportunidade de conhecer e comparar as escolas brasileiras com as dos Estados Unidos da América nos últimos quatro anos, período em que meus netinhos foram – com os pais – viver nas proximidades da capital estadunidense, Washington DC. Conheci tanto escolas públicas como particulares, pois Beatriz e Murilo foram primeiro estudar na particular Hope (http://www.hopepreschool.org) e depois na pública Ashburn Elementar School (http://www.loudoun.k12.va.us/ashburn). E também estive em universidades que cobram algo em torno de 8.000 dólares por semestre. É muito dinheiro? Sim, mas um dinheiro merecido.

Aqui em São Paulo conheço e frequento uma faculdade particular: a FMU (www.fmu.br), onde curso Licenciatura em História desde fevereiro de 2013. E, nos últimos dois semestres, visito quase todo dia uma escola pública: a E. E. Major Arcy, na qual faço estágio de observação nas aulas de História do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, todas ministradas pelo Professor Felippe Antonio Bentivoglio Silva.

Da FMU só tenho elogios aos Professores e ao curso, nota 4 no MEC. E críticas e mais críticas às instalações em geral, péssimas desde o início do meu curso.

Do Major Arcy, igualmente: só elogios aos 15 Professores e aos responsáveis pela gestão (a diretora, Professora Eliane Dantas de Oliveira Sganzerla, uma profissional dedicada e sempre presente, que conhece cada um dos 270 alunos pelos respectivos nomes; o Vice-Diretor, Professor Cromancio Bastos Mendes, e o Coordenador Geral, Professor Paulo Almeida Soares).

As instalações? Bem, as instalações físicas do Major Arcy ainda deixam muito a desejar, mas estão melhorando dia a dia, pois a escola passa por reformas desde os primeiros meses de 2015.

Os alunos? São jovens, alguns ainda crianças; outros, pré-adolescentes e ou adolescentes; todos cheios de energia; muitos, cheios de alegria, de boa-vontade e dispostos a vencer na vida. Em geral, são criativos acima da média. Poucos, garanto, não querem nada com a vida; pelo menos por enquanto. E eu sempre digo a todos eles: esperem até sair do Major para a vida fora da escola pública, seja no ensino superior, seja no mercado de trabalho.

Foi no Major Arcy que iniciei, em 2014, meu estágio como futuro licenciado em História. Iniciei contrariado, confesso, porque desde o início das aulas na FMU declarei que não estou a estudar para dar aulas como Professor de História. Quero escrever sobre fatos e acontecimentos da nossa História. Biografias, particularmente. Juntando minha formação como Jornalista Profissional e Historiador (uma profissão ainda não regulamentada). Mas, aos poucos, bem aos poucos, fui pegando gosto por aquele estabelecimento de ensino público (o Major Arcy). E neste primeiro semestre de 2015, quando completei 220 horas de estágio no Ensino Fundamental (das 200 horas obrigatórias) e mais 110 horas no Ensino Médio, passei a gostar mais ainda.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor? (Está bem. Vou te contar, mas na próxima crônica, porque para esta o espaço acabou).

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (Turma de 2003) e estudante de História na FMU/Liberdade/SP desde 1º. de fevereiro de 2013.


01/07/2015 09:19:23

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