Por quê? (378) – Mais um ano de vida
Cláudio
Amaral
Era sexta-feira.
Dia de feira livre junto à
caixa d’água da Sabesp na Vila Mariana, em São Paulo.
Dia de sacolão na avenida,
junto ao cemitério e ao velório da Vila Mariana.
Dia de Santa Marta, irmã de
Maria de Betânia e de Lázaro, duas figuras de destaque na narrativa bíblica,
porque Marta era amiga próxima de Jesus Cristo e, graças a isso, o Messias
ressuscitou Lázaro.
Pois eu não fui nem à feira
livre, nem ao sacolão.
Nem à nossa Paróquia de Santa
Rita de Cássia de Vila Mariana para pedir a intercessão de Santa Marta, Santo
Agostinho, Santa Rita, Santa Monica, Beato Mariano e outros santos de minha
devoção.
De quinta-feira para sexta procurei
dormir bem e sem me preocupar com o que me esperava: o bisturi do
Neurocirurgião Diogo Luís de Melo Lins.
Lembro-me bem de ter dormido
como um anjo.
Creio, modéstia às favas, ter
dormido o sono dos justos, lado a lado com Sueli, minha companheira desde 5 de Setembro de 1971.
Nos quartos da mesma casa
dormiram os meus filhos (Cláudia, Mauro e Flávio) e meus netos (Beatriz e
Murilo).
Acordei, tomei banho, fiz o
desjejum com eles e, com minha filha no volante e minha mulher ao meu lado no
Honda FIT vermelho como uma Ferrari, tomamos o rumo da Rua Maestro Cardim,
1137, no Paraíso.
Chegamos ao Hospital Sancta
Maggiore às 5h45. Ou seja, com 15 minutos de antecedência, pois o Dr. Diogo me
pedira para estar lá no máximo às 6h da manhã.
A cirurgia estava marcada
para 11h, mas fui chamado às 9h. Com isso, às 11h eu já estava a caminho da
UTI.
A equipe que me operou havia
previsto três dias de UTI, mas no dia seguinte, sábado, 30, fui conduzido de
volta ao apartamento em que havíamos sido instalados, Sueli e eu.
Deu tudo certo, certinho, disse Dr. Diogo para Sueli antes da minha saída do
centro cirúrgico.
O tumor foi bonzinho e saiu inteirinho, detalhou o Neurocirurgião.
Agora, após a biopsia, só falta o resultado mostrar
que ele é benigno, acrescentou antes
mesmo que Sueli pedisse esse detalhe ao Médico que me atendeu uma semana antes,
programou a cirurgia e me operou pela Prevent Senior.
Mais um dia, domingo, 31, e
eu estava seguindo para casa. Não sem antes ver o Grande Prêmio da Hungria de
Fórmula 1, que teve no pódio os pilotos Jenson Button (McLaren-Mercedes),
Sebastian Vettel (Red Bull-Renault) e Fernando Alonso (Ferrari). Ao meu lado
estavam Sueli, a irmã caçula Clélia e o Amigo Antônio Carlos Turra Vieira.
Na saída, claro, lógico,
evidente... pedi a conta. Sim, pedi para ver e pagar as despesas da minha cirurgia.
Aquela que havia me livrado de um tumor sob o couro cabeludo e sobre o osso do
crâneo.
O senhor não nos deve absolutamente nada, disse-me o atendente. E acrescentou: Vá em paz e com Deus!
E eu fui. E aqui estou, sete
anos depois, comemorando mais um ano de vida. Firme, forte, saudável e na paz
do Senhor. Graças a Deus, à minha Sueli, a meus três filhos, a meus dois netos,
à minha cunhada Salete, à minha sogra Cidinha, ao meu genro Marcio Gouvêa (que
neste dia 29/7 completa 12 anos de casamento com Cláudia, minha primogênita), a
todos os meus parentes e às Amigas e Amigos.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.br) é autor dos livros Um lenço, um folheto e a roupa do corpo (2016) e Por quê? Crônicas de um questionador (2017). É jornalista desde 1º de maio de 1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (Turma de 2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (Turma de 2013/2015).
27/07/2018 21:51:17 (pelo horário da Costa Leste dos EUA)
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