Por quê? (423) – Carta aberta à Família Stipp
Cláudio Amaral
Tenho em mãos um pesado envelope que você me mandou
pelos Correios no dia 28 de Outubro de 2016.
Ele, o pesado envelope, foi postado na ACCI Chiquinha
de Mattos, em Taubaté.
Você se lembra disso, Cara Amiga?
Pois então se prepare porque na sequência você
receberá detalhes e mais detalhes a respeito.
Saudações Paulistanas do Cidadão que teve no seu pai,
o saudoso Jornalista Stipp Júnior, o Padrinho de ingresso nas páginas do jornal
O Estado de S. Paulo, na época, 1969, o maior jornal do País.
Com carinho e muito afeto lembro-me, como se
fosse hoje, o dia em que o meu então chefe, o Jornalista Irigino Camargo, me
chamou desde o balcão de entrada do Jornal do Comércio de Marília.
- Cláudio, venha cá. Mas venha logo.
Em menos de 20 segundo estava eu lá, junto a ele e a
um outro cidadão que eu desconhecia e me foi apresentado no ato.
- Cláudio, esse é o cidadão Stipp Júnior. Stipp,
essa é a pessoa de quem lhe falei agora mesma. É novo correspondente do Estadão
aqui em Marília.
Assustado, gaguejei, estendi a mão direita e disse: Prazer.
Stipp também estava assustado. Ele não esperava por
aquelas palavras do meu chefe. E logo me chamou para um gole de qualquer coisa
no bar da frente, do outro lado da Rua 9 de Julho.
Fomos, nos sentamos, ele pediu dois copos e bebidas. Não
me lembro o que ele bebeu, mas lembro-me perfeitamente de ter dito: Pra mim
um Fanta Laranja.
Conversamos por uma hora, quase duas. E ele me
explicou que havia ido a Marília, cidade natal dele, para vender uma casa que
havia sido comprada pelo pai, o Médico Paulo Stipp. E, de quebra, o chefe dos correspondentes
do Estadão, Raul Martins Bastos, o encarregara de encontrar um repórter para
apurar informações e escrever para o jornal da Família Mesquita.
- Você topa?
Sem pensar e sem pestanejar, eu disse sim.
No dia seguinte eu estava correspondente do Estadão e
acompanhando Stipp Júnior numa visita à Faculdade de Medicina de Marília.
- Preste atenção porque eu vou te dar uma ideia de
como trabalham os repórteres do Estadão, ele me disse. E eu prestei.
Prestei atenção ao máximo.
Dali em diante se passaram cinco anos em que trabalhei
para o Estadão em Marília (primeiro como correspondente local e depois como
regional), em Campinas e em São Paulo, de onde viajei pelos mais diferentes
cantos do Brasil e até para a Itália.
Até o dia em que o dever me chamou para outras missões
e cheguei ao segundo semestre de 2016. Em Outubro daquele ano eu consegui tirar
do papel o texto do meu primeiro livro: Um lenço, um folheto e a roupa do
corpo: A estória do Jornalista Católico Apostólico Praticante que ficou 40 dias
e 40 noites perambulando pelas ruas de São Paulo...
Obra pronta, graças à colaboração de Amigos como (e
principalmente) Gabriel Emídio, Ferrari Júnior, Carlos Conde e Antônio Hércules
Júnior... fui em busca de outros Amigos e Amigas acumulados ao longo de décadas
e mais décadas de vida.
E foi nessa época que voltei a me lembrar de Stipp
Júnior, que, infelizmente, havia nos deixado no dia 10 de Janeiro de 2003. Mas a
filha dele, Anaísa, a sexta, me recebeu de braços abertos e publicou a notícia
do meu primeiro livro na capa e na página 4 do bravo Diário de Taubaté.
Como se isso não bastasse, ela ainda me mandou a
seguinte carta:
Amigo Cláudio. Envio-lhe 05
exemplares do jornal Diário de Taubaté e também um exemplar do livro de comemoração
lançado em 2010, pelos 35 anos da fundação do jornal e em memória do meu pai, o
fundador Jornalista Stipp Júnior. Agradeço-lhe pelas recordações e gostaria de
receber um exemplar do seu livro “Um lenço, um folheto e a roupa do corpo”. Um
grande abraço da amiga Anaísa Stipp. 27/10/2016. Taubaté-SP.
Hoje, 13 de Dezembro de 2021, ao longo de um dia de chuva intensa na Capital
paulista, reencontrei o material que me fora enviado pela Amiga Anaísa. Aproveitei
e folheei as quase 100 páginas do exemplar de número 347 (de 600 exemplares) do
livro Diário de Taubaté 35 anos de ousadia, assinado pela Jornalista Iára de Carvalho.
Reli e fiquei encantado com os feitos ali relatados em torno das
conquistas da Família Stipp e da Equipe do Diário de Taubaté.
Ao final, parei, respirei fundo e pensei:
Como foi
bom ter conhecido o Jornalista Stipp Júnior.
(*) Cláudio
Amaral (clamaral@uol.com.br) é Católico Apostólico
Romano, Corinthiano e devoto de Santo Agostinho e Santa Rita de Cássia. É autor
dos livros Um lenço, um
folheto e a roupa do corpo (2016) e Por quê? Crônicas de um questionador (2017). É
Jornalista desde 01/05/1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (2003)
e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015).
13/12/2021 21:25:33 (pelo horário de Brasília)
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