Por quê? (437) – Falando de livros

Cláudio Amaral

Tive oportunidade de falar à Escritora Juliana Ester Lunkes, minha Amiga Uli, na tarde deste sábado, 1º de Abril de 2023. Foi pelo Instagram, das 14 às 15 horas. Falamos dos nossos livros (os meus e os delas), do nosso trabalho como Escritores e dos Escritores de nossas preferências.

Quem é Cláudio Amaral? Sou Jornalista desde 1º de Maio de 1968. Naquela data, como Repórter do Jornal do Comércio de Marília, fiz uma reportagem a respeito das comemorações do Dia do Trabalho em Adamantina, no Interior de São Paulo, onde nasci.

E desde então você é Jornalista, só Jornalista? Eu nunca fui só Jornalista. Eu tinha 18 para 19 anos de idade e trabalhava desde os seis anos com o meu pai, que era tintureiro e chapeleiro. Trabalhei como auxiliar de vendedor de rádios e máquinas de costura com meu Amigo Ademar Hayashi pelos caminhos rurais de Adamantina. Fui aprendiz de Fotógrafo no Foto Linense de Adamantina e em seguida locutor da Rádio Brasil de Adamantina. Foi quando o Jornal do Comércio de Marília apareceu na minha vida.

E por onde mais você passou como Jornalista? De Adamantina eu fui para Marília a convite do Jornalista Irigino Camargo, meu primeiro editor e Professor de Jornalismo. Depois fui admitido como Correspondente do Estadão em Marília e região. Em fins de 1970 fui transferido para Campinas e seis meses após fui chamado pelo Chefe dos Correspondentes para a sede-central do Estadão, em São Paulo. De lá fiz incontáveis viagens pelo Brasil e para a Itália. Saí do Estadão e fui para a Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, porque havia me especializado em Agricultura e Abastecimento.

E você nunca mais voltou a trabalhar em jornal? Voltei, sim. Voltei para o Grupo Folha de S. Paulo e dois anos passados fui para o Jornal do Brasil. Passei um tempo no Correio Braziliense e em seguida me mudei para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde por seis meses fui Diretor de Redação do segundo maior diário do Estado: O Estado do Mato Grosso do Sul. Os meus próximos passos foram em Franca, no Interior paulista, e em Santos, no litoral.

Sempre como Repórter? Nem sempre como Repórter. Até porque ganhei experiência e fui subindo na carreira. Fui Gerente de Redação na Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Editor-Consultor no diário Comércio da Franca, em Franca. E fui também Editor-Executivo na equipe do Editor-Chefe Wilson Marini, na A Tribuna de Santos.

E quando começou a carreira de Escritor? Em Abril de 2003, quando tive a ideia de escrever Um lenço, um folheto e a roupa do corpo, que foi o meu primeiro livro.

E a publicação veio de imediato? Que nada. Demorou 13 anos. A publicação se deu apenas em 2016, quando eu conheci a plataforma PerSe de auto publicação. Na época eu já havia começado a escrever crônicas e o próximo livro foi a reunião das 100 primeiras delas: Por quê? Crônicas de um questionador, livro publicado em 2017 com o apoio do Editor Sidney Guerra.

E como surgiu a ideia de escrever Biografias? Em 2013 eu já estava me aventurando nas Biografias, mas sentia falta de metodologia. Foi quando decidi cursar minha terceira faculdade. Fui então fazer Licenciatura em História e, ao me formar, em fins de 2015, me especializei em escrever histórias de pessoas.

E quantas Biografias você já escreveu? Duas. A primeira foi a respeito da vida do casal Julia e Affonso Chaves, a pedido do Amigo Affonso Chaves Júnior, o primeiro de cinco filhos deles. Essa foi publicada em 2021 e me deu muitas alegrais. Até porque foi a primeira integralmente escrita por mim.

E a segunda? A segunda é o livro da minha vida.

Por quê? Porque é a História de vida, sacrifícios, conquistas e muitos sofrimentos de um dos 25.000 brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial.

E você trabalhou sozinho nessa produção? De jeito algum. Trabalhei com uma pequena, mas aguerrida equipe. Trabalhei desde que conheci o protagonista da História, o Cidadão José Padilla Bravos, nascido em 1922, numa pequena localidade situada bem próximo a Bauru, no centro do Estado de São Paulo. Ele viveu 77 anos, morreu e está sepultado em Marília.

E o que te motivou a escrever a História dele? Fui motivado pelo fato dele ser um Herói da Segunda Guerra Mundial. Fui apresentado a ele em 1969, quando comecei a namorar aquela que viria a ser minha esposa e mãe dos meus filhos, Sueli Teresinha Bravos. Ele era Jornalista e escrevia no diário Correio de Marília. Escrevia crônicas e era um ferrenho defensor dos pobres e oprimidos. Escrevia textos interessantes, tão interessantes, que eu logo quis transformá-los em livros.

E ele concordou? Nunca! Jamais. E quando eu insistia, ele dizia: “Não! Quando eu morrer você publica”. E foi o que eu fiz com a ajuda da esposa dele, Aparecida Grenci Bravos, a Dona Cidinha; com a colaboração da minha esposa Sueli; com a parceria do Revisor Gabriel Emídio; e com a colaboração do Editor Adriano Patriani, gestor da Editora Patriani, de Marília.

E desde quando o livro está publicado? O lançamento foi no dia 7 de Abril de 2022, na Biblioteca Municipal de Marília, porque naquela data ele, mais conhecido como Jornal Arnaldo, completaria 100 anos.

E por que em Marília? Porque ele era o mais mariliense de todos os marilienses que eu conheci. Tudo, para ele, era Marília, que ele chamava de A Cidade Menina. Foi por isso que nós escolhemos fazer a produção em Marília, na Editora Patriani, e o lançamento na Biblioteca Municipal de Marília.

E qual foi o título que você escolheu para nomear aquele que você chama O LIVRO DA MINHA VIDA? O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos).

E por que você escolheu esse título? Porque ele havia lutado na Segunda Guerra Mundial como a patente de Cabo, era conhecido como Cabo Padilla, e também porque ele passou mais de 50 anos, desde a volta ao Brasil, em 1945, até a morte, em 1999, exercendo a nobre profissão de Jornalista, usando o pseudônimo de José Arnaldo.

E como você conseguiu viabilizar essa publicação? Graças ao investimento inicial da Sueli, que bancou a obra toda. Mas graças também ao apoio financeiro de mais de uma centena de leitores que acreditaram no projeto e compraram esse documento histórico que é de Marília e do Brasil.

Para finalizar, o que você gostaria de destacar nesse livro-biografia? O Diário de um Combatente da FEB na Segunda Guerra Mundial. Trata-se de um texto que José Arnaldo escreveu em Marília, em 1945, e guardou com ele, a sete chaves, até o dia em que o tornamos público, no dia 7 de Abril de 2022.

(*) Cláudio Amaral (claudioamaral49@gmail.comé Católico Apostólico Romano. Patriota. Autor do livro-biografia O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos). É Jornalista desde 01/05/1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015).

01/04/2023 16:44:34 (pelo horário de Brasília)

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