Por quê? (438) – A fúria de papéis espalhados

 

O livro de Darlan Zurc clicado por Carlos Sílvio/Paiaiá na Conectados

Cláudio Amaral

Se você, como eu, tem gosto pela posse e leitura de bons livros, aqui vai uma dica que classifico como das mais preciosas, oportunas e certeiras: A fúria de papéis espalhados.

O autor é Darlan Zurc, Professor, Escritor e Historiador.

Baiano de Nova Soure, Darlan é acadêmico em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que fisicamente trocou por São Paulo, mas só fisicamente, porque o coração e a alma dele seguem lá no sertão.

Darlan trocou a Bahia por São Paulo com o desejo de seguir aprendendo, escrevendo e ensinando “com realismo e elegância crítica”, como escreveu o Professor Raimundo Gama. E deu continuidade a tudo isso com competência, dedicação e honestidade. Tanto que mereceu outro elogio do mestre, pelo fato de que “ouvia, inquieto, discutir civilização humana nas aulas de Filosofia”. E recebeu ainda uma observação das mais importantes de Gama, que considerou “a leitura dessa obra um caminhar com descobertas no campo da História, da Filosofia, do Jornalismo e da Economia, os quais completam uma visão mais alegre e distinta de vida”.

A dedicação e o empenho de Darlan foram tão intensos que ele conseguiu mais dois elogios em terras paulistanas: “Muito crítico”, segundo a Folha de S. Paulo, um dos maiores diários do Brasil, e “Ele escreve bonito”, de acordo com a Rádio CBN.

Isso tudo não surgiu de graça na vida de Darlan Zurc. Até porque, antes mesmo de deixar Feira de Santana, ele recebeu outro elogio destacado. E desta vez do Padre Otávio Gonçalves da Silva, que escreveu: “Desde jovenzinho (Darlan), já demonstrava seu amor às letras, que se fortaleceu com a atividade literária e o exercício do magistério”. Foi com base nessas observações que o sacerdote previu: “À sua frente, um futuro promissor”.

Mas, afinal, do que se trata o livro A fúria de papéis espalhados? É o autor quem responde a essa questão: “É uma coletânea de textos de não ficção, das áreas de Ciências Humanas e Filosofia, produzidos entre o final da década de 1990 e o ano de 2004”. Naquela época, o estudante Darlan Oliveira Cruz, que logo adotou o nome profissional de Darlan Zurc, atuava como crítico e era influenciado, entre outros, pelo estilo ácido e enciclopédico do Jornalista Paulo Francis (1930-1997).

Quem o conhece o autor desde então afirma, sem medo de errar: “Os temas escolhidos na ocasião foram tratados com desembaraço e veemência”. Como, por exemplo, os artigos Paulo Francis vende mais porque é fresquinho e Três excrementos. Ambos estão nas páginas de A fúria de papéis espalhados, que nos oferece um total de 24 artigos ao longo de 172 páginas ricamente ilustradas.

Editado em 2020 por uma das maiores e mais conceituadas casas publicadoras do País, a Scortecci, o livro de Darlan nos oferece, além das análises de textos de Paulo Francis, comentários a respeito de autores como Stendhal, dos poetas Vinicius de Moraes, Jarbas Cruz e Silvério Duque, trata, também, de temas abordados por gente do calibre de Agostinho Nascimento, Lucifrance Castro, Padre Vieira, Olavo de Carvalho, William Waack, Enéas Carneiro, Paul Rivet, Ruy Barbosa, Israel Pinheiro, Laura de Mello e Souza, Caio Prado Jr., Stuart B. Schwartz, Denilson Santana e Aristóteles.

Como se tudo isso não bastasse, Darlan Zurc se aventurou a questionar a importância do materialismo histórico e a analisar o conceito de modo de produção, do comportamento da esquerda, de livros sobre a política no Brasil e no mundo, assim como a respeito do capitalismo, da direita, da pós-modernidade e, ainda, os dez anos do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em 2001.

Trata-se, portanto, de um livro valioso. Tão valioso que foi comigo para os Estados Unidos, em Junho de 2022. Lá, em férias, devorei-o até onde eu pude, concluindo a leitura às 23h43 do dia 13 daquele mês.

(*) Cláudio Amaral (claudioamaral49@gmail.comé Católico Apostólico Romano. Patriota. Autor do livro-biografia O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos). É Jornalista desde 01/05/1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015).

02/04/2023 19:26:28 (pelo horário de Brasília)

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