Por quê? (439) – Os 101 anos de José Padilla Bravos

O jovem Cabo Padilla pronto para ir à Segunda Guerra Mundial
O Jornalista José Arnaldo na Redação do Correio, em Marília (SP)

José Padilla Bravos e Aparecida Grenci Bravos


Cláudio Amaral

Se vivo estivesse, o Cidadão José Padilla Bravos (o Seu Zeca, como eu o chamava) estaria a completar 101 anos. Exatamente neste dia 7 de Abril de 2023.

Ele nasceu a 7 de Abril de 1922 e viveu parte da infância na pequena cidade paulista de Avaí, localizada logo após Bauru.

Depois mudou-se para outro pequeno município, Cafelândia.

De lá foi para uma localidade maior, Lins, onde se alistou no glorioso Exército e foi mandado para a Itália para lutar na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Na volta, logo após a batalha final, a tomada de Monte Castello, o conhecido Cabo Padilla foi para Marília, onde estava a maior parte da família. E lá se dedicou a atividade que ele mais gostava: escrever.

E como escriba (como ele gostava de se identificar), ele escreveu, escreveu e escreveu até o final da vida, em 1999.

Escreveu principalmente no jornal diário Correio de Marília.

Produziu, seguramente, cerca de 10.000 textos, ou seja, 250 por ano ao longo de 40 anos.

Todos sob o pseudônimo de José Arnaldo, porque, paralelamente, ele tinha outras atividades profissionais. Entre elas, foi Tesoureiro da Caixa Econômica do Estado de São Paulo.

Você que não teve a felicidade de conhecer José Arnaldo deve estar a se perguntar as razões que me levam a escrever dele. E eu digo: simplesmente porque entendo que ele merece e precisa ser lembrado sempre e para sempre. E, no que depende de mim, isso acontecerá todos os dias da minha vida.

Para o escriba José Arnaldo, Marília era a “Cidade Menina”, como ele gostava de escrever.

E como ele gostava de escrever bem de Marília.

E como ele ficava nervoso, raivoso, quando alguém criticava Marília.

Ele, José Arnaldo, podia criticar Marília. Outra pessoa, não. Fosse quem fosse.

José Arnaldo criticou – e muito – os políticos de Marília. Muitos políticos. “Meteu o pau”, como ele dizia, em vereadores, prefeitos e deputados.

Fez campanha contra todos que trabalhavam sem levar em consideração os interesses de Marília. Especialmente no caso dos eleitores que votavam em candidatos de fora, fossem eles concorrentes à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo ou pretendentes a uma cadeira no Congresso Nacional, em Brasília.

José Arnaldo queria todos os marilienses votando em candidatos locais. Estes nem precisavam ter nascidos em Marília, como ele não veio ao mundo em território mariliense, mas tinham, obrigatoriamente, que ter uma vida pública inteiramente dedicada aos interesses da “Capital da Alta Paulista”, outra expressão preferida por ele.

E José Arnaldo tanto fez que conseguiu ver políticos de Marília tanto no Palácio 9 de Julho, em São Paulo, como no Congresso Nacional, em Brasília.

José Arnaldo tinha cara de bravo. Era visto por muitos como carrancudo e sem senso de humor.

Mas eu, como genro, e os Amigos dele podemos garantir que não era sempre assim. Ele sabia ser sorridente, contar causos e piadas. Sabia mais: escrevia como poucos. E escrevia muito bem.

José Arnaldo tinha um carinho especial pela esposa Cidinha (falecida no dia 7 de Dezembro de 2021, aos 93 anos) e pelos filhos, todos os filhos, mas especialmente pelas “meninas”, como ele gostava de se referir às duas filhas: Sueli e Salete.

Ele morreu cedo. Ou bem mais cedo do que nós todos gostaríamos. Nos deixou a 15 de Agosto de 1999, aos 77 anos.

Costumo dizer – e escrever, sempre que tenho oportunidade – que José Arnaldo foi “o mais mariliense de todos os marilienses”. E mais: tenho provas e mais provas de que ele foi, além de um bairrista, um brasileiro como poucos. 

A quem interessar possa: o livro-biografia O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos) ainda está disponível e pode ser encomendado aos autores (Cláudio Amaral e Sueli Bravos, pelo WhatsApp 11999957621) e ou na loja da Editora Patriani (pelo site https://loja.epatriani.com.br/100anos).

(*) Cláudio Amaral (claudioamaral49@gmail.comé Católico Apostólico Romano. Patriota. Autor do livro-biografia O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos). É Jornalista desde 01/05/1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015).

06/04/2023 21:44:44 (pelo horário de Brasília)

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