Por quê? (430) – Biografia e Guerra


Cláudio Amaral

Estou a viver uma nova – e boa – fase desta minha vida de 73 anos.

E já era tempo, Amigas e Amigos de São Paulo, da nossa Amada Pátria Brasil e do mundo.

Já era tempo porque até esta data (11 de Novembro de 2022) a barra esteve pesada.

Esteve pesada porque trabalhamos duro na produção final e no lançamento do livro-biografia O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos) e na divulgação desta que considero a obra da minha vida.

A Sueli Bravos (filha do personagem principal) e o produtor Adriano Patriani dizem o mesmo.

Agora, entretanto, a maioria das barreiras está vencida, ainda que faltem menos de três dezenas de exemplares para atingirmos o equilíbrio do investimento feito nesta obra em que contamos a vida e os feitos do Cidadão José Padilla Bravos (1922-1999), que, como Cabo Padilla, lutou na Segunda Guerra Mundial (1942-1945) ao lado de outros 25.000 soldados brasileiros.

Está superada, também, uma outra guerra ingrata: a das eleições de 30 de Outubro, mesmo que outras tantas batalhas ainda seguem em andamento pelo Brasil e o mundo.

Mas, pessoalmente, me considero em outra fase da minha vida.

Uma fase em que tive a felicidade de descobrir dois assuntos preferidos numa leitura só: a Biografia e a Segunda Guerra Mundial.

E isso só me foi possível quando peguei e comecei a ler um livro perdido entre muitos outros que se encontram aqui na minha coleção: Eu Sou Uma Pergunta – A Biografia de Clarice Lispector (foto), escrita por Teresa Cristina Montero Ferreira e editada pela Rocco (Rio de Janeiro, 1999).

A obra narra as aventuras de uma das maiores e mais brilhantes Escritoras que entre nós viveu, depois que aqui chegou vinda da Rússia.

De leitura fácil, envolvente e atraente, a vida de Clarice Lispector (1920-1977) tem me deixado intrigado, como Biógrafo e autor de pelo menos duas Biografias: Julia e Affonso: Uma vida de Amor, respeito mútuo e exemplar para todos nós (Ponto Vital, Curitiba, PR, 2021) e O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos), lançada pela Editora Patriani (Marília, SP, 2022).

As duas obras têm algo importante em comum: a Biografia e a Segunda Guerra Mundial.

Sim, porque, lendo a respeito da vida de Clarice Lispector fiquei sabendo que ela também esteve na Segunda Guerra Mundial, ainda que involuntariamente. Porque, ao acompanhar o marido, o diplomata Maury Gurgel Valente (1943-1959), ela foi viver em Nápoles, na Itália, exatamente quando se desenvolvia o conflito entre os soldados dos países aliados (Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, entre outros) e do Eixo (Alemanha, Japão e Itália).

Nenhuma referência a ela pudemos encontrar nos escritos que nos foram deixados pelo Cabo Padilla. Por que não(?), eu me perguntei e questionei minha parceira nesta obra, Sueli Bravos.

A resposta é simples: porque em nenhum momento eles se encontraram na Itália. A Escritora Clarice Lispector não esteve nas frentes de batalhas; transitou (e deu apoio importante) apenas junto aos soldados feridos. E ele, o Cabo Padilla, nunca esteve internado; ele voltou ileso ao Brasil, ainda que estivesse sempre na linha de frente, como radio operador, aquele profissional que tinha a difícil e perigosa missão de observar e passar informações a respeito dos deslocamentos das tropas inimigas.

Que felicidade eu tenho sentido nestes dias de leitura ávida da Biografia de Clarice Lispector.

(*) Cláudio Amaral (claudioamaral49@gmail.comé Católico Apostólico Romano. Autor do livro-biografia O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos). É Jornalista desde 01/05/1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015).

11/11/2022 18:27:43 (pelo horário de Brasília)

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