Por quê? (434) – Preferências linguísticas
Cláudio Amaral
Eu tenho. E você?
Sim, eu tenho minhas preferências linguísticas.
Mas, inúmeras vezes, ouvi que isso é coisa de
perfeccionista.
Pior: coisa de pessoa chata.
Eu costumo dizer que não. Nem coisa de perfeccionista,
nem de pessoa chata.
De pessoa metódica, talvez.
Aliás, por falar em pessoa metódica, lembro-me que, durante
o meu curso de Licenciatura em História, na FMU, em São Paulo, entre Fevereiro
de 2013 e Dezembro de 2015, ouvi muitas vezes que eu era uma pessoa metódica.
Tão metódica que poderia ser membro da Escola dos Annales
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_dos_Annales).
Pois bem: prestes a completar 73 anos de vida, dia 3
de Dezembro de 2022, considero-me um detalhista.
Sou e assim fui ao longo de boa parte desta minha
vida, que, para mim, foi uma vida bem vivida.
E por que me considero um detalhista?
Porque sempre me apeguei e dei importância a
detalhes.
Bobos ou não, importantes ou sem importância, gosto
de escrever bem, corretamente.
Exemplificando: faço questão de falar e escrever jantar
e não janta, como se ouve muito por aí.
Dizem que é frescura, mas eu digo que não; é só uma questão
de adotar e praticar a linguagem culta.
Outro exemplo: ao invés de a sua, eu prefiro
falar e ou escrever a dele ou a dela, quando me refiro a um
objeto ou coisa pertencente a uma determinada pessoa. Por quê? Porque fica mais
claro e não corremos o risco de cometer equívoco.
Por sinal, essa foi uma forma de escrita e ou comunicação
que pratiquei e ensinei em todas as redações pelas quais passei, desde ingressei
no Jornal do Comércio de Marília, no dia 6 de Janeiro de 1969, por obra e graça
do Mestre Irigino Camargo.
Data é outro detalhe ao qual me apego sempre. E,
desde que me apeguei a esses detalhes, escrevo, por exemplo, os meses com a
primeira letra maiúscula: Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho, Julho,
Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro.
Portanto, se você, caro e-leitor, se deparar com algo
grafado diferente disso, saiba que saiu por acaso da minha mente.
E assim tenho sido e me comportado ao longo de todos
esses anos.
Hoje, 28 de Novembro de 2022, assistindo ao jogo do
Brasil contra a Suíça, pelo Mundial do Catar, vi uma propaganda em que estava
escrito Impossibel is nothing.
Imediatamente fui procurar a tradução e encontrei Nada
é impossível.
Com a minha mania ou apego aos detalhes, eu teria escrito
Tudo é possível.
Por quê(?), você deve estar perguntado. Simplesmente
porque entendo que é assim que deve ser. Ou seja: na forma direta.
Outro detalhe: sempre que possível, procuro evitar o uso
de palavras negativas, tipo não ou nada.
Se você me acha metido ou soberbo, esqueça. Sou um
ser dos mais humildes. Tanto que, quando eu era Diretor de Redação no diário O
Estado do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande (MS), aceitei, humildemente, uma observação
que foi feita por um dos meus imediatos, o conceituado Jornalista Nelson Urt.
Ele, ao examinar um título meu, observou, sem constrangimento:
- Em título deve-se evitar a palavra que.
Acolhi de imediato e agradeci a sugestão.
E você, caro e-leitor? Você concorda comigo ou não?
Você também me acha um chato, um pentelho, um metódico, um detalhista?
Pelo sim, pelo não, te convido a se comunicar comigo
e me dar a opinião que você tem a esse respeito.
Desde já, agradecido estou.
(*) Cláudio Amaral (claudioamaral49@gmail.com) é Católico Apostólico Romano. Patriota. Autor do livro-biografia O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos). É Jornalista desde 01/05/1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015).
28/11/2022 20:00:31 (pelo horário de Brasília)
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