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Mostrando postagens de outubro, 2010

Por quê? (214) O futuro do Planeta

Cláudio Amaral Há mais de 60 anos, quando nasci, essa história de futuro do Planeta era coisa sem importância. Ou melhor: praticamente sem importância. Hoje, em pleno século 21, esse é o assunto mais importante do momento. Pois bem: esta semana, na fila do caixa do Pão de Açúcar da loja da Rua Domingos de Moraes, quase esquina com o Largo Ana Rosa, presenciei uma brava discussão a respeito. O assunto? Exatamente este, ou seja: o futuro do Planeta. E cada um tinha um caso para contar. A moça do caixa falou que as duas sobrinhas só queriam saber qual é o Planeta que elas vão herdar. Minha mulher contou que Beatriz, filha de Cláudia e Marcio Gouvêa, vive dizendo que é inadmissível (embora ela nunca tenha usado exatamente esta palavra) jogar papel higiênico no vaso sanitário, por exemplo. Eu também entrei na conversa para falar que Marcela (ou seria a Mariana?), uma das filhas dos meus amigos Mario Evangelista e Mônica Ribeiro, é a maior fiscal do meio ambiente em matéria de economia de ág

Por quê? (213) O prazer de usar gravata

Cláudio Amaral Você conhece alguém que tem prazer de usar gravata? Gravata, camisa (branca, de preferência), um terno bem cortado e costurado, um par de meias e outro de sapatos? Pergunto porque – sempre que pude – trabalhei assim. E hoje, voltando da padaria Recanto Doce, aqui do bairro da Aclimação, na zona sul de São Paulo, onde moro, meu olhar foi atraído por um senhor da minha idade (algo em torno de 60 anos). Ele caminhava em sentido contrário ao meu, na Rua Paula Ney, logo após a feira de terça-feira frequentada por Sueli, minha mulher. E com isso me fez lembrar dos meus bons tempos de terno e gravata, mais camisa branca, meias e sapatos pretos (ou marrom, sabe-se lá). Gostava tanto de usar gravata que até quando não era obrigado eu usava. Na minha primeira apresentação pública, em Bastos, no Interior paulista, por exemplo, quando me coloquei a defender uma tese perante os olhares de centenas de olhinhos puxados de seguidores da Seicho-No-Iê. A gravata era fininha, de duas tiras

Por quê? (212) Minha diferença

Cláudio Amaral O acesso à garagem existente na Rua Gregório Serrão, 51, aqui na Aclimação, tem sido minha diferença desde o dia 17 de dezembro de 2009. Foi naquele dia que Sueli e eu nos vimos obrigados a deixar o apartamento 71 do edifício de número 555 da Avenida Dr. Epitácio Pessoa, junto ao canal 6, em Santos. Hoje (15 de setembro de 2010), por exemplo, fiquei três horas sem ter como sair da garagem de casa, que fica exatamente na Rua Gregório Serrão, 51. O motivo foi a desatenção (ou algo parecido) de um motorista de um Kadet de cor preta. O motorista colocou seu veículo a obstruir quase um metro da porta de entrada da garagem do meu Honda Fit vermelho (como uma Ferrari). Abri a porta de minha residência, liguei a televisão e ali fiquei à espera dele, o motorista. Mais de uma hora depois – e contrariando meus princípios – estampei um aviso no para-brisa do automóvel dele. Almocei na sala, com o prato nas mãos – também contrariando meus costumes. E nada. Logo após o almoço, o motor

Por quê? (211) Silêncio mortal (2)

Cláudio Amaral Jamais um texto meu causou tanta polêmica como o anterior, intitulado “Silêncio mortal”. Nele eu contava três casos e me referia às mortes de um Amigo residente em Curitiba e de um colega morador em São Paulo. Relatava, também, que está doente uma vizinha aqui da Aclimação, na Capital paulista, que prefere o anonimato. Referia-me, sobretudo, à reportagem de capa da revista Veja da última semana de abril de 2010, cujo título é “Ajuda para morrer”. Escrevi sobre o chocante texto de Adriana Dias Lopes, que entrevistou médicos e pacientes. E terminei com o seguinte parágrafo: “Cada vez mais eu concordo com os médicos que agem assim, ainda que eu não me sinta encorajado a me isolar, mesmo sabendo que esteja condenado a conviver com uma doença incurável”. Foi o suficiente para que no mesmo dia eu recebesse telefonemas de amigos e conhecidos me perguntando: qual é a “doença incurável” que me afeta? Nenhuma! Felizmente, nenhuma! Pelo menos que eu saiba.

Por quê? (210) Silêncio mortal

Cláudio Amaral Meu Amigo Creso Moraes, residente em Curitiba, sumiu por meses e só no dia da morte dele é que fiquei sabendo que passava os dias dizendo que a vida não tinha mais sentido. Antônio De Salvo, morador em São Paulo e outro cidadão do meu relacionamento, que nos deixou no mesmo ano (2008), havia ficado recluso por meses e não queria visitas. Uma vizinha nossa aqui na Aclimação, em São Paulo, cujo nome eu omito porque sei que ela assim prefere, também está vivendo só por opção. Esses são apenas três de muitos casos que conheço de gente que se isola na doença. Em geral porque estão em estado terminal, ou seja, com os dias contados, ainda que não saibamos quantos dias a pessoa continuará vivendo. Ainda em 2008 fui buscar explicações para isso e alguém me disse que as pessoas são assim mesmo: isolam-se para que outros não tomem conhecimento dos seus sofrimentos. Na última semana de abril de 2010 a Editora Abril fez capa da revista Veja com o tema “Ajuda para morrer”. Dizia, tamb