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Mostrando postagens de 2008

Por quê? (140) A figura voltou

Cláudio Amaral Imagine, caro e-leitor, qual foi a primeira pessoa que encontrei ao chegar a São Paulo para as festas de Natal 2008? Sim... você acertou: aquela figura no mínimo inusitada , à qual me referi pela primeira vez no dia 9 de janeiro de 2008, uma quarta-feira. Até parece que ela estava a me esperar. E... olhe que eu fiquei três meses vivendo em Santos, mais precisamente na “Capital da Baixada Santista”. Pois ela, a figura, me esperou, pacientemente. Sem dizer “alô”, nem “bom dia”, muito menos “feliz Natal”, ela, a figura, grudou em mim e me seguiu durante os dias 25 e 26 de dezembro de 2008. No dia do Natal ela não teve chance porque eu fiquei em família de sol a sol. Mas... hoje, sexta-feira, 26, não teve jeito: ela se escorou em mim novamente e não me largou enquanto eu fiquei perambulando pelas ruas paulistanas. Acompanhou-me ao Banco Itaú, onde fui pagar uma conta. Foi e voltou ao meu lado. Depois do almoço, grudada, foi comigo a três locais onde trabalhei ao longo dos pr

Por quê? (139) Natal 2008

Cláudio Amaral Hoje não tem Santos. Hoje não tem praias. Hoje não tem concertos ao ar livre, nem no Coliseu, nem no Theatro Guarany. Hoje não tem caminhada com os pés nas águas do Oceano Atlântico. Hoje não tem A Tribuna. Hoje não tem as alegrias da Baixada Santista, nem da “Capital da Baixada Santista”. Hoje é Natal. Hoje estou de volta a São Paulo, a cidade onde cheguei há quase 40 anos. Hoje revejo minha família, minha casa, minha rua, meu bairro, meus Amigos. Hoje eu volto a digitar e a blogar os textos do meu inesquecível sogro, o jornalista José Padilla Bravos, o Zé Arnaldo, que nos deixou no dia 15 de agosto de 1999. Hoje é dia de voltar a brincar com a pequena, linda e graciosa Be(bê)atriz, que aos 18 meses de vida está, finalmente, começando a dizer “vovó” e “vovô”. Hoje é dia de retornar à celebração da Missa na Igreja de Santa Rita de Cássia, na Rua Dona Ignácia Uchoa, na Vila Mariana. Hoje é dia de rever o Padre Lucas e com ele rezar o “Pai Nosso que está no céu...”. Hoje é

Por quê? (138) Um privilégio

Cláudio Amaral Santos é uma cidade de praias. Praias, praias e mais praias. Em Santos tem a Praia do Gonzaga, a mais famosa de todas. Tem a Praia do Embaré, a Praia da Aparecida (bairro em que moramos, Sueli e eu num apartamento, Mônica e Mário Evangelista numa casa de vila, ambos junto ao Canal 6) e tem ainda a Ponta da Praia (onde vive a família Marini: Wilson, Salete e Samuel, também numa casa, térrea, espaçosa e confortável). Santos tem outras tantas praias. Tem a Praia do José Menino, a Praia da Pompéia, a Praia do Boqueirão e a Praia do Embaré, não necessariamente nesta ordem. Mas... Santos tem mais, muito mais do que praias. Santos tem o Centro Histórico e uma programação cultural de fazer inveja para os grandes centros urbanos do Brasil. Dentro do Centro Histórico tem, por exemplo, o Teatro Coliseu. E foi no Coliseu que assisti, na noite de sábado, 20 de dezembro de 2008, uma inesquecível apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal. Sob a batuta do Maestro Luís Gustavo Petri,

Por quê? (137) Sou louco por ti...

Cláudio Amaral Eu seria louco (mais, muito mais do que já sou) se negasse que estou feliz com a contratação de Ronaldão pelo Corinthians. Estou feliz. Muito feliz. Mas... nem sempre foi assim. Sempre reconheci méritos em Ronaldão. Nunca, entretanto, aceitei que ele é um fenômeno. Jamais. Desde os tempos em que ele começou a brilhar no Cruzeiro, em Belo Horizonte, em 1993/94, eu digo que fenomenal, mesmo, só Pelé. E assim foi por todos estes mais de 14 anos. Vibrei, sim, com as jogadas geniais dele no PSV, jogando em gramados da Holanda e da Europa, em 1996; em 1997, no Barcelona, meu time de preferência na Espanha; na Inter de Milão (Itália) e no Real Madrid (Espanha). E como vibrei com as jogadas e os gols que Ronaldão fez com a camisa da seleção brasileira. Mas... fenômeno, não. Contra tudo e contra todos, disse e repito: fenômeno, não. Pois bem: quando a notícia de que ele iria para o meu Corinthians começou a pipocar na Internet, na manhã de terça-feira, 10 de dezembro de 2008, fiz

Por quê? (136) O marzarzão

Cláudio Amaral Acordo impreterivelmente às 6 horas da manhã. Claro... às vezes um pouco antes. Especialmente depois que meu relógio biológico se acostumou e minha mente assimilou que devo estar na Redação de A Tribuna entre 7h e 8h. Acordado, esticado, necessidades fisiológicas feitas... vou para a janela da sala do apartamento que me abriga desde 1º de novembro de 2008. Da janela, que ainda não tem cortina (e nem sei se um dia terá), vejo o mar. O mar, não! Vejo o marzarzão, como eu gosto de dizer. Sinto-me imensamente feliz e tão privilegiado, que meu primeiro ato é fazer o sinal da cruz e agradecer: - Obrigado, Senhor, por me permitir estar aqui . - Obrigado, Senhor, por me permitir chegar até aqui . Repito estas duas frases no meu ritual matutino junto ao mar. Sim... porque todo dia (todo dia, não; quase todo dia), caminho algo em torno de 120 metros, rumo ao marzarzão, tiro os chinelos, ando sobre a areia até as águas do Oceano Atlântico e... com os pés molhados, repito... - Obrig

Por quê? (135) 59 anos de vida (e molecagens)

Cláudio Amaral A felicidade que estou a viver em Santos me fez voltar aos tempos de infância, neste 3 de dezembro de 2008. Voltei aos tempos em que era menino pequeno, lá em Adamantina. Entre as molecagens que fiz... ah, ah, ah... foi acordar a Sueli cantando... parabéns a você... Ela não acreditou, saltou da cama, pulou no meu pescoço e disse: - Seu moleque. Quem tem que cantar parabéns sou eu . Gostei da brincadeira, que saiu de improviso, e a repeti ao longo de todo o dia. A cada pessoa que vinha falar comigo, fosse qual fosse o assunto, eu dirigia uma brincadeira ligada ao meu aniversário. Um colega que desceu do terceiro para o segundo andar da Redação d’A Tribuna de Santos e me pediu desculpas, antes mesmo de falar bom dia... eu disse: - Você não veio falar comigo antes porque não queria me dar parabéns . Tudo para que ele também soubesse do meu aniversário. E assim foi o dia todo. Passei o dia, neste 3 de dezembro, cantando parabéns a você ... Cantando e rindo daqueles que se di

Por quê? (134) O presente que leva ao passado

Cláudio Amaral O presente sempre nos leva a pensar no futuro. Mas nos leva, também, a relembrar o passado. E é para o passado que eu me volto hoje, às 15h33 deste domingo ensolarado aqui pelos lados da região central de Santos. Fui caminhar junto ao mar pela manhã bem cedo com Sueli e a mãe dela, Dona Cidinha. E junto ao mar eu fiquei a pensar: - Como eu gostaria de ter o meu pai vivo para contar a ele que estou trabalhando e vivendo em Santos . - Como seria bom ter vivo também o meu sogro . - Como eu queria ver vivo o meu grande Amigo Caluchão, e com ele caminhar pelas areias de Santos . Meu pai porque já no início dos anos 1970 ele me repreendeu porque, depois de trocar Marília por Campinas, por conta de uma transferência promovida pelo Estadão, aceitei uma mudança para São Paulo. Já naquela época, ou seja, há quase 40 anos, ‘seu’ Lazinho me dizia que São Paulo era uma cidade grande demais, violenta e perigosa. Ele queria, portanto, que eu continuasse no Interior paulista e lá viesse

Por quê? (133) Jamais te esquecerei

Cláudio Amaral Tudo o que estou a viver em Santos é inesquecível. Cada dia é inesquecível. Desde o dia 29 de setembro de 2008 tem sido assim. Inesquecível. Cada pauta que eu faço para a reportagem d’A Tribuna de Santos é inesquecível. Cada orientação que eu passo durante as reuniões de pautas... é inesquecível. Cada conversa reservada que tenho com um dos mais de 30 repórteres... é inesquecível. Cada reunião de edição é... inesquecível. Cada edição do jornal que recebo às 6 horas da manhã, em minha nova moradia, na Rua Epitácio Pessoa, no bairro Aparecida, ao lado do Canal 6... é inesquecível. A recepção, seguida de almoço, que tivemos (o Editor-Chefe Wilson Marini, o Gerente Comercial e de Marketing Márcio Delfim Leite Soares e eu), no Centro de Treinamento do Santos FC, no dia 15 de outubro de 2008, jamais será esquecida. O almoço em que Marini falou com maestria a cerca de 100 rotarianos, no dia 22 de outubro de 2008, no Mendes Plaza, é inesquecível. Os jantares preparados por Mário

Por quê (132) Só vendo para crer

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Cláudio Amaral A noite de ontem, quarta-feira, 5 de novembro de 2008, vai ficar para sempre na minha memória. A pedido do Editor-Chefe d’A Tribuna de Santos, Wilson Marini, fui representar a Redação na entrega do Prêmio Comunidade em Ação 2008. De cara, fiquei impressionado com a imponência do Teatro Coliseu, no centro de Santos. Disse-me o empresário Paulo Eduardo Cordeiro da Silva, o Paulinho , que conheci no saguão do Coliseu, que o local havia sido recuperado após mais de dez anos de obras. Valeram os esforços e o dinheiro investido, público e privado. Guardadas as devidas proporções, o Coliseu me fez lembrar alguns dos melhores e mais famosos teatros da Europa. Até mesmo o Colón, de Buenos Aires, Argentina. Inaugurado em 1909, o Coliseu funcionou até 1980. Foi tombado em 1989 e em seguida passou a figurar no programa municipal de revitalização do Centro Histórico da “Capital da Baixada Santista”. Por ali passou, em tempos históricos e entre outros, um dos maiores conferencistas br

Por quê (132) Só vendo para crer

Cláudio Amaral A noite de ontem, quarta-feira, 5 de novembro de 2008, vai ficar para sempre na minha memória. A pedido do Editor-Chefe d’A Tribuna de Santos, Wilson Marini, fui representar a Redação na entrega do Prêmio Comunicação em Ação 2008. De cara, fiquei impressionado com a imponência do Teatro Coliseu, no centro de Santos. Disse-me o empresário Paulo Eduardo Cordeiro da Silva, o Paulinho, que conheci no saguão do Coliseu, que o local havia sido recuperado após mais de dez anos de obras. Valeram os esforços e o dinheiro investido, público e privado. Guardadas as devidas proporções, o Coliseu me fez lembrar alguns dos melhores e mais famosos teatros da Europa. Até mesmo o Colón, de Buenos Aires, Argentina. Inaugurado em 1909, o Coliseu funcionou até 1980. Foi tombado em 1989 e em seguida passou a figurar no programa municipal de revitalização do Centro Histórico da “Capital da Baixada Santista”. Por ali passou, em tempos históricos e entre outros, um dos maiores conferencistas br

Por quê? (131) Como chove nesta terra à beira mar

Cláudio Amaral Santos é uma ilha como todas as ilhas? É!!! Não, não é!!! Uma ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados: norte, sul, leste e oeste. Santos é assim? É!!! Não, não é!!! Além de água por todos os lados, Santos tem um porém. E o porém de Santos é a quantidade de água que vem de outro lado. Qual? O lado superior da vida: o céu, as nuvens. Como chove nesta terra à beira mar. Chove há dias em Santos. Chove fraco. Chove médio. Chove forte. Mas..., parar de chover, que é bom, não pára. Parar de chover, que é bom, é modo de dizer. Todos nós precisamos de chuva. Todos os seres vivos precisam de chuva. Seres humanos, racionais ou não. Seres vegetais, também. Todos nós precisamos de chuva. Não há, portanto, razão para reclamarmos da chuva que chove em Santos dias e dias seguidos. Por conta disso, a chuva deste sábado, 18 de outubro de 2008, meu 19º dia seguido em Santos, não me impediu de sair do Gonzaga Flat Service para andar pela cidade. Nem a mim, nem a Sueli.

Por quê? (130) Ainda bem que...

Cláudio Amaral Ainda bem que eu criei coragem e aproveitei a noite de quinta-feira, 16 de outubro de 2008. E como aproveitei. Deixei a Redação d’A Tribuna de Santos por volta das 8 horas da noite, vim direto para o Gonzaga Flat Service, me troquei e fui... para a praia. Sim, para a praia. Não, eu não fui dar um mergulho nas águas salgadas do Oceano Atlântico. Não. Fui andar pelas praias de Santos. A noite estava ótima para uma boa caminhada. Eram 10h05 da noite quando deixei o Gonzaga Flat e rumei para a praia mais próxima, aqui no Gonzaga mesmo. Mas... não fui direto para a praia. Entrei na avenida da orla a partir da Rua Jorge Tibiriçá. Tomei o caminho da direita, em direção a São Vicente. Passei pela Avenida Ana Costa, uma das mais conhecidas de Santos. Entrei rapidamente no Hotel Atlântico, pedi informações sobre diárias, mas não consegui saber o que desejava. - Só amanhã, com a Flávia , me disse a atendente. - Então, tá; amanhã eu ligo para a Flávia , respondi. Disse “ boa noite ”

Por quê? (129) O Sol veio e se foi, como a brisa do mar

Cláudio Amaral De repente, não mais que de repente, o Sol apareceu no céu de Santos. Apareceu e reinou. Reinou soberano. Foram três dias de calor. Três dias claros. Claros e alegres. Tão alegres, mas tão alegres, que tive receio de saudar o Astro Rei. Receio de espantá-lo, de perdê-lo de vista, de não mais vê-lo por aqui. Pois não é que hoje, quarta-feira, 15º dia do mês de outubro de 2008, antes que eu percebesse, voltou a chover em Santos. Só percebi que a chuva voltara quando olhei pelas janelas da Redação d’A Tribuna, na Rua João Pessoa, em pleno centro da capital da Baixada. Logo hoje que eu pretendia caminhar pelas praias santistas. Logo hoje que eu havia combinado uma calma e longa caminhada ao lado dos Amigos Wilson Marini e Mário Evangelista. Iríamos colocar os pés na areia logo após o fechamento da capa do jornal mais importante e influente do Litoral Paulista. Iríamos lá pelas 11 horas da noite, quando o Editor-Chefe d’A Tribuna e o Editor-Executivo do Expresso Popular costu

Por quê? (128) Cadê o Sol, Santos?

Cláudio Amaral Pela primeira vez, em uma semana, eu não precisei usar o guarda chuva em Santos. Nem o velho, que trouxe de São Paulo no meu Honda Fit cor de Ferrari, nem o novo, que comprei numa barraquinha da Rua João Pessoa, nas proximidades do prédio d’A Tribuna. O velho está na Redação. O novo, aqui no apartamento 92 do Gonzaga Flat Service. Ele, o guarda chuva novo, dormiu aberto sobre o Fit, na garagem do Flat, porque estava encharcado, na noite de ontem, 8 de outubro de 2008. Cheguei a abri-lo na manhã desta quinta-feira, dia 9, ao sair do Fit, no estacionamento da Gráfica A Tribuna. Logo, entretanto, um motorista e um fotógrafo do jornal me convidaram para entrar no carro da empresa e nele fazer o trajeto até o prédio da Redação. Um trajeto pequeno, de “exatos 772 passos”, segundo Arminda Augusto, minha mais nova Amiga. Logo depois do início de minha jornada diária de trabalho na Redação d’A Tribuna, parou de chover e não choveu mais em Santos. No meio da manhã, fui até o Banco

Por quê? (127) Aqui estou eu, Santos

Cláudio Amaral Com a devida licença dos meus amigos santistas, especialmente o compadre Carlos Conde, desci a Serra do Mar no dia 29 de setembro de 2008. Vim de São Paulo a convite do meu Amigo Wilson Marini, jornalista como eu e novo Editor-chefe do jornal A Tribuna de Santos. Viemos em três jornalistas: Marini, que estava no Diário de Maringá (PR), Mário Evangelista, direto de A Notícia de Ribeirão Preto, e eu. Marini nos escolheu como editores executivos. Eu, na Redação d’A Tribuna, em dupla com a também editora executiva Arminda Augusto. Mário Evangelista, no Expresso Popular, o tablóide do Sistema A Tribuna de Comunicação, que administra também a TV Tribuna, integrante da Rede Globo de Televisão. Estamos todos instalados no Gonzaga Flat Service, no bairro do Gonzaga. Mário Evangelista e eu, sem a família, por enquanto. Wilson Marini trouxe a esposa, Salete, jornalista como nós. Fomos muito bem recebidos por todos n’A Tribuna e no Expresso Popular. Dos seguranças, na portaria, ao p

Por quê? (126) Adeus, Lourenço Diaféria

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Cláudio Amaral Perdi mais um Amigo. Lourenço Diaféria (foto) , o cronista de São Paulo, nos deixou na noite de terça-feira, dia 16 de setembro de 2008. Fizemos parte da turma que heroicamente elegeu Emir Nogueira presidente do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo. Ficamos anos sem nos ver, nem nos falar, depois da morte de Emir Nogueira em pleno exercício do mandato. Fui reapresentado a ele em meados dos anos 1980 pelo também Amigo e jornalista Daniel Pereira. Daniel, o “Sogrão”, foi buscar Diaféria na Secretaria Estadual da Fazenda, onde ele era funcionário de carreira. Fizemos uma proposta e ele aceitou na hora. Aceitou e cumpriu plena e integralmente, do primeiro ao último dia. Diaféria escrevia três crônicas por semana e nós, Daniel Pereira e eu, comercializávamos os textos de autoria dele junto a jornais e revistas de todo o Brasil, via COMUNIC Comunicadores Associados. As crônicas de Diaféria eram tão interessantes que os mensageiros da COMUNIC disputavam, quase a tap

Por quê? (125) Nostalgia e Joel Silveira

Cláudio Amaral Passa do meio-dia. O dia está tão carrancudo quanto amanheceu. Sol? Nem pensar. Calor? De jeito algum. Ao contrário, faz frio. Frio de agasalhos leves, mas frio. Já choveu, mas foi tão pouco que não há mais sinais de chuva no asfalto. Sinto uma profunda nostalgia. Algo estranho toma conta do meu peito nesta metade de domingo, 14 de setembro de 2008. Há anos, muitos anos, hoje, se dia útil fosse, seria data de pagamento da prestação de meu apartamento na Rua Machado de Assis, 165, quase esquina da Rua Gregório Serrão, na Vila Mariana, divisa com a Aclimação. Mas, isso foi há muito tempo. O apartamento foi totalmente pago com uso do meu FGTS e anos depois, uma vez vendido, usei o dinheiro para pagar um terço de um sobrado que ainda é meu – ou melhor, da minha família – na mesma Rua Machado de Assis. Estou só, ou melhor, estamos eu e Deus, como quase todos os sábados e domingos dos últimos dez meses, num apartamento grande e vazio da Rua Dr. Diogo de Faria com a Rua Marselh

Por quê? (124) Entre livros

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Cláudio Amaral Se eu pudesse, pararia de trabalhar agora, não assumiria mais um único compromisso profissional e viveria só para a família e os livros. Talvez, mais para os livros do que para a família. Afinal, todos os seres humanos que vivem à minha volta têm vida própria. Sim, eles precisam de mim e eu deles. Mas, verdade seja dita, eles carecem cada vez menos de mim. Felizmente. Tenho cada vez mais certeza de que eu seria mais feliz se pudesse me dedicar quase que em tempo integral aos livros. Livros feitos de papel, é importante que se diga. Senti isso intensamente durante as poucas horas que passei dentro da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, localizado na confluência da Avenida Paulista com a Alameda Santos e as ruas Augusta e Padre João Manuel. Isso aconteceu na manhã de quarta-feira, 3 de setembro de 2008. Sueli precisava fazer contatos no Consulado da Itália e eu fui com ela, porque estava de folga no trabalho. Fui mas nem cheguei a entrar no prédio da representação dipl

Por quê? (123) Obrigado, Senhor

Cláudio Amaral É sábado, dia 30 de agosto de 2008. Fez frio o dia todo em São Paulo, Capital. Agora, às 18h30, a temperatura está ainda mais baixa. Na região em que eu circulei pela manhã e à tarde não foi possível ver um único raio solar. O apartamento que eu escolhi para passar o dia precisou ser iluminado com luz artificial das 10 horas da manhã às 6 horas da tarde, quando vim para minha casa. Nem a vitória do Corinthians sobre o ABC de Natal por 4 a 0 foi capaz de esquentar o tempo e me animar. Vendo a casa vazia e tomado pela solidão, peguei um guarda chuva e fui pra rua. Subi a Gregório Serrão em direção à José de Queirós Aranha, virei à direita e segui rumo a Aclimação. Estava decidido a conversar com Deus na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, onde, segundo os Amigos Antônio Carlos e Valéria, recentemente houve um casamento inesquecível. Logo após o Kahn el Khalili, uma das casas de chá mais famosas de São Paulo, mas ainda na Queirós Aranha, avistei uma pessoa andando com dificuld

Por quê? (122) Minha parte em dinheiro, por favor

Cláudio Amaral Um grupo de amigos meus estava revoltado, no meio da semana. A propósito do dia da categoria à qual eles pertencem, as maiores empresas do setor publicaram páginas e mais páginas nos principais jornais do Brasil para saudar os milhares de profissionais do ramo. Bem fizeram os patrões e seus prepostos que se limitaram a cumprimentarem os seus subordinados, um a um, por telefone ou pessoalmente. Melhor ainda agiram aqueles que deram um presente, por mais singelo que tenha sido. Estes, pelo menos, pareceram mais sinceros, mais honestos. Por quê? Porque os grandes empresários do setor em que atuam esses meus amigos se esqueceram ou fizeram que não sabem da situação em que vive a grande maioria dos seus “operadores”, digamos assim. Sem salário fixo, sem ajuda de custo, sem seguro de vida, sem assistência médica, sem tíquete refeição, sem combustível, sem nada, enfim, 95% da categoria vive na penúria. Uns tomam dinheiro emprestado das esposas, das namoradas, dos filhos, dos pa

Por quê? (121) A vida

Cláudio Amaral A vida é uma sucessão de fatos inexplicáveis. Quando você acorda feliz, a felicidade te acompanha o dia todo. Mas, no dia em que você não dorme bem e acorda de mau humor, o dia é sempre dos piores. Nada dá certo. Quando você está com pressa ou com pouco tempo para fazer algo ou chegar a algum lugar, não se iluda: o tempo nunca será suficiente. Você sempre terminará sua tarefa depois do horário marcado ou chegará atrasado ao local para o qual se dirige. Mas, se você estiver com tempo de sobra, o tráfego fluirá e você chegará ao seu destino com folga. Se você está sem dinheiro, endividado, com as contas atrasadas, é líquido e certo: dificilmente alguém aparecerá para te ajudar, emprestar algum ou pagar aquela dívida que tem com você. O gerente do banco? Jamais conte com ele. Agora, se o seu saldo bancário é bom, suas contas todas estiverem em dia, ninguém te dever dinheiro..., tenha certeza: os bancos – e os agiotas, também – correrão atrás de você para oferecer empréstimo

Por quê? (120) Dias difíceis

Cláudio Amaral Tem dia que é difícil. Mais difícil do que o mais difícil dos dias. Pior: às vezes, os dias, sucessivamente, são difíceis. Comigo, pelo menos, é assim. E com você, caro e-leitor? Você já teve uma seqüência de dias difíceis? O sábado, o domingo e a segunda-feira, por exemplo? Cada um mais difícil do que o outro? E o que você fez ou faz, geralmente, diante das dificuldades? Você é como eu, que vai a busca das razões, dos motivos, das origens de uma seqüência de dias difíceis? Ou não? Tem gente, caro e-leitor, que, diante das dificuldades, faz como a avestruz: enfia a cabeça num buraco. Outros, entram em depressão e se escondem no silêncio da solidão, no escuro do quarto, no calor da cama. Quem não tem alternativa, mete a cara no trabalho, porque as contas não param de chegar e, diante delas, é preciso trabalhar e pagar. Por falar em meter a..., você já teve vontade de meter foi a mão na cara de alguém que estava lhe criando dificuldades sem motivo aparente? Não, certamente

Por quê? (119) Maurren de Ouro

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Cláudio Amaral Maurren, querida: nem todos os brasileiros viram você saltar 7 metros e 4 centímetros nesta manhã (aqui no Brasil) de 22 de agosto de 2008. A maioria, a grande maioria de nós, estava no trabalho, a caminho do trabalho, voltando do trabalho, caminhando nos nossos parques, tomando o café da manhã, na escola, praticando algum tipo de esporte, conversando com os amigos... fazendo seja lá o que for. Mas, tenha certeza, querida Maurren, que milhões e milhões de brasileiros estavam, em todos os cantos do País, de olhos fixos na televisão e na pista em que você saltou para a glória: 7 metros e 4 centímetros, um centímetro a mais do que a russa Tatyana Lebedeva (medalha de prata) e 13 centímetros a mais do que a nigeriana Blessing Okagbare (medalha de bronze). Foi lindo, Maurren. Foi emocionante, Maurren. Tão emocionante, Maurren, mas tão emocionante, que o Brasil foi às lágrimas. Choramos de soluçar, Maurren. Choramos por você, Maurren. Choramos pelo Brasil, Maurren. Choramos pe

Por quê? (118) Carta aberta ao povo de Adamantina

Cláudio Amaral Fui chamado de doido, louco... e outras impropriedades quando anunciei que iria a Adamantina ao volante do meu Honda Fit. - São 600 quilômetros , me disseram. - Você vai dirigir por oito horas , acrescentaram. - Vá de ônibus, dormindo, como você fez tantas vezes , recomendaram. Mas eu fui e voltei de carro, dirigindo, como eu queria. Não me arrependo. Sai quando eu quis, passei pelos lugares que desejava rever, parei onde melhor me convinha e cheguei com luz do dia. Na volta, fiz o mesmo, sem ter que dar satisfação, sem enfrentar fila, sem a obrigação de cumprir horários. A estrada realmente está melhor. Bem melhor. Perfeita? Não. Tive que fazer duas paradas obrigatórias, nas proximidades de Garça e de Lucélia. Na ida e na volta. Ambas por conta de obras na SP-294. Tudo indica, entretanto, que na próxima viagem isso não acontecerá mais. Em Adamantina, só alegria. Ou melhor: quase tudo foi alegria. Digo quase tudo porque algumas pessoas que eu gostaria de rever, não revi.

Por quê? (117) Meninas de Ouro

Cláudio Amaral Elas jogam muito. Elas jogam bem, muito bem. Elas são corajosas. Elas são guerreiras. Elas têm fibra, fibra da boa. Elas são determinadas. Elas têm técnica. Elas têm habilidade. Elas têm fé, muita fé. Elas acreditam nelas. Elas sabem enfrentar e vencer as adversidades. Elas provaram que futebol não é “coisa de homem”, apenas. Elas são patriotas. Elas sentem um amor incomum pelo Brasil. Elas são solidárias entre si. Elas são disciplinadas. Elas praticam a humildade. Elas reconhecem que o dinheiro não é o mais importante. Elas sabem vencer. E quando não vencem, elas sabem erguer a cabeça e olhar para frente, confiantes no futuro. Elas nos fazem sentir orgulho de sermos brasileiros. Elas são de ouro, ainda que levem no peito medalhas de prata. Elas são as nossas meninas de ouro. Por quê? Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor? 21/8/2008 13:53:28

Por quê? (116) Uma noite inesquecível

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Cláudio Amaral Se mais exemplares tivesse trazido, mais eu teria autografado na inesquecível noite desta terça-feira, 19 de agosto de 2008. A noite de autógrafo aconteceu no auditório da Biblioteca Municipal de Adamantina, no centro da cidade. Antes dos autógrafos, tive oportunidade de conversar com quase todos os 130 alunos do curso de Comunicação da FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas). O evento fez parte do 9º Ci.com, o Ciclo de Palestras de Comunicação Social organizado pela professora Ana Luísa Antunes Dias (na foto, ao meu lado) , mestre e coordenadora do Departamento de Comunicação Social da FAI. Minha participação foi antecedida pela palestra do publicitário Denis Fornari, gerente de Marketing da Colormaq, indústria de máquinas de lavar roupas sediada em Araçatuba. Ele falou a respeito da atuação do “Publicitário no Interior” e tenho certeza de que a trajetória deste profissional nascido em Andradina, formado em Ribeirão Preto e hoje residente em Birigui será referência p

Por quê? (115) Revendo outros adamantinenses

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Cláudio Amaral O Professor Fernando Chagas Fraga não foi a única pessoa que revi e com quem conversei nesta viagem a Adamantina. Além dele e do amigo e radialista Jonas Bonassa, o Sabiá, um na segunda-feira à noite e outro na manhã de terça-feira, eu reencontrei, por exemplo, o Claudemir Strabelli (na foto com o filho) . Quem? O Strabelli, adamantinense que fui conhecer em São Paulo, pelas mãos do Amigo Daniel Pereira, ambos ex-funcionários da Agência Estado. Claudemir Stravelli se casou em Adamantina com a catarinense Maria Utzig, nascida em Lages. Sueli e eu estivemos no casamento deles, no dia 11 de julho de 1987. Viemos por eles e também porque eu queria rever Adamantina e mostrar minha cidade para a minha mulher. Foi a primeira vez que realizei meu sonho de adolescente: me hospedar no Grande Hotel, que já tinha sido rebatizado de Villa Verde. Não pudemos ficar no melhor apartamento, como eu sonhara. Até porque a suíte principal estava reservada para os noivos, Claudemir e Maria. P

Por quê? (114) Revendo os adamantinenses

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Cláudio Amaral Acordei cedo. Cedinho. E não voltei a dormir. A cama de casal que me deram no apartamento 202 do Hotel Villa Verde até que era agradável, mas eu não voltei a dormir. Juro que não. Por quê? Simples: eu estava com fome e tinha muito o que ver lá fora, nas ruas, alamedas e avenidas de Adamantina. Da minha Adamantina. Afinal, há quase 40 anos que eu não vinha aqui com tempo. Pelo menos com o tempo que eu tenho agora. Tomei meu café da manhã (farto, por sinal) e coloquei os pés na estrada. Na estrada é modo de dizer. Modo de caipira falar que saiu pra ver as ruas e a gente da cidade. Fui ver, primeiro, o que restou da antiga estação ferroviária. Lá, vi o jardim japonês da minha infância, mas não vi o trem. A estação está desativada, ou melhor, virou um centro de convivência e um local de exame de candidatos a motoristas e motociclistas. Tinha muito deles por lá. Carros e motos, também. De lá, passei no Jornal da Cidade, mas a Carolina, minha contato, não estava. Deixei recado

Por quê? (113) Recordações adamantinenses

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Cláudio Amaral Ainda não vi tudo o que me propus a ver. Também, pudera, estou na cidade há apenas 4 horas. Cheguei às 18h30 e agora são 22h30. Foram 9 horas de viagem entre a minha casa, no bairro da Aclimação, em São Paulo, e o Hotel Villa Verde, em Adamantina. Rodei mais de 600 quilômetros com apenas três paradas para reforçar o tanque de álcool do meu automóvel e o meu estômago. Em Adamantina, fiz a ficha exigida pelo hotel no menor tempo que me foi possível e tomei, rapidamente, o rumo da Rádio Brasil, onde trabalhei há 40 anos. No ar estava o meu Amigo e proprietário da emissora Jonas Bonassa, o Sabiá. Não nos víamos há 39 anos e meio. Desde que daqui sai para trabalhar no Jornal do Comércio de Marília. Na época, Sabiá estava começando na profissão de radialista. Ele me recebeu com euforia, me levou para uma conversa a dois na sala da presidência e depois me conduziu ao estúdio. Tivemos um dialogo rápido aos microfones e, no ar, ele me intimou a conceder uma entrevista na Rádio Jó

Por quê? (112) Dia dos Pais

Cláudio Amaral Vou à garagem para colocar o guarda chuva dentro do carro e dou de cara com um Philips antigo. Imediatamente, lembro-me do meu pai. Não por acaso, é Dia dos Pais, 10 de agosto de 2008. Era nesse Philips que meu pai ouvia as notícias de São Paulo, do Brasil e do mundo. Fabricado na Holanda, ele ainda tem carcaça de plástico duro (Bakelite) e válvulas, muitas válvulas. Uma delas está queimada há anos, muitos anos. E com isso eu não posso mais ouvir a Bandeirantes, a emissora de rádio preferida do meu pai. Desde 1958, pelo menos, quando meu pai, minha mãe, minhas duas irmãs, meu irmão e eu mudamos de volta de São Paulo para Adamantina, onde nasci, que ele, meu pai, usava o hoje velho Philips holandês para ouvir a Rádio Bandeirantes e através dela as notícias do dia. Ele ouvia Vicente Leporace, Enzo de Almeida Passos, Moraes Sarmento, Salomão Ésper, Pedro Luis, Mário Moraes, Edson Leite, José Paulo de Andrade, Fiori Giglioti... e muitos outros grandes nomes do rádio-jornalis

Por quê? (111) Rumo a Adamantina

Cláudio Amaral A viagem está devidamente planejada. Sairei de São Paulo na manhã do dia 18 e voltarei no fim da tarde do dia 20. Será a primeira vez que viajarei à minha cidade a convite. Irei a convite do secretário municipal de Cultura da Prefeitura de Adamantina, jornalista Acácio Rocha. Formalizado no dia 29 de julho pela professora Ana Luísa Antunes Dias, o convite inclui uma participação especial no 9ºCI.COM - Ciclo de Palestras de Comunicação Social. A professora Ana Luísa é coordenadora do Departamento de Comunicação Social da FAI - Faculdades Adamantinenses Integradas. Minha participação, segundo ela, será das 21h às 22h30 do dia 19. Durante esse tempo, eu falarei com os estudantes de Comunicação Social da FAI e terei oportunidade de lançar a segunda edição de “Meus escritos de memória”. A primeira edição ficou pronta no final de novembro e foi apresentada ao público exatamente no dia 3 de dezembro de 2006, data do meu 57º aniversário. Foi a primeira vez que eu me atrevi a pub