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Mostrando postagens de agosto, 2008

Por quê? (123) Obrigado, Senhor

Cláudio Amaral É sábado, dia 30 de agosto de 2008. Fez frio o dia todo em São Paulo, Capital. Agora, às 18h30, a temperatura está ainda mais baixa. Na região em que eu circulei pela manhã e à tarde não foi possível ver um único raio solar. O apartamento que eu escolhi para passar o dia precisou ser iluminado com luz artificial das 10 horas da manhã às 6 horas da tarde, quando vim para minha casa. Nem a vitória do Corinthians sobre o ABC de Natal por 4 a 0 foi capaz de esquentar o tempo e me animar. Vendo a casa vazia e tomado pela solidão, peguei um guarda chuva e fui pra rua. Subi a Gregório Serrão em direção à José de Queirós Aranha, virei à direita e segui rumo a Aclimação. Estava decidido a conversar com Deus na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, onde, segundo os Amigos Antônio Carlos e Valéria, recentemente houve um casamento inesquecível. Logo após o Kahn el Khalili, uma das casas de chá mais famosas de São Paulo, mas ainda na Queirós Aranha, avistei uma pessoa andando com dificuld

Por quê? (122) Minha parte em dinheiro, por favor

Cláudio Amaral Um grupo de amigos meus estava revoltado, no meio da semana. A propósito do dia da categoria à qual eles pertencem, as maiores empresas do setor publicaram páginas e mais páginas nos principais jornais do Brasil para saudar os milhares de profissionais do ramo. Bem fizeram os patrões e seus prepostos que se limitaram a cumprimentarem os seus subordinados, um a um, por telefone ou pessoalmente. Melhor ainda agiram aqueles que deram um presente, por mais singelo que tenha sido. Estes, pelo menos, pareceram mais sinceros, mais honestos. Por quê? Porque os grandes empresários do setor em que atuam esses meus amigos se esqueceram ou fizeram que não sabem da situação em que vive a grande maioria dos seus “operadores”, digamos assim. Sem salário fixo, sem ajuda de custo, sem seguro de vida, sem assistência médica, sem tíquete refeição, sem combustível, sem nada, enfim, 95% da categoria vive na penúria. Uns tomam dinheiro emprestado das esposas, das namoradas, dos filhos, dos pa

Por quê? (121) A vida

Cláudio Amaral A vida é uma sucessão de fatos inexplicáveis. Quando você acorda feliz, a felicidade te acompanha o dia todo. Mas, no dia em que você não dorme bem e acorda de mau humor, o dia é sempre dos piores. Nada dá certo. Quando você está com pressa ou com pouco tempo para fazer algo ou chegar a algum lugar, não se iluda: o tempo nunca será suficiente. Você sempre terminará sua tarefa depois do horário marcado ou chegará atrasado ao local para o qual se dirige. Mas, se você estiver com tempo de sobra, o tráfego fluirá e você chegará ao seu destino com folga. Se você está sem dinheiro, endividado, com as contas atrasadas, é líquido e certo: dificilmente alguém aparecerá para te ajudar, emprestar algum ou pagar aquela dívida que tem com você. O gerente do banco? Jamais conte com ele. Agora, se o seu saldo bancário é bom, suas contas todas estiverem em dia, ninguém te dever dinheiro..., tenha certeza: os bancos – e os agiotas, também – correrão atrás de você para oferecer empréstimo

Por quê? (120) Dias difíceis

Cláudio Amaral Tem dia que é difícil. Mais difícil do que o mais difícil dos dias. Pior: às vezes, os dias, sucessivamente, são difíceis. Comigo, pelo menos, é assim. E com você, caro e-leitor? Você já teve uma seqüência de dias difíceis? O sábado, o domingo e a segunda-feira, por exemplo? Cada um mais difícil do que o outro? E o que você fez ou faz, geralmente, diante das dificuldades? Você é como eu, que vai a busca das razões, dos motivos, das origens de uma seqüência de dias difíceis? Ou não? Tem gente, caro e-leitor, que, diante das dificuldades, faz como a avestruz: enfia a cabeça num buraco. Outros, entram em depressão e se escondem no silêncio da solidão, no escuro do quarto, no calor da cama. Quem não tem alternativa, mete a cara no trabalho, porque as contas não param de chegar e, diante delas, é preciso trabalhar e pagar. Por falar em meter a..., você já teve vontade de meter foi a mão na cara de alguém que estava lhe criando dificuldades sem motivo aparente? Não, certamente

Por quê? (119) Maurren de Ouro

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Cláudio Amaral Maurren, querida: nem todos os brasileiros viram você saltar 7 metros e 4 centímetros nesta manhã (aqui no Brasil) de 22 de agosto de 2008. A maioria, a grande maioria de nós, estava no trabalho, a caminho do trabalho, voltando do trabalho, caminhando nos nossos parques, tomando o café da manhã, na escola, praticando algum tipo de esporte, conversando com os amigos... fazendo seja lá o que for. Mas, tenha certeza, querida Maurren, que milhões e milhões de brasileiros estavam, em todos os cantos do País, de olhos fixos na televisão e na pista em que você saltou para a glória: 7 metros e 4 centímetros, um centímetro a mais do que a russa Tatyana Lebedeva (medalha de prata) e 13 centímetros a mais do que a nigeriana Blessing Okagbare (medalha de bronze). Foi lindo, Maurren. Foi emocionante, Maurren. Tão emocionante, Maurren, mas tão emocionante, que o Brasil foi às lágrimas. Choramos de soluçar, Maurren. Choramos por você, Maurren. Choramos pelo Brasil, Maurren. Choramos pe

Por quê? (118) Carta aberta ao povo de Adamantina

Cláudio Amaral Fui chamado de doido, louco... e outras impropriedades quando anunciei que iria a Adamantina ao volante do meu Honda Fit. - São 600 quilômetros , me disseram. - Você vai dirigir por oito horas , acrescentaram. - Vá de ônibus, dormindo, como você fez tantas vezes , recomendaram. Mas eu fui e voltei de carro, dirigindo, como eu queria. Não me arrependo. Sai quando eu quis, passei pelos lugares que desejava rever, parei onde melhor me convinha e cheguei com luz do dia. Na volta, fiz o mesmo, sem ter que dar satisfação, sem enfrentar fila, sem a obrigação de cumprir horários. A estrada realmente está melhor. Bem melhor. Perfeita? Não. Tive que fazer duas paradas obrigatórias, nas proximidades de Garça e de Lucélia. Na ida e na volta. Ambas por conta de obras na SP-294. Tudo indica, entretanto, que na próxima viagem isso não acontecerá mais. Em Adamantina, só alegria. Ou melhor: quase tudo foi alegria. Digo quase tudo porque algumas pessoas que eu gostaria de rever, não revi.

Por quê? (117) Meninas de Ouro

Cláudio Amaral Elas jogam muito. Elas jogam bem, muito bem. Elas são corajosas. Elas são guerreiras. Elas têm fibra, fibra da boa. Elas são determinadas. Elas têm técnica. Elas têm habilidade. Elas têm fé, muita fé. Elas acreditam nelas. Elas sabem enfrentar e vencer as adversidades. Elas provaram que futebol não é “coisa de homem”, apenas. Elas são patriotas. Elas sentem um amor incomum pelo Brasil. Elas são solidárias entre si. Elas são disciplinadas. Elas praticam a humildade. Elas reconhecem que o dinheiro não é o mais importante. Elas sabem vencer. E quando não vencem, elas sabem erguer a cabeça e olhar para frente, confiantes no futuro. Elas nos fazem sentir orgulho de sermos brasileiros. Elas são de ouro, ainda que levem no peito medalhas de prata. Elas são as nossas meninas de ouro. Por quê? Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor? 21/8/2008 13:53:28

Por quê? (116) Uma noite inesquecível

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Cláudio Amaral Se mais exemplares tivesse trazido, mais eu teria autografado na inesquecível noite desta terça-feira, 19 de agosto de 2008. A noite de autógrafo aconteceu no auditório da Biblioteca Municipal de Adamantina, no centro da cidade. Antes dos autógrafos, tive oportunidade de conversar com quase todos os 130 alunos do curso de Comunicação da FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas). O evento fez parte do 9º Ci.com, o Ciclo de Palestras de Comunicação Social organizado pela professora Ana Luísa Antunes Dias (na foto, ao meu lado) , mestre e coordenadora do Departamento de Comunicação Social da FAI. Minha participação foi antecedida pela palestra do publicitário Denis Fornari, gerente de Marketing da Colormaq, indústria de máquinas de lavar roupas sediada em Araçatuba. Ele falou a respeito da atuação do “Publicitário no Interior” e tenho certeza de que a trajetória deste profissional nascido em Andradina, formado em Ribeirão Preto e hoje residente em Birigui será referência p

Por quê? (115) Revendo outros adamantinenses

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Cláudio Amaral O Professor Fernando Chagas Fraga não foi a única pessoa que revi e com quem conversei nesta viagem a Adamantina. Além dele e do amigo e radialista Jonas Bonassa, o Sabiá, um na segunda-feira à noite e outro na manhã de terça-feira, eu reencontrei, por exemplo, o Claudemir Strabelli (na foto com o filho) . Quem? O Strabelli, adamantinense que fui conhecer em São Paulo, pelas mãos do Amigo Daniel Pereira, ambos ex-funcionários da Agência Estado. Claudemir Stravelli se casou em Adamantina com a catarinense Maria Utzig, nascida em Lages. Sueli e eu estivemos no casamento deles, no dia 11 de julho de 1987. Viemos por eles e também porque eu queria rever Adamantina e mostrar minha cidade para a minha mulher. Foi a primeira vez que realizei meu sonho de adolescente: me hospedar no Grande Hotel, que já tinha sido rebatizado de Villa Verde. Não pudemos ficar no melhor apartamento, como eu sonhara. Até porque a suíte principal estava reservada para os noivos, Claudemir e Maria. P

Por quê? (114) Revendo os adamantinenses

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Cláudio Amaral Acordei cedo. Cedinho. E não voltei a dormir. A cama de casal que me deram no apartamento 202 do Hotel Villa Verde até que era agradável, mas eu não voltei a dormir. Juro que não. Por quê? Simples: eu estava com fome e tinha muito o que ver lá fora, nas ruas, alamedas e avenidas de Adamantina. Da minha Adamantina. Afinal, há quase 40 anos que eu não vinha aqui com tempo. Pelo menos com o tempo que eu tenho agora. Tomei meu café da manhã (farto, por sinal) e coloquei os pés na estrada. Na estrada é modo de dizer. Modo de caipira falar que saiu pra ver as ruas e a gente da cidade. Fui ver, primeiro, o que restou da antiga estação ferroviária. Lá, vi o jardim japonês da minha infância, mas não vi o trem. A estação está desativada, ou melhor, virou um centro de convivência e um local de exame de candidatos a motoristas e motociclistas. Tinha muito deles por lá. Carros e motos, também. De lá, passei no Jornal da Cidade, mas a Carolina, minha contato, não estava. Deixei recado

Por quê? (113) Recordações adamantinenses

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Cláudio Amaral Ainda não vi tudo o que me propus a ver. Também, pudera, estou na cidade há apenas 4 horas. Cheguei às 18h30 e agora são 22h30. Foram 9 horas de viagem entre a minha casa, no bairro da Aclimação, em São Paulo, e o Hotel Villa Verde, em Adamantina. Rodei mais de 600 quilômetros com apenas três paradas para reforçar o tanque de álcool do meu automóvel e o meu estômago. Em Adamantina, fiz a ficha exigida pelo hotel no menor tempo que me foi possível e tomei, rapidamente, o rumo da Rádio Brasil, onde trabalhei há 40 anos. No ar estava o meu Amigo e proprietário da emissora Jonas Bonassa, o Sabiá. Não nos víamos há 39 anos e meio. Desde que daqui sai para trabalhar no Jornal do Comércio de Marília. Na época, Sabiá estava começando na profissão de radialista. Ele me recebeu com euforia, me levou para uma conversa a dois na sala da presidência e depois me conduziu ao estúdio. Tivemos um dialogo rápido aos microfones e, no ar, ele me intimou a conceder uma entrevista na Rádio Jó

Por quê? (112) Dia dos Pais

Cláudio Amaral Vou à garagem para colocar o guarda chuva dentro do carro e dou de cara com um Philips antigo. Imediatamente, lembro-me do meu pai. Não por acaso, é Dia dos Pais, 10 de agosto de 2008. Era nesse Philips que meu pai ouvia as notícias de São Paulo, do Brasil e do mundo. Fabricado na Holanda, ele ainda tem carcaça de plástico duro (Bakelite) e válvulas, muitas válvulas. Uma delas está queimada há anos, muitos anos. E com isso eu não posso mais ouvir a Bandeirantes, a emissora de rádio preferida do meu pai. Desde 1958, pelo menos, quando meu pai, minha mãe, minhas duas irmãs, meu irmão e eu mudamos de volta de São Paulo para Adamantina, onde nasci, que ele, meu pai, usava o hoje velho Philips holandês para ouvir a Rádio Bandeirantes e através dela as notícias do dia. Ele ouvia Vicente Leporace, Enzo de Almeida Passos, Moraes Sarmento, Salomão Ésper, Pedro Luis, Mário Moraes, Edson Leite, José Paulo de Andrade, Fiori Giglioti... e muitos outros grandes nomes do rádio-jornalis

Por quê? (111) Rumo a Adamantina

Cláudio Amaral A viagem está devidamente planejada. Sairei de São Paulo na manhã do dia 18 e voltarei no fim da tarde do dia 20. Será a primeira vez que viajarei à minha cidade a convite. Irei a convite do secretário municipal de Cultura da Prefeitura de Adamantina, jornalista Acácio Rocha. Formalizado no dia 29 de julho pela professora Ana Luísa Antunes Dias, o convite inclui uma participação especial no 9ºCI.COM - Ciclo de Palestras de Comunicação Social. A professora Ana Luísa é coordenadora do Departamento de Comunicação Social da FAI - Faculdades Adamantinenses Integradas. Minha participação, segundo ela, será das 21h às 22h30 do dia 19. Durante esse tempo, eu falarei com os estudantes de Comunicação Social da FAI e terei oportunidade de lançar a segunda edição de “Meus escritos de memória”. A primeira edição ficou pronta no final de novembro e foi apresentada ao público exatamente no dia 3 de dezembro de 2006, data do meu 57º aniversário. Foi a primeira vez que eu me atrevi a pub

Por quê? (110) Dia do futebol

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Cláudio Amaral Acordei com duas preocupações na cabeça: a situação da menininha que conheci dia desses na Rua Domingos de Moraes e minha próxima viagem a Adamantina. Ela, a menininha, tem a idade de minha netinha: 13 meses. Mas, infelizmente, leva uma vida completamente diversa da minha Be(bê)atriz, que tem quase tudo (família, amor, roupas, comidas, carinho, casa, brinquedos...), ao contrário da outra, que quase nada tem, embora me pareça feliz, graças, acredito, à sua santa ingenuidade e pureza. Minha próxima viagem à cidade onde nasci acontecerá daqui a 12 dias e eu já me vejo emocionado, imaginando o momento em que estiver saindo da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros e entrando em Adamantina. Imediatamente, entretanto, meus pensamentos se voltaram para um outro assunto importante, para mim, pelo menos: o futebol. Fui dormir sem saber os resultados dos jogos de ontem à noite pelo Brasileirão 2008. Quando desliguei a televisão, dominado pelo sono, Fluminense e SPFC estavam nos

Por quê? (109) Você tem idéia?

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Cláudio Amaral Você tem idéia, caro e-leitor, da emoção que um ser humano, brasileiro da classe média, sente ao sair de casa na primeira hora da manhã de um sábado, com destino a um dos melhores e mais famosos autódromos do mundo? Você tem idéia do que é – e como é – voltar ao Autódromo de Interlagos (imagem acima) depois de mais de 14 anos? Você tem idéia de quantos filmes passam pela cabeça de um cidadão enquanto ele faz o trajeto entre o bairro em que vive, próximo à região central da Capital paulista, e o Autódromo de Interlagos? Você tem idéia de quão emocionantes são todos esses filmes? Você tem idéia do que o cidadão brasileiro sente ao enfiar a mão direita no bolso e tirar uma nota de R$ 50,00 para pagar R$ 30,00 pelo estacionamento do veículo que o levou a Interlagos? Você tem idéia do que é voltar a Interlagos pela primeira vez depois de 1º de maio de 1994? Você tem idéia de como se sente o brasileiro que vai a Interlagos sabendo que não encontrará por lá o cidadão Ayrton S

Por quê? (108) Vivo bem, mas...

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Cláudio Amaral (foto de Tiago Brandão, Prêmio Esso de 2007 pelo jornal Comércio da Franca) Eu vivo bem, em São Paulo. Estou aqui há mais de 37 anos. Se eu somar os outros anos que aqui vivi, na infância, tenho mais de 40 anos de terras paulistanas. Moro num bairro agradável, a Aclimação. Mais parece uma pequena cidade do Interior paulista, ainda que o meu bairro esteja bem próximo à região central desta Capital. Daqui eu vou bem para qualquer lugar da cidade, seja de ônibus, de Metrô ou de carro. Conheço bem os horários de pico e os evito, tanto quanto possível. Resido numa casa boa, muito boa. Ampla e segura. Minha rua, a Gregório Serrão, é tranqüila. Por ela não passa ônibus, e isso faz a diferença, em São Paulo. Com uma caminhada de 300 metros, aproximadamente, eu estou no Metrô Ana Rosa. De lá, posso ir para todas as zonas da cidade. Se quiser, e precisar, tenho ônibus com fartura para as demais regiões paulistanas. Para completar, eu e minha família estamos exatamente entre dois p