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Mostrando postagens de 2009

Por quê? (190) Vida nova

Cláudio Amaral Foi colocando ordem em toda a minha vida, pessoal e profissional, neste finalzinho de 2009, que encontrei anotações, por exemplo, que nem mais sabia existir. A entrevista que fiz com meu Amigo e Compadre Carlos Conde, por exemplo, cometida a partir das 18h25 do dia 20/5/2004, em função de um novo livro em gestação: Como e por que surgem os nossos jornais? Junto a tal manuscrito, que já digitei e a ele mandei, encontrei um outro, de quatro páginas. O título é Vida nova . Nelas, ou seja, nas quatro páginas e sob esse título, me identifico em boa parte. Outras partes, entretanto, desconheço por completo. O manuscrito está datado, logo no início: 15/5/2004, 14h50. A primeira frase é um enigma: “A vida nunca mais foi a mesma depois de 40+40”. A segunda, também nada tem a ver comigo: “Muitos pedidos de entrevistas, todos negados”. Na terceira, uma certeza, mas ainda assim enigmática: “Ele queria paz, sombra e água fresca”. Ele? “Ele quem, cara pálida”, como diria meu Amigo Dan

Por quê? (189) Papai Noel

Cláudio Amaral Estávamos numa quinta-feira, dia 17/12/2009. Sueli e eu havíamos subido a Serra do Mar para passar em São Paulo as festas de fim de ano. Como quinta-feira é dia do rodízio do nosso FIT Honda, embarcamos no Metrô na Ana Rosa e desembarcamos no Alto do Ipiranga, a última (ou seria a primeira?) estação da linha verde. Ao chegar ao Condomínio Chácara Santa Cruz, na esquina da Rua Assunguí com a Santa Cruz, fomos abordados por um conhecido que havia se vestido de Papai Noel em 2008. Ele foi direto ao assunto: disse que estava à procura de alguém que quisesse ser o Papai Noel da garotada em 2009. Disse mais: que eu tinha “o perfil físico ideal”, ou, como diria meu diretor de interpretação Nill de Pádua, nos bons tempos de Oficina de Atores Nilton Travesso, lá pelos idos de 2004, o “physique du rôle” de Papai Noel. Mesmo sem saber se Gilberto, que se vestira de Papai Noel em 2008, estava a me elogiar ou me depreciar, continuei a ouvi-lo atentamente. Ele contou que havia tido a

Por quê? (188) Um texto, por favor

Cláudio Amaral Há exatos 40 dias eu não escrevo um único texto para este meu blogue. O último texto que aqui postei foi escrito exatamente às 15:15:58 do dia 20/10/2009. Nunca mais senti vontade de me abrir com meus possíveis leitores. E sabe o que é pior: nenhum deles sentiu falta dos meus escritos. Se sentiu, também, não se manifestou. Triste, não? Hoje, último dia do mês de novembro, resolvi olhar para o meu blogue. Olhei e descobri que o mês de novembro estava no fim e que iria acabar sem que eu houvesse postado um único texto sequer. Nestes 40 dias eu me dediquei a inúmeras atividades. Inúmeras ou diversas? Sei lá. Sei apenas que cuidei do blogue do meu sogro, o jornalista José Arnaldo: http://josearnaldodeantenaebinoculo.blogspot.com/ . Sei também que me dediquei o mais que pude à pesquisa da vida e da obra do empresário português João Antunes dos Santos. Sei ainda que empenhei aos estudos da vida nacional por conta de um curso que ganhei de presente da Adesg, a Associação dos Es

Por quê? (187) Um plano de defesa antiaérea, por favor

Cláudio Amaral A área brasileira de Pré-Sal só não colocará em funcionamento um plano de defesa antiaérea se não quiser. O plano está feito e foi apresentado na manhã desta terça-feira, dia 20/10/2009, no auditório da Codesp, a Companhia Docas do Estado de São Paulo, na região portuária de Santos, a Capital da Baixada Santista. O autor intelectual e apresentador do plano é o general de brigada Nelson Santini Júnior, paulista de Campinas, há 30 anos no Exercito brasileiro e atual comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, sediada no Forte dos Andradas, na Praia do Monduba, no Guarujá, na margem esquerda do Porto de Santos. O general Santini falou em detalhes sobre o plano que idealizou. E usou o máximo de detalhes possíveis. Falou das 9h17 às 11h02 para um auditório totalmente lotado, e atento. Santini elogiou o presidente Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim: “Estamos caminhando em 5 anos os 50 que caminhamos para trás”. Mas também não deixou de dar alfinetada em ambos: “O

Por quê? (186) Um novo livro, por favor

Cláudio Amaral Há quatro dias, muito a contragosto, conclui a leitura do livro de Ruy Castro, organizado por Heloisa Seixas e chamado O Leitor Apaixonado – prazeres à luz do abajur . Era sábado, dia 3 de outubro de 2009, exatamente a data de mais um aniversario de Sueli, a primeira e única. Foram, contados, um a um, exatos 30 dias de “prazeres à luz”, 30 dias em que me senti exatamente como o título da obra: um “leitor apaixonado”. Por vezes, à luz do dia, embora os dias de Inverno, aqui em Santos, tenham sido pouco claros e os dias de Primavera menos ainda. Por vezes, à luz elétrica, no escritório, na sala, no quarto e, na maior parte do tempo, no banheiro, onde a leitura corre solta e o tempo parece não passar. Foi um dos raros livros em que eu avançava na leitura pedindo para recuar. Um livro que Ruy Castro e Heloisa Seixas, ambos jornalistas e escritores, marido e mulher, deveriam tomar como exemplo de obra obrigatória. Heloisa nos disse durante a “Tarrafa Literária”, no dia 4 de s

Por quê? (185) Mais um ano, por favor

Cláudio Amaral Hoje, 29 de setembro de 2009, é mais um dia especial para mim. Daqueles dias que serão difíceis de esquecer. Para mim e, espero, para dois grandes amigos que estão comigo em Santos. Viemos, os três, há exatamente um ano, pelo mesmo motivo: trabalhar na Redação do maior e mais importante grupo de comunicação de Santos e da Baixada Santista. Meu chefe e eu, na Redação de A Tribuna. Nosso outro Amigo, na Redação do Expresso Popular, mas sob a mesma chefia. Wilson Marini, o chefe, foi convidado e nos convidou. A mim, como Editor-Executivo de A Tribuna. Mário Evangelista, como Editor-Executivo do Expresso Popular. Viemos e, tão logo foi possível, trouxemos as respectivas famílias. Para nossa alegria, fizemos um grupo familiar unido e amigo. O grupo cresceu ao longo do tempo, mas o núcleo inicial permanece unido e amigo. Alugamos casas (Marini e Evangelista) e apartamento (no meu caso) na mesma região de Santos: Mário e eu, na Aparecida, junto ao Canal 6; Marini, na Ponta da P

Por quê? (184) Uma vírgula, por favor

Cláudio Amaral Desconheço o dia – ou melhor, o momento – em que fui apresentado à vírgula. Imagino ter sido logo após minha apresentação às palavras e vice-versa. Teria sido, então, no máximo aos 5 anos de idade, porque eu sou amigo das letras desde bem pequeno. Das letras, maiúsculas e minúsculas, e, por consequência, dos pontos, das vírgulas, dos hífens, dos travessões, dos parágrafos. Dos lápis e das canetas, também. Até com caneta tinteiro eu convivi. Lembro-me bem dos tinteiros da marca Parker, por exemplo. E quem é que não se lembra? Talvez, só aqueles que ainda não chegaram aos 50 anos de idade. Bem, mas o assunto, hoje, é a vírgula. A vírgula que é um sinal gráfico dos mais discutidos, debatidos, analisados e... combatidos – porque não. Li um livro, certa vez, que não tinha uma única vírgula e no qual, no fim, o autor colocou centenas delas e recomendou que cada um fizesse o uso que preferisse. Hoje, exatamente nesta sexta-feira, 18 de setembro de 2009, encontrei algo parecido.

Por quê? (183) Dois Amigos, dois Irmãos

Cláudio Amaral Rui Viotti nos deixou há menos de dez dias, no dia 7/9/2009. Ramão Gomes Portão se foi há mais de 22 anos, no dia 12/3/1987. Ambos, entretanto, estiveram presentes na minha vida, nesta terça-feira, 15/9/2009. Primeiro, chegou-me uma mensagem de Sueli Amaral de Novais. Em seguida veio uma mensagem de Rui Gebara Portão. As duas me foram enviadas em agradecimento aos textos que escrevi a respeito dos meus Amigos Rui Viotti e Ramão Gomes Portão. A respeito e em homenagem a eles, que conheci nas minhas andanças jornalísticas pelas ruas de São Paulo. Assinando Sueli Amaral, a “amiga e ex-funcionária de Rui” (Viotti) me deu um susto, porque a única Sueli Amaral que eu conhecia até então era minha companheira há 40 anos (completados no dia 15 de julho de 2009) e esposa há 38 anos (comemorados no dia 5 de setembro de 2009). Sueli queria “agradecer a matéria do seu blog sobre este excepcional profissional e acima de tudo excelente pessoa, de caráter reto e íntegro como infelizmen

Por quê? (182) Aguenta, coração!!!

Cláudio Amaral Confesso que não sei a razão, mas a verdade é que não dei a devida importância ao Grande Prêmio de Monza, na Itália, disputado neste domingo. Tanto não me importei quando deveria, que no sábado quase não vi as tomadas de tempos para a largada do domingo. Mais ouvi do que vi. Estava em São Paulo, na residência que hoje é mais dos meus filhos Flávio e Mauro do que minha e da Sueli, que vivemos em Santos há quase um ano. E, sentado na cabeceira da mesa da sala, bem em frente ao meu computador portátil, que sobe e desce a Serra do Mar comigo, dei mais importância às mensagens do correio eletrônico do que às informações e comentários de Galvão Bueno, Reginaldo Leme, Luciano Burti e Mariana Becker, assim como às imagens transmitidas pela TV Globo. Fato raro, porque desde que me conheço por gente – e como jornalista – que eu acompanho a Fórmula 1 pela televisão. Pela TV e, sempre que possível, pessoalmente, seja em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, seja em Interlagos, em São Paul

Por quê? (182) Aguenta, coração!!!

Aos fãs e aos críticos do piloto brasileiro Rubens Barrichello: como meu coração corintiano não para de bater forte, muito forte, ainda não estou em condições de produzir o texto de hoje a respeito da fantástica vitória de Rubinho no GP de Monza, Itália, neste domingo. Aguardem, por favor. Cláudio Amaral

Por quê? (181) Erro nada humano

Cláudio Amaral Entrar em território alheio sem autorização nunca foi bom. No caso, foi um erro fatal. Mais que isso, eu diria: foi um erro nada humano. Afinal, o território era (ou é?) privado, além de alheio. Tudo bem, ele, no caso, poderia não saber disso. Ele poderia desconhecer que estava entrando em área privada, indevida. Mas, tão logo percebeu que estava sendo seguido – mais que isso, perseguido – ele deveria ter optado por abandonar aquele espaço privado e voltar para o território público que até então houvera ocupado. Não o fez. Não o fez e pagou caro por essa opção. Foi seguido. Foi perseguido. Ficou acuado. Escondeu-se. Escondeu-se tanto quanto possível. Escondeu-se o mais que pôde, eu diria. Mas, quando o dia amanheceu, os donos da área – privada, repito – pediram reforço. E não foi um reforço qualquer, não. Os homens do reforço chegaram e foram à caça dele, o intruso, no caso. Fizeram tudo o que podiam e sabiam, mas o invasor se fez de morto. Quando foi descoberto, na undé

Por quê? (180) Outro homem

Cláudio Amaral A partir de hoje eu sou outro homem. Sou ou estou? Isso não interessa. Ser ou estar é puro detalhe, no meu caso. Ser ou estar é puro detalhe para mim, hoje, pontual e precisamente. O importante é que sou (ou estou) outro homem. Sou (ou estou) mais feliz. Estou mais alegre. Sinto-me mais animado. Encontro-me mais entusiasmado. Muito mais. Enfim, estou mais, muito mais de bem com a vida e comigo mesmo. E minha vida começou a mudar exatamente às 11h26. Foi quando recebi uma mensagem via correio eletrônico. Respondi positivamente às 11h32. Em seguida, precisamente às 11h51, recebi uma ligação telefônica de São Paulo, exatamente de um escritório localizado na Zona Norte. Era a confirmação da boa notícia que me chegara pela Internet e a premiação por um trabalho que me ocupara por 35 horas ao longo de todo o mês de agosto. Essa, entretanto, não seria a única boa notícia do dia. Tinha mais. Às 15 horas, no Centro Histórico de Santos, minha vida mudaria ainda mais. Pelos próximo

Por quê? (179) Adeus, Rui Viotti

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Cláudio Amaral Sou daqueles jornalistas que têm uma dívida eterna para com Rui Villara Viotti, o Rui Viotti (foto) do rádio e da televisão, falecido no dia 7 de setembro deste ano de 2009, prestes a completar 80 anos de idade. Ele nasceu em 26 de setembro de 1929. Eu, em 3 de dezembro de 1949, ou seja, mais de 20 anos depois. Ele nasceu em Caxambu, Minas Gerais, cidade que ainda não conheço. Eu, em Adamantina, no interior paulista, localidade que ele pode até ter conhecido, tantas foram as andanças que fez pelo Brasil e o mundo. No ano em que eu nasci, ele era locutor profissional há cinco anos e já estava no Rio de Janeiro a participar de um concurso promovido pela Rádio Tupi para a escolha do substituto de Ary Barroso, o mais famoso narrador esportivo da época. De lá para cá, Mestre Rui Viotti fez de tudo no rádio. No Rio de Janeiro e depois em São Paulo, onde nos conhecemos. Mas não foi no rádio que eu fui conhecer Rui Viotti, que trabalhou na Tupi, na Nacional e na Tamoio. Fui ter

Por quê? (178) Literatura esportiva?

Cláudio Amaral Por que a literatura brasileira ainda não tem um livro de peso a respeito do futebol, mesmo sendo esse o “esporte das multidões” no País? Nem do futebol, quatro vezes campeão mundial entre seleções adultas profissionais e que nos deu o “Atleta do Século” (Pelé). Nem do tênis profissional, que já nos deu competidores de renome internacional como Maria Esther Bueno, Thomaz Koch e Gustavo Küerten. Nem do automobilismo, que só na Fórmula 1 soma 100 vitórias em grandes prêmios e fez campeões mundiais como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Nem no vôlei, nem no basquete, nem no judô, nem na natação, nem no atletismo, nem na ginástica..., nem..., nem... A falta de um livro de peso em linguagem literária a respeito de qualquer esporte disputado em larga escala no Brasil e com repercussão mundial foi o principal tema da sessão das 16 horas desta segunda-feira, Dia da Independência Nacional, no 1º Encontro Internacional de Escritores em Santos, a chamada “Tarrafa Li

Por quê? (177) Lembranças

Cláudio Amaral O ex-chanceler Celso Lafer e o jornalista Itaborahy Martins afloraram na minha mente por ocasião das apresentações que os jornalistas e escritores Ruy Castro e Heloisa Seixas ( http://heloisaseixas.blogspot.com/ ) fizeram na sexta-feira, no Theatro Guarany, em Santos. Eu estava na segunda fila da platéia quando Heloisa Seixas concluiu a primeira participação dela no 1º Encontro Internacional de Escritores em Santos, a “Tarrafa Literária”, na tarde do dia 4 de setembro de 2009. De imediato, o mediador Ricardo Kotscho, titular do Balaio do Kotscho ( http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho ), disse, com propriedade: - Heloisa Seixas não só escreve bem, como fala bem. Se essa explanação foi gravada, basta copiar e editar . Olhei para o relógio colocado no meu pulso esquerdo e que eu havia ganhado de Sueli, quando ela voltou da Itália, em março. Ele, o relógio, marcava 16h52 e de imediato me veio à mente a figura do jurista do professor e ex-ministro da Indústria e Comérci

Por quê? (176) Em nome da palavra impressa

Cláudio Amaral Eu nunca fiz diferença entre as palavras. Para mim, palavra é palavra, seja impressa ou falada. E tem mais: sempre fiz questão de escrever e falar corretamente. Ou, como queira, da maneira mais correta possível, porque, afinal, ninguém é perfeito. Mas, eles fazem questão. Ou pelo menos ele, Ruy Castro, faz. E fez, publicamente, sexta-feira, ao lado dos jornalistas e escritores Ricardo Kotscho e Heloisa Seixas, desde o palco do Theatro Guarany, em Santos, por ocasião do 1º Encontro Internacional de Escritores, batizado de “Tarrafa Literária”. Ruy Castro tem uma história linda e apaixonante em relação às palavras. Ele, entretanto, fez questão de nos dizer, por exemplo, que a palavra impressa avaliza a notícia. Disse mais: ouvida através do rádio, a palavra entra por um ouvido e sai pelo outro; pela televisão? hum... a televisão, segundo Ruy Castro, “diz tanta porcaria”. Nas palavras de Heloisa Seixas – jornalista, tradutora e escritora, mulher de Ruy há 20 anos – Castro se

Por quê? (175) Em nome dos livros

Cláudio Amaral Hoje, sexta-feira, a primeira de setembro de 2009, foi dia de rever um Amigo, de reencontrar um conhecido e de conhecer uma jornalista, tradutora e escritora que o consagrado Carlos Heitor Cony chamou de “uma das maiores revelações literárias dos últimos anos”. O Amigo: Ricardo Kotscho. O conhecido: Ruy Castro. A revelação: Heloisa Seixas. Fui encontrar os três reunidos em torno do 1º Encontro Internacional de Escritores em Santos. Batizado de “Tarrafa Literária”, o evento acontece no histórico Theatro Guarany, bem no centro de Santos. Precisamente, na Praça dos Andradas, 100, bem no Centro Histórico de Santos. Por lá vão passar, até segunda-feira, dia 7 de setembro, além dos citados, gente do gabarito de Jeremy Mercer (França), Milton Hatoum, André Laurentino, José Roberto Torero, Jorge Caldeira, Laurentino Gomes, Zuenir Ventura, Theo Roos, Marcia Tiburi, Mona Dorf, Matthew Shirts, Xico Sá, Vladir Lemos, Amyr Klink, Tim Winton e Arthur Depieve. Ricardo Kotscho eu conhec

Por quê? (174) Uma pipoca, por favor

Cláudio Amaral No final do ano passado, trafegando pela avenida da praia, em Santos, senti uma vontade louca de comer pipoca. Era outubro. Meados do mês. Eu estava ao volante do meu Honda Fit, vermelho como uma Ferrari. Ao meu lado, no banco do passageiro, eu levava o Amigo Mário Evangelista, jornalista como eu. Comentei, no ato, em voz alta: - Mário, estou com vontade de comer pipoca . E ele, para minha surpresa, respondeu: - Eu também . Como a vontade era mútua, Mário e eu decidimos buscar um carrinho de pipoca. Combinamos, então, que eu diminuiria a velocidade do carro e ele procuraria um pipoqueiro. Não demorou muito e Mário gritou: - Olha lá. Lá tem um pipoqueiro . Ele, o pipoqueiro, tinha o carrinho estacionado na esquina da avenida da praia com a Rua da Paz. Mário pediu que eu parasse o carro e desceu. Antes, entretanto, combinamos que ele compraria dois saquinhos enquanto eu dava a volta no quarteirão e voltaria para pegá-lo. Dito e feito. Voltamos para o Gonzaga Flat, onde viv

Por quê? (173) Em nome da música

Cláudio Amaral O apartamento em que moro com Sueli, minha eterna namorada, é ótimo; o nosso bairro é agradável e além de tudo tem o nome da minha querida sogra, Aparecida, mas... Santos tem muito mais a nos oferecer. A Capital da Baixada Santista tem muito mais a nos oferecer aqui na Aparecida, na vizinha Ponta da Praia, no Boqueirão, no Embaré, no glamoroso Gonzaga, na famosa Vila Belmiro... enfim... por todas as partes, em Santos, encontramos atrações dignas das nossas atenções. Os teatros de Santos, por exemplo, que aos poucos vão sendo recuperados graças às parcerias do poder público municipal com a iniciativa privada, representam algo que deve ser observado e curtido pela população local e regional. Pois foi num deles, o Coliseu, que Sueli e eu fomos novamente, na noite desta terça-feira, 1º de setembro de 2009, para assistir as apresentações de duas corporações musicais de primeira. Uma nós já conhecíamos: a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos. A outra, não: a Banda de Música

Por quê? (172) Dez meses

Cláudio Amaral Hoje, exatamente hoje, dia 1º de setembro de 2009, completam-se dez meses que Sueli e eu ocupamos o apartamento de número 71 do edifício localizado na Avenida Epitácio Pessoa, 555, em Santos. Estamos no bairro da Aparecida, a 30 metros da Avenida Coronel Montenegro, que tem ao centro o Canal 6 da Capital da Baixada Santista. Temos uma vista lindíssima do Oceano Atlântico a partir das janelas da sala e de dois dos nossos três dormitórios. E não poderia ser diferente porque estamos a exatos 742 passos contados, um a um, da areia da praia da Aparecida. Essa é a distância – 742 passos – que somos “obrigados” a percorrer diariamente entre a porta do nosso apartamento e a areia, logo após atravessarmos a Avenida Bartolomeu de Gusmão, a chamada “avenida da orla santista”. Sueli foi quem escolheu esse apartamento e negociou o aluguel e todas as condições com o proprietário, o Sr. Nelson Fabretti, que na época morava em Santo André, no ABC paulista. O Sr. Nelson não está mais ent

Por quê? (171) O valor da leitura

Cláudio Amaral Quando comecei a aprender a ler e a escrever, criança pequena lá em Adamantina (SP), não tinha ideia do quanto a leitura me seria importante. Hoje, prestes a completar 60 anos de idade, continuo a valorizar a leitura e cada vez a valorizo mais. Sem possuir o domínio que tenho da leitura – em português, claro – eu não seria capaz de ter lido centenas e centenas de livros. Livros que ainda tenho comigo, como quase todos de Machado de Assis. Livros que me foram emprestados e que devolvi, por respeito aos seus donos e a outras pessoas a quem eles, os livros, pudessem ser cedidos, ainda que por tempo determinado. Livros que ainda estão me esperando, aqui em Santos e lá em São Paulo, onde está a maioria de todos quantos consegui acumular. Mas não são apenas os livros que me deliciam e me encantam, a ponto d’eu valorizar a minha capacidade de ler e ler muito. As revistas, também. Os jornais, então, nem te falo, caro e-leitor. E essa conversa toda – que parece “conversa fiada”,

Por quê? (170) Santos, uma benção!

Cláudio Amaral Mudar para Santos me foi uma benção. Uma benção que, sinceramente, não sei se mereço. Mas, penso que, se Deus me deu essa oportunidade, é porque fiz jus. É porque mereci. Ou será que Ele está apostando em mim, mais uma vez? Ou estaria Ele me testando? Pelo sim, pelo não, sinto-me num paraíso, estando em Santos. E não é só pelas praias que tenho à minha frente, aqui em Santos. Não é, também, só pelos raios solares que nos banham – como ontem e hoje, por exemplo – aqui em Santos. Nem pelas chuvas, que são frequentes e refrescam a temperatura em quase toda a Baixada Santista. Não é, igualmente, apenas pela vista que tenho do Oceano Atlântico (“o marzarzão, vovô”, como diz a pequena e querida Beatriz, olhando a partir da janela da sala do apartamento que estamos, Sueli e eu, a ocupar na Aparecida, quase Ponta da Praia). Nem o brilho que vejo nos olhos dela, a pequena Beatriz, quando vê um “naviozão” passar pelo “marzarzão”, rumo ao cais do Porto de Santos ou a alto-mar, me f

Por quê? (169) Santos para não santistas

Cláudio Amaral Para fazer jus ao que ouvi de um Amigo santista, na semana passada... - Você escreve a respeito de Santos como se aqui houvesse nascido ... ...me dispus a fazer uma caminhada especial na manhã desta segunda-feira. O dia não estava dos mais claros. Antes, entretanto, que escurecesse mais, fui à luta. Primeiro, tomei um bom café da manhã na Padaria Cristo Redentor, na esquina da Avenida Epitácio Pessoa com a Rua Trabulsi, na Ponta Praia. Depois, fui em direção a avenida da orla santista e, ao invés de virar à esquerda e seguir rumo à balsa que liga Santos com Guarujá, tomei o caminho contrário. Passei pelos canais 6, 5, 4, 3, 2 e 1. Fui até a divisa de Santos com São Vicente, mas, antes de cruzar a linha divisória entre as duas cidades, fiz algumas incursões. No Canal 2, por exemplo, andei rumo à Vila Belmiro, aonde vou sempre que me disponho a visitar o casal de Amigos Cristina Saliba e Carlos Conde e ou aos jogos do Santos FC, no “Alçapão”. Desta vez, entretanto, descobr

Por quê? (168) Acelera, Rubinho!!!

Cláudio Amaral Exatamente às 9h41 deste domingo chuvoso, aqui em Santos, meu filho caçula me chamou pelo celular para dizer: - Um dia, pai, alguém tinha que errar a favor do Rubinho . Flávio Murilo do Amaral, meu filho caçula, estava em São Paulo e não acreditava no que via ao vivo, pela TV Globo, direto de Valencia, na Espanha. Ele queria saber do pai, que acompanhou de perto, bem pertinho, quase todos os GPs de Fórmula 1 disputados no Brasil, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, ora a serviço do Estadão, ora pelo Correio Braziliense, se era verdade o que via pela televisão. Sim. Era verdade, sim. Mas poucos acreditavam no que estava acontecendo. Rubens Barrichello, o nosso querido Rubinho, havia largado em terceiro no grid do Grande Prêmio de Valencia, passara para a segunda colocação após a primeira parada do líder e atual campeão mundial Lewis Hamilton (McLaren/Inglaterra) e atrás de Heikke Kovalainen (McLaren/Finlândia), que havia saído em segundo. Flávio e todos nós, os f

Por quê? (167) Santos e os Objetivos do Milênio

Cláudio Amaral Ninguém pode acusar as cabeças pensantes de Santos de não estarem de olhos voltados para o futuro. Sejam elas do setor público, da iniciativa privada ou do terceiro setor. A prova disso foi exposta clara e publicamente no final da tarde desta segunda-feira, no Salão Nobre Prefeito Esmeraldo Tarquínio, no Palácio José Bonifácio, onde funciona a sede da Prefeitura de Santos. Lá estiveram, por cerca de uma hora, toda a cúpula da administração pública municipal, seis parlamentares com mandatos junto à Câmara de Vereadores e 50 representantes de organizações comunitárias da Capital da Baixada Santista. Entre elas, o comandante e autoridade máxima da cidade, o engenheiro e prefeito João Paulo Tavares Papa, mais o vice-prefeito Carlos Teixeira Filho (também secretário da Assistência Social) e quase todo o secretariado municipal. Representando o setor empresarial estava Ronaldo de Souza Forte, um dos mais atuantes da Baixada Santista, diretor Regional Titular do Centro das Indús

Por quê? (166) Dance, Santos! Dance!

Cláudio Amaral Santos, a cidade mais importante do litoral paulista, tem uma dívida para com Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Uma dívida impagável. A população de Santos para com os habitantes de Niterói. A dívida é resultado de uma apresentação impagável que o Ballet da Cidade de Niterói nos ofereceu na noite de sexta-feira, no palco do Sesc, no bairro Aparecida. Tínhamos, Sueli e eu, comprado ingressos para a apresentação deste domingo, 16/8/2009, a partir das 16 horas. Mas trocamos as entradas em cima da hora, no sábado, logo após a missa que marcou a passagem do décimo aniversário da morte do nosso saudoso José Arnaldo, o jornalista, herói da Segunda Guerra Mundial, nascido José Padilla Bravos. Trocamos e não nos arrependemos. Foi uma noite diferente. Não pelo teatro. Nem pela dança. Foi diferente por tudo: pelo teatro, pela dança, pela companhia e... pela homenagem a Pixinguinha. Sim, a apresentação do corpo de baile de Niterói – ou melhor, da Companhia de Ballet da Cidade de

Por quê? (165) Mamãe, mamãe, mamãe...

Cláudio Amaral Exatamente neste domingo, o Dia dos Pais de 2009, eu me dediquei integralmente à minha mãe. Até porque não tenho pai desde 1985, quando o senhor Lázaro Alves do Amaral, o ‘seu’ Lazinho, nos deixou, vítima de insuficiência cardíaca, em Marília. Acordei cedinho, peguei meu Honda Fit e às 7h30 estava a sair do prédio em que vivo com Sueli, em Santos, rumo a São Paulo. Subi a Serra do Mar e fui direto ao endereço de minha irmã caçula, no Ipiranga. Como havia combinado com meu sobrinho Gustavo Moreno, que agora está mais palmeirense do que nunca, cheguei lá minutos, poucos minutos após 9 horas da manhã. Clélia, a caçulinha, me aguardava. Ela, os filhos Gustavo e Luciano, torcedor do Santos FC, e mulher dele, Thaís. Os dois, mais jovens e fortes do que eu, desceram Dona Wanda usando uma cadeira de rodas, colocaram ela e as bagagens no carro e fomos, os três – minhas mãe e irmã, mais eu – rumo ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Foi de lá que saiu para Campo Grande o avião

Por quê? (164) Sem peça de reposição

Cláudio Amaral Certa vez, algo em torno de 1996, uma profissional de Recursos Humanos que me entrevistava para decidir se me contrataria ou não para trabalhar na empresa a que ela servia, me perguntou: - Por que você quer mudar de emprego? E eu, ingenuamente, respondi: porque meu diretor é uma pessoa complicada, muito difícil. E ela, a profissional de RH, quebrou minhas pernas ao me dizer, de pronto, na cara e na lata: - Todos os seres humanos são complicados. Diante da minha cara de interrogação, ela emendou: - Imagine você se todos nós fossemos descomplicados, previsíveis? E enquanto eu fazia o que ela havia me pedido, ou seja, imaginava seis bilhões de pessoas agindo sempre dentro da mesma lógica e do mesmo comportamento, ela, novamente ela, disparou: - O mundo seria a maior chatice. Monotonia total. Deixei o prédio em que funcionava a Reuters, a maior agência de informações do mundo, na região da Praça da Sé, bem no centro financeiro de São Paulo, e voltei com o rabo entre as perna

Por quê? (163) Um café, por favor

Cláudio Amaral Além da chuva, o frio também nos deu uma trégua, aqui pelos lados de Santos e da Baixada Santista. A quinta-feira amanheceu com previsão de “dia ensolarado” e aos poucos os raios solares foram tomando conta de tudo. Por isso, mas mais ainda por conta de um compromisso importante, acordei às 6h10, me espreguicei e, antes que me levantasse, tive uma grande alegria. Uma voz infantil, vinda de cerca de um metro de distância, indicando um sorriso angelical, disparou em minha direção: - Bom dia, vovô? Era Beatriz, a netinha que pedimos a Deus, Sueli e eu. A filha de nossa filha Cláudia, e de Márcio Gouvêa, está a passar a semana por aqui porque a escolinha também pediu férias e que mamães e papais mantivessem os filhos em casa por conta da gripe suína. Alegria, alegria, alegria. Nosso apartamento é só alegria, porque Beatriz do Amaral Gouvêa nos enche de alegria pela manhã, à tarde e à noite. De vez em quando, ela fica com sono e dá uns chiliques. Mas, nada que a vovó não cons

Por quê? (162) Em 30 anos!!!

Cláudio Amaral O frio continua, mas a chuva deu uma trégua, finalmente. Em Santos, pelo menos. Pois nem o frio me meteu medo neste início de semana, a primeira do mês de agosto de 2009. Tanto que, ainda em férias, coloquei roupa boa, capaz de impressionar aos mais exigentes, e fui para as ruas, literalmente, nestas segunda e terça-feiras. Fui disposto e voltei animado. Saí de casa (apartamento, na verdade), aqui junto ao Canal 6, no bairro da Aparecida quase Ponta da Praia, por volta da uma hora da tarde de segunda-feira e só voltei depois das 10 e meia da noite. E em todo esse tempo só fiz gastar solas de sapatos. Ou seja: fiz todos os trajetos andando, caminhando e sem pegar nenhum ônibus sequer. Carro? Nem pensar. O clima estava ameno, convidativo, tanto de dia quanto de noite. Fui cheio de vontade e retornei repleto de entusiasmo. A razão (melhor seria escrever... as razões) foi tudo o que vi e ouvi tanto na Associação de Engenheiros e Arquitetos quanto no Instituto Histórico e Geo