Por quê? (131) Como chove nesta terra à beira mar


Cláudio Amaral


Santos é uma ilha como todas as ilhas?

É!!!

Não, não é!!!

Uma ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados: norte, sul, leste e oeste.

Santos é assim?

É!!!

Não, não é!!!

Além de água por todos os lados, Santos tem um porém.

E o porém de Santos é a quantidade de água que vem de outro lado.

Qual?

O lado superior da vida: o céu, as nuvens.

Como chove nesta terra à beira mar.

Chove há dias em Santos.

Chove fraco.

Chove médio.

Chove forte.

Mas..., parar de chover, que é bom, não pára.

Parar de chover, que é bom, é modo de dizer.

Todos nós precisamos de chuva.

Todos os seres vivos precisam de chuva.

Seres humanos, racionais ou não.

Seres vegetais, também.

Todos nós precisamos de chuva.

Não há, portanto, razão para reclamarmos da chuva que chove em Santos dias e dias seguidos.

Por conta disso, a chuva deste sábado, 18 de outubro de 2008, meu 19º dia seguido em Santos, não me impediu de sair do Gonzaga Flat Service para andar pela cidade.

Nem a mim, nem a Sueli.

Saímos inicialmente de carro.

De Fit Honda, especificamente.

Mas... a maior parte da nossa longa caminhada foi a pé.

Nossa missão era bem clara: encontrar um imóvel para morar em Santos.

Uma casa ou um apartamento.

Andamos por imobiliárias, ruas, avenidas, vielas e vilas,

Caminhamos pelo asfalto e sobre paralelepípedos.

Pelas ruas, literalmente, mas também pelas calçadas, que não são lá muito boas.

Fomos em dupla e em quarteto: Sueli, eu, compadre Carlos Conde e Cristina Saliba, a mulher dele.

Andamos pela Conselheiro Nebias e adjacências, pelo Gonzaga, Boqueirão, Vila Belmiro (“a vila mais famosa do mundo”, como dizem os santistas) e por fim pelo Marapé.

Vimos apartamentos e casas, novos e usados, pouco e muito usados, imóveis bons e não tão bons.

Todos, sem exceção, como preços irreais. Elevadamente irreais.

- É o efeito Petrobrás, disse um corretor.

- É o efeito Pré-Sal, acrescentou um outro profissional do mundo dos imóveis.

- Seja lá o que for, não vale desanimar, advertiu um colega d’A Tribuna de Santos.

- Desanimar, jamais, garanti a ele.

- Deus há de nos prover mais uma vez, profetizou Sueli, minha companheira há quase 40 anos.

- Sim, concordei. E repeti: Deus há de nos prover e de nos socorrer com uma moradia digna, de propriedade de um cidadão digno e honesto, o suficiente para nos cobrar um aluguel igualmente digno e honesto.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional até o dia (1º/10/2008) em que entrou na Redação d’A Tribuna de Santos como Editor-Executivo.

19/10/2008 01:01:57

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