Por quê? (370) – Amor entre guerras
AMOR ENTRE GUERRAS, por Marianne Nishihata (Editora Planeta - 2015)
Cláudio
Amaral
Meu relógio marcava
exatamente 10h10 desta segunda-feira (12/09/2016) quando dei por encerrada a
leitura do livro Amor entre guerras.
Estava visivelmente
emocionado, depois de ter ido às lágrimas por mais de uma vez, em razão da hábil
narrativa construída a partir de 2001 pela Jornalista Marianne Nishihata, então
estudante na Universidade de Mogi das Cruzes (SP).
Amor entre guerras representa o primeiro romance escrito pela autora e foi editado pela
Planeta (www.planetadelivros.com.br),
em 2015.
Nesta obra, que começou como
TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), ela narra “o romance entre uma carioca e
um japonês que lutou pelo Brasil na 2ª. Guerra Mundial”.
A carioca, no caso, era Ilma
Faria (1922/2009); o japonês, Alberto Tomiyo Yamada (1921/2002).
Ele nasceu no Japão, mas teve
o registro de nascimento feito no Brasil. Por consequência foi convocado para
integrar a FEB, a Força Expedicionária Brasileira (1943/1945), que, por decisão
do presidente Getúlio Vargas, enviou para a Itália 27.834 combatentes, entre
homens (a maioria) e mulheres. Todos sob o comando do general João Batista Mascarenhas de
Morais (1883/1968). Desses,
454 pracinhas e cinco pilotos da Força Aérea Brasileira morreram em ação.
Alberto Tomiyo voltou vivo da
Itália, mas por pouco não foi a 455ª. vítima em combate. Ele acabou ferido por pelo
menos três projeteis disparados por um soldado alemão e foi dado como morto.
Depois se descobriu que fora socorrido por socorristas dos Estados Unidos e
recuperado por médicos e enfermeiras estadunidenses e brasileiros.
Ilma ficou o tempo todo no
Brasil. Era apaixonada por Alberto Tomiyo, que havia conhecido na estação ferroviária
de Mogi das Cruzes, quando a família dela mudara do Rio de Janeiro para aquela
localidade paulista por conta da transferência do pai.
Ambos queriam se casar antes
do embarque dele para os campos de batalhas, mas não conseguiram. E ela só não sofreu
mais por ser devota de Santa Teresinha e Filha de Maria. Foi a única pessoa das
duas famílias que jamais acreditou que o então noivo houvera morrido. E não se
arrependeu disso.
O casamento de Ilma e Alberto
Tomiyo aconteceu a 26 de dezembro de 1946 e eles tiveram seis filhos: Teresinha
(conforme haviam combinado ainda antes do embarque de Alberto para combater na
2ª. Guerra Mundial), José, Sueli, Suzui, Regina e Vera.
Juntos eles conseguiram outra
vitória: dez anos depois, venceram as barreiras e tiveram o casamento aceito
pela Família Yamada. A partir de então, Ilma “passou a ser uma das pessoas mais
adoradas pelo clã”, segundo a Jornalista Marianne Nishihata.
Amor entre guerras é mais uma prova de que não é preciso ser escritor experiente para
construir uma boa narrativa.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.br) é jornalista desde 1º de maio de 1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (Turma de 2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (Turma de 2013/2015).
12/09/2016 18:10:49 (pelo
horário de Brasília)
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