Por quê? (374) – Orlando de Almeida, Jornalista.
Cláudio
Amaral
Estava
eu na Paróquia Santa Rita de Cássia de Vila Mariana, aqui em São Paulo.
Acabara
de fazer minhas orações e me sentia pronto para assistir a Celebração da Missa
das 18 horas.
Era
um dia especial por vários motivos: 1) porque 22 de maio é o Dia de Santa Rita
de Cássia; 2) porque teríamos a apresentação mensal do Coral de Santa Rita, no
qual cantam Amigas e Amigos; 3) porque os celebrantes seriam o Bispo Auxiliar
da Região Sé e o Pároco, respectivamente Dom Eduardo dos Santos e Frei Pelayo.
Como
se isso não bastasse para justificar minha presença, tive uma surpresa das mais
agradáveis: reencontrei Orlando de Almeida, Jornalista e Amigo desde os bons
tempos de reportagens no jornal O Estado de S. Paulo.
Atuamos
junto no cotidiano da Redação do então maior e mais respeitado diário do
Brasil, mais conhecido como Estadão, nos anos que compuseram a primeira metade
da década de 1970.
Sim,
faz tempo. Muito tempo. Mas até hoje, correndo o ano de 2017, me lembro com
saudade e orgulho daquele tempo em que caminhávamos descalço sobre vidros e
pedras pontiagudas, simplesmente porque o regime cívico-militar, implantado no
Brasil a partir de 31 de março de 1964, ainda nos obrigava a atuar e agir com
cautela. Muita cautela.
Eu
era responsável pela cobertura diária do que chamávamos de Igreja, principalmente a Católica Apostólica Romana, comandada aqui
na região metropolitana de São Paulo pelo Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016).
Falava com ele e seus auxiliares toda semana. Mas não só com ele. Lembro-me bem
de outros dois religiosos atuantes na época: o Rabino Henry Sobel e o Reverendo
James Wright (1927-1999).
Não
raro, as notícias e reportagens que eu escrevia eram censuradas pela Polícia
Federal, que marcava de perto os principais lideres religiosos do País. Os
lideres da oposição também. E nos lugares em que elas deveriam ser publicadas o
Estadão colocava poemas de Camões.
Nos
dias em que não tínhamos pautas de Igreja,
eu me revezava com o Amigo Orlando de Almeida na cobertura de outra área importante:
Abastecimento. Afinal, os produtos
agrícolas e alimentícios eram escassos e, por consequência, os preços castigavam
a todos nós, os consumidores.
Os
anos passaram e cada um tomou o seu rumo. Até que, no dia 22 de maio de 2017,
nos reencontramos na Paróquia de Santa Rita de Cássia, na Rua Dona Inácia
Uchôa, na Vila Mariana.
Ambos
nos reconhecemos de imediato, nos cumprimentamos como fazem os bons Amigos. Além
de tudo, seguidores da mesma religião. E passamos a recordar os tempos
passados. Ele, mineiro de Uberaba. Eu, caipira de Adamantina, no Interior
paulista. Ambos jornalistas e blogueiros, pois, afinal, uma vez Jornalista,
sempre Jornalista.
Orlando
de Almeida escreve e publica De tudo um pouco.
Um pouco de tudo no http://orlanalmeida15.blogspot.com.br.
Eu? Eu estou sempre por aqui, emitindo
minhas opiniões, observações, comentando as coisas boas da vida, detalhando
minhas viagens e falando de Amigas e Amigos. Como Orlando de Almeida.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.br) é jornalista desde 1º/5/1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (Turma de 2003) e Biógrafo pela FMU/História/SP (Turma de 2013/2015). Autor do romance Um lenço, um folheto e a roupa do corpo, disponível nas plataformas online da PerSe e da Amazon.
03/06/2017 11:47:16 (pelo horário de Brasília)
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