Por quê? (447) – O reconhecimento de Arnon Gomes
Cláudio Amaral
O reconhecimento humano e pessoal tem uma importância enorme,
indescritível, inenarrável. E não por vaidade, mas por essência. É uma das
formas mais puras de validação da nossa existência e do nosso valor como pessoa,
como ser do bem.
Pois foi isso, em resumo, que eu senti às 19h03 desta segunda-feira, dia
10 de Novembro de 2025.
Naquele exato momento eu recebi a seguinte mensagem do Amigo Arnon Gomes
dos Santos:
- Grande amigo Cláudio! Hoje completo 20 anos morando no Interior, desde
o dia em que você me "sequestrou" (rsrs) de Santos. Obrigado
por tudo. Você foi marcante em minha vida.
Confesso que, apesar de chorão, consegui
conter as lágrimas.
Fiquei emocionado, sim, mas ainda estou emocionalmente equilibrado. Ainda que o
baque tenha sido forte. Bem forte.
Arnon Gomes vivia em
Santos, onde nasceu. Eu, em Franca, no interior paulista. Lá eu era
responsável, entre outras atividades, pela seleção de novos talentos para a
Redação do diário Comércio da Franca. O jornal era editado pela empresa
presidida pela Jornalista Sonia Machiavelli e tinha como diretor-executivo o
jovem Jornalista Corrêa Neves Júnior.
Diariamente, eu
examinava e selecionava currículos de recém-formados em Jornalismo no Brasil
todo. A seleção era feita preferencialmente à noite, logo após o fechamento das
páginas sob minha responsabilidade.
E foi numa noite
chuvosa que pelas minhas mãos passou o currículo do jovem Arnon. Liguei no ato
para o telefone que ele marcara e, felizmente, foi o próprio que me atendeu.
Expliquei do que se
tratava e ele de pronto aceitou a vaga que tínhamos em aberto: Repórter de assuntos
gerais.
Fiz uma pergunta mais e
ele disse que em minutos estaria com a mala pronta para viajar para Franca.
Depois ele me contaria
que estava sozinho em casa, que separou as roupas e fez a mala sem perda de
tempo. Pedira a um dos dois irmãos que avisasse os pais que ele estava viajando
para um novo emprego a cerca de 500 quilômetros.
Acordei bem cedo e fui
à rodoviária esperar o novo contratado.
Dali fomos direto para
a pensão onde ele ficaria hospedado. Nos primeiros dias, pelo menos.
Ficamos tão Amigos que
passamos a conviver tanto no jornal quando fora dele e juntos frequentávamos a
Catedral de Franca, os restaurantes, as salas de televisão onde víamos os jogos
dos nossos alvinegros: ele do SantosFC e eu do Corinthians.
Logo Arnon fez outros
tantos amigos em Franca e nas cidades da região.
Em pouco tempo ele
estava sendo chamado para acompanhar, comentar e criticar os desfiles de
carnaval de rua de Franca. Tanto nas páginas do Comércio quanto pelas ondas da
Rádio Difusora.
Certa noite ele me
apresentou a mãe dele, a simpática senhora Irene, como quem fomos jantar na Sapataria
da Pizza, no centro da cidade.
Na nossa turminha
figurava também outro Repórter selecionado por mim, Bruno Pessa, que viera de
Bauru. E o interessante foi saber que ambos haviam convivido em Santos, onde
Bruno e um dos irmãos de Arnon frequentavam a mesma escola pública.
Mas, infelizmente, tudo
o que é bom dura pouco. Logo a fama do Repórter Arnon Gomes chegou aos ouvidos
de outro Jornalista e que, igualmente, era meu Amigo: Wilson Marini, então
Editor-Chefe da Folha da Região de Araçatuba.
Fui obrigado a me
contentar com a transferência de Arnon para Araçatuba.
Por pura competência,
logo ele foi subindo dentro daquele jornal até chegar a Editor-Chefe. E lá ele
produziu a partir de um TCC e editou um dos inúmeros livros dele: O Repórter mais
premiado do Brasil, a respeito da vida e das obras do Jornalista José Hamilton
Ribeiro.
Em Araçatuba Arnon se
casou com a jovem Cintia Brasileiro, ambos tiveram uma filha linda, Carolina. E
até hoje eles vivem naquela que é um das mais calorenta cidades do interior do
Brasil e onde nasceu a minha esposa Sueli Bravos.
E é assim que somos
felizes até hoje: Arnon, Cintia, a pequena Carolina, a araçatubense Sueli, eu e
Wilson Marini.
Felizes para sempre!
(*) Cláudio Amaral (claudioamaral49@gmail.com) é
Católico. Patriota. Anticomunista. Autor do livro-biografia O Cabo e o
Jornalista (José Arnaldo 100 Anos) e do livro-autobiográfico Meus Escritos de
Memória. Jornalista desde 01/05/1968. Mestre em Jornalismo para Editores pelo
IICS/SP (2003). Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015).
11/11/2025
01:17:22 (pelo horário de Brasília)

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