Por quê? (195) Bravos sanitaristas


Cláudio Amaral

Desde dezembro de 2009, quando Sueli e eu voltamos a viver na nossa residência da Aclimação, em São Paulo, tenho ficado de olhos bem abertos sobre os caminhões que recolhem lixo aqui na nossa rua.

Para isso, tenho visão privilegiada a partir da janela do nosso escritório, no piso superior do sobrado que ocupamos desde 1980.

E por vezes fiquei impressionado com a eficiência (ou seria eficácia?) dos coletores de lixo, mais conhecidos como lixeiros.

A propósito: nos Estados Unidos os lixeiros não admitem essa classificação profissional; exigem serem chamados de “sanitaristas”.

Mais do que lixeiros, os nossos coletores são, verdadeiramente, sanitaristas.

Afinal, não houve um dia sequer, desde meados de dezembro, que eles tenham feito o serviço porco que nós conhecíamos quando aqui vivíamos, ou seja, antes d’eu ser convidado a trabalhar na Redação d’A Tribuna, em Santos, como Editor-Executivo.

Antes, era comum os coletores – verdadeiros lixeiros – recolherem o lixo por cima e deixar rastros na frente de todas as residências da nossa rua.

Da nossa e das ruas da vizinhança.

Creio que nas demais ruas do bairro acontecia igual.

Hoje, não.

Hoje, especificamente, quando fiquei atento ao trabalho dos coletores, eles foram novamente impecáveis.

Foram perfeitos sanitaristas.

Recolheram todos os saquinhos, sacolas e caixas que continham os objetos que imaginamos serem apropriados para reciclagem, tal qual nos ensinou o Amigo Eduardo Nunomura nos anos 1990, quando ele trabalhava conosco num outro imóvel, de natureza comercial, na Rua Machado de Assis, também na Aclimação.

Rastros de lixo? Nenhum.

A lixeira do prédio da esquina das ruas Machado de Assis e Gregório Serrão, onde colocamos o lixo, ficou impecavelmente limpa.

Tanto que eu me animei a dizer aos três coletores – sanitaristas, melhor dizendo – um “obrigado” bem grande e forte.

Tudo bem que só um deles ouviu e retribuiu com um aceno de mão, tal era a força do motor do caminhão que passava por aqui.

Ainda assim valeu a pena. Ou seja, me senti recompensado pelo “obrigado” que bradei por volta das 11 horas da manhã desta quarta-feira, dia 10 de março de 2010, a partir da janela do meu escritório, em direção aos sanitaristas que por aqui passaram.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, repórter, editor, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação empresarial e institucional.

10/3/2010 12:11:39

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