Por quê? (225) Um veículo cheio de mistério

Cláudio Amaral

Há pelo menos um ano ele está na porta da minha residência.

Ou melhor: na porta, exatamente, não; está do outro lado da Rua Gregório Serrão, 51, aqui em São Paulo.

Esse é o endereço de minha casa, na Aclimação, mas, estando do outro lado da rua, ele fica na Vila Mariana.

Explicando melhor: do lado em que moramos, eu e minha família, é Aclimação; do outro lado da rua, é Vila Mariana.

O carro tem algo em torno de três metros; ou quase.

A cor é cinza.

Está assentado sobre quatro rodas.

Dia sim, dia não... amanhece mais sujo do que o normal; depende da noite.

Mas está sempre no mesmo lugar; sempre.

No visual, a calibragem das rodas (que, segundo o borracheiro mais próximo, aqui na Gregório Serrão, mesmo) não dá sinal de nenhuma alteração. Nada.

Meu vizinho, que é policial civil, diz que já consultou os órgãos competentes e nada; nenhuma pendência.

Outro vizinho, que tenho certeza ser torcedor do meu Corinthians, me fez observação diversa: quem tem coragem de abandonar um carro desse tipo na rua?

Não tive resposta para dar a ele, mas transmite apenas o que o porteiro do prédio de baixo me disse: o casal que se diz proprietário do veículo e que, ao que parece, mora na Rua Machado de Assis, comprou um carro novo e foi deixando esse antigo aí... e ele aí está.

Sem explicação alguma.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.

13/6/2011 15:43:25

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