Por quê? (400) – O que será de nós?(4)
Cláudio
Amaral
Em
meio à pandemia do vírus chinês, em função da qual ninguém sabe o que
será de nós, recebi uma ligação pelo celular oriunda do número (062) 99284-4161
e desconfiei no ato.
Afinal,
tal número nunca constou do meu catálogo telefônico e o cidadão do outro lado
da linha foi logo me perguntando:
- Sabe
quem está falando?
E ieu, querendo fazer graça e ou tirar
uma onda, respondi:
- Não sei e nem quero saber.
Silêncio. Silêncio ensurdecedor.
Mas logo veio outra frase:
- Pode ficar tranquilo que não é o
Carlinhos, não.
Armei outra intervenção e mandei ver:
- Claro que não. O Carlinhos já morreu. Já era.
Já está no céu. Ou no inferno, que sabe?
Ato contínuo o cidadão desligou.
Segunda-feira passada, dia 20/04/2020, comentei
o ocorrido com uma Amiga, das melhores Amigas que tenho e com quem ieu tomava
um café, ambos totalmente protegidos por conta do Covit-19 e por iniciativa própria,
e ela caiu na risada. Riu que se esborrachou. Mais do que riu: gargalhou.
Contei mais: além disso tudo que aqui relatei,
disse a ela que, imediatamente após o encerramento abrupto daquela conversa,
localizei o número do meu interlocutor e mandei uma mensagem a ele nos
seguintes termos:
- Desligou por que? Não gostou do nosso
papo?
Fiz mais: acrescentei uma despedida dum jeito
qu’ele não deverá esquecer jamais:
- Então tá... então vá... então vá... então
vá com os anjos e fique com Deus...
Foi aí que minha Amiga não se aguentou e riu
mais ainda. Riu que se esbaldou... riu e gargalhou a mais não poder.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*)
Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.br) é Católico Apostólico Romano e devoto
de Santo Agostinho e Santa Rita de Cássia. É autor dos livros Um lenço, um folheto e a
roupa do corpo (2016) e Por quê? Crônicas de um questionador (2017).
É Jornalista desde 01/05/1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP
(2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015).
21/04/2020
22:37:59 (pelo horário de Brasília)
Comentários
Parabéns. Falou. Tchauuuuu