Por quê? (426) – O Museu da Bíblia, em Washington DC


A foto mostra o deslumbrante teto do Museu da Bíblia, batizado de Explore! e é uma experiência de realidade virtual que muda periodicamente

Cláudio Amaral

        Você sabia, caro e-leitor, que existe um Museu da Bíblia na capital federal dos Estados Unidos?

Pois eu desconhecia.

Fui saber apenas quando, nestas férias de Verão, meu genro Márcio Gouvêa convidou a mim e à sogrinha, como ele se refere à Sueli, para irmos a Washington DC e lá visitarmos o Museum of the Bible.

Topamos e fomos no dia 5 de Julho de 2022: eu, ela, ele, a Cláudia e os dois filhos deles, nossos netinhos queridos Beatriz e Murilo.

Saímos pela manhã de Ashburn Village e, de carro, rodamos 35 milhas, ou o equivalente a 56 quilômetros, até chegarmos ao imponente edifício dos anos 1920, localizado no número 400 da 4th St., a apenas três quarteirões do Capitólio, a sede do Congresso.

Logo após entrar fomos recebidos pelo guia Dave. Ele nos acompanhou por duas horas, até perto do meio-dia. Aí demos uma pausa e fomos lanchar com os Amigos de passeio Robin e James

Depois do lanche, feito na cafeteria existente no mezanino do primeiro piso, continuamos a visita. Nos dois períodos em que lá ficamos fomos a quase todos os sete pisos do edifício que outrora abrigou um depósito de alimentos congelados, antes de serem distribuídos a restaurantes de Washington DC. Só não estivemos no B1 (local de “exposições especiais do Museu da Bíblia e de museus e instituições notáveis de todo o mundo”) e no piso 6 (de onde o mapa do local nos promete “vistas deslumbrantes do horizonte icônico” da capital federal, “uma caminhada no Jardim Bíblico e uma refeição no restaurante Manna”).

Estivemos nos pisos 1 ao 4 e vimos quase tudo: do deslumbrante teto batizado de Explore! (uma experiência de realidade virtual que muda periodicamente) a uma incrível réplica da prensa de Gutenberg, reconstruída a partir de fotos da original, de 1458. Estar frente a frente com a prensa de Gutenberg me remeteu aos meus primeiros dias de prática do Jornalismo, em 1968, quando fui admitido como Repórter do Jornal do Comércio de Marília.

Na sequência vimos uma exposição dos Museus do Vaticano e da Biblioteca do Vaticano, no mesmo andar principal, o 1; pelo Impacto da Bíblia, no 2, onde pudemos ver e descobrir a influência global da Bíblia em áreas como a da música, moda e governo, assim como o impacto dela (a Bíblia) na cultura americana; pelas Histórias da Bíblia, no piso 3, incluindo a Bíblia Hebraica; e, no 4, tivemos oportunidade de observar mais de 600 artefatos e 50 programas de mídia, incluindo pergaminhos manuscritos e dispositivos móveis.

A visita ao piso 5 também ficou para uma próxima oportunidade, pois faltou-nos tempo e disposição física para conhecermos as leituras públicas das Escrituras no Teatro Palco do Mundo.

Voltamos cansados, mas felizes.

Voltamos a Ashburn Village com a certeza de que valeu a pena visitar o Museum of the Bible, um dos mais novos museus de Washington DC.

Voltamos trazendo uma informação alvissareira: os profissionais do Museu da Bíblia de Washington DC têm por meta concluir, até 2033, a tradução em Inglês de todas as Bíblias produzidas em todos os idiomas ao longo do mundo. Por que 2033? Porque naquele ano se completarão 2000 anos da morte de Jesus Cristo.

 

Observações oportunas e importantes

1)      Antes de pegar o carro e voltar para Ashburn Village, o Márcio nos fotografou junto aos portões frontais do Museu da Bíblia, que nos mostram as passagens de Gênesis 1:1-31 em Latim, como encontrado na Bíblia de Gutenberg. Da esquerda para a direita estamos Beatriz, Cláudia, Sueli, Cláudio Amaral e Murilo.



2)      A Bíblia Sagrada foi o primeiro livro impresso pela prensa (fotos) criada pelo inventor, gravador e gráfico do Sacro Império Romano-Germânico Johannes Gutenberg (1400-1468). O fato se deu em 1458, na Alemanha. Antes disso as cópias das Sagradas Escrituras eram feitas uma a uma pelos monges copistas. Para reproduzir as cerca de três milhões de letras, 31 mil versículos e 1,19 mil capítulos, os monges gastavam, em média, de 12 a 15 meses. Custoso e demorado, esse processo fazia com que o texto sagrado fosse inacessível para a população. Havia outro problema: os exemplares da Bíblia recebiam, nos monastérios, ilustrações requintadas, desenhos folheados a ouro e capas bem trabalhadas. Com isso, o custo de uma Bíblia era equivalente uma pequena propriedade rural. Veio, então, a prensa de Gutenberg, que, usando tipos móveis individuais, permitia a montagem e impressão manual dos textos. Feita a montagem e a a impressão, as letras eram guardadas e organizadas por tamanho e forma, podendo ser utilizadas em nova impressão. Por volta de 1445 foram feitos os primeiros experimentos de Gutenberg com a prensa móvel. As primeiras impressões foram de pequenos textos, de cartas de indulgência e de missais. Os preparativos para a impressão da Bíblia deram-se em 1454 e demoraram três anos. Durante esse tempo, e com uma equipe de 12 ajudantes, Gutenberg imprimiu 250 exemplares da Bíblia em Latim. Desses primeiros exemplares impressos na primeira empreitada restam apenas 40. Eles estão entre os livros mais valiosos do mundo. E, infelizmente, nenhum tipo móvel e qualquer imagem do equipamento desenvolvido por Gutenberg foram preservados. Mas serviram de modelo para a montagem de réplicas como vimos no Museum of the Bible, em Washington DC, no dia 5 de Julho de 2022.




3)   Este texto foi produzido com as minhas observações pessoais, a colaboração dos personagens aqui citados e também informações que encontrei nos seguintes sites: Museum of the Bible| Gift Store Homepage, (46) Museum of the Bible - Washington, D.C. - YouTube, Johannes Gutenberg – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) e no Google (distancia entre ashburn village e o museu da bíblia em washington dc - Pesquisa Google).

 

(*) Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.bré Católico Apostólico Romano, Corinthiano e devoto de Santo Agostinho e Santa Rita de Cássia. É autor do livro-biografia O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos). É Jornalista desde 01/05/1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015).

07/07/2022 22:06:53 (pelo horário de Brasília)

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