Por quê? (141) A figura foi à posse de Obama

Cláudio Amaral

Quando eu menos espero, eis que ela surge novamente.

Quem?

Acertou quem disse: “Aquela figura no mínimo inusitada”.

Para quem não se lembra, eu relembro: trata-se da figura à qual me referi pela primeira vez no dia 9 de janeiro de 2008, uma quarta-feira.

A mesma figura que reapareceu para mim na véspera do Natal de 2008, quando fui a São Paulo para comemorar mais um aniversario de nascimento de Cristo, nosso Rei e Senhor.

Desta vez, entretanto, ela, a figura, não me apareceu pessoalmente, cara a cara, como costuma fazer.

Ela, a figura, me achou pelo telefone.

Mais que isso: pelo telefone internacional.

- Falo diretamente de Washington, a capital do mundo, ou melhor, a capital dos Estados Unidos da América, ela me disse no meio da manhã desta terça-feira, 20 de janeiro de 2009.

- Você fala de onde?, perguntei.

- Dos Estados Unidos da América, ela gritou.

- Dos Estados Unidos? De Washington?, gritei mais alto.

E ela, a figura, gritou mais alto ainda, do outro lado da linha:

- Sim, camarada. Eu falo de Washington.

O que ela teria ido fazer em Washington exatamente no dia da posse do novo presidente da mais poderosa nação do mundo?

Foi o que pensei de imediato.

Foi o que eu perguntei a ela, a figura, na sequência?

Depois de uma sonora gargalhada, que parecia não terminar mais, ela disse o que eu jamais imaginava ouvir:

- Vim ver de perto a passo do Barack Hussein Obama no trono mais famoso do mundo.

Fiz uma pausa que parecia não terminar mais e, diante da insistência dela, a figura (“alô, alô... você está aí?”), respirei fundo e retomei a conversa.

- Sim. Eu estou aqui.

- Em São Paulo?, ela quis saber.

- Estou em Santos.

Como ela, a figura, não se lembrava mais que agora estou a trabalhar na Redação de A Tribuna, na Capital da Baixada Santista, se espantou e me perguntou:

- Você está em férias, em Santos?

Fiz uma nova pausa, procurando demonstrar impaciência.

Ela, a figura, parece ter entendido meu estado de espírito.

Tanto que logo se apressou e encerrou a conversa.

Antes, entretanto, de desligar, ela, a figura, me fez um convite inusitado.

Um convite tão inusitado quanto ela:

- Ligue a TV e me veja em lugar de destaque, quase juntinho do casal presidencial.

Pelo sim, pelo não, fui para frente do televisor mais próximo.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional até o dia 1º/10/2008, quando entrou na Redação d’A Tribuna de Santos como Editor-Executivo.

21/01/2009 00:23:09

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por quê? (111) Rumo a Adamantina

Por quê? (440) – A 15ª vez, uma das melhores viagens

Por quê? (439) – Os 101 anos de José Padilla Bravos