Por quê? (152) Em férias, finalmente
Cláudio Amaral
Estou em férias, finalmente.
Ou seria novamente?
Pelo sim, pelo não, a verdade é que estou em férias.
Finalmente ou novamente, não interessa.
O que interessa, de verdade, é que estou em férias.
Sim: “em férias” e não “de férias”, como diz a maioria.
E, em férias, resolvi fazer atividades diferentes do meu dia a dia.
Para começar, dormi até 9h30, quando, em dia de trabalho, acordo e me levanto às 6h da madrugada.
Depois, ignorei o jornal que era obrigado a ler do começo ao fim como primeira atividade profissional do dia, sete dias por semana.
Fui direto à padaria de minha preferência desde que me instalei no bairro da Aparecida, aqui em Santos: a Cristo Redentor, na esquina das ruas Epitácio Pessoa e Trabulsi, logo após o Canal 6, território da Ponta da Praia.
“Café puro ou com leite?”, me perguntou o Pedro.
Nem um, nem outro, respondi. Quero pão na chapa e suco de laranja puro, ou seja, sem gelo e sem açúcar.
E foi assim que fiz o meu desjejum.
Da padoca, fui direto à praia.
Andei, sentei, li e olhei o Oceano Atlântico que curto todo dia desde o dia 29 de setembro de 2008, quando aqui cheguei.
Com os pés nas águas do marzarzão, fiz minha oração e agradeci a Deus por me permitir chegar até aqui e também por me permitir estar aqui.
Após um bom banho, durante o qual fiz a barba e escovei os dentes (sempre com o chuveiro desligado, como recomenda os bons costumes), me vesti, peguei carona com o Amigo “Gatão” e fui para a região central de Santos.
No centro, após o primeiro café do dia, pago pelo “Gatão”, fui almoçar com um advogado que me incentivou a ficar para sempre em Santos.
Prometi pensar seriamente no caso e meti os pés de volta.
Sim, voltei andando.
Parando e andando.
Parei e andei das 16h45 às 19h50.
No caminho, puxei conversa com um senhor que me disse morar próximo ao Canal 2 e ia rezar na Igreja de Santo Antônio do Embaré, junto ao Canal 4.
Ele me explicou que faz isso quase todo dia para andar e poder rezar dentro da igreja preferida.
Animei-me e também entrei na igreja.
De volta às minhas andanças, dei de cara com uma outra igreja, a do Sagrado Coração de Jesus, já na Aparecida.
Curvei-me aos encantos da cantoria que vinha de dentro da minha paróquia preferida em Santos e entrei.
Em pé, assisti a Celebração da Missa e, feliz, rumei para o apartamento que divido com Sueli, a mulher da minha vida, e a mãe dela, Dona Cidinha, a melhor sogra do mundo.
Elas não estavam quando cheguei. E ainda não estão. Só devem chegar de São Paulo em um ou dois dias.
Mesmo assim, eu estava tão feliz que a solidão não me incomodou.
Logo ela, a solidão, que raramente é uma boa companhia.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional. Foi Editor-Executivo em A Tribuna de Santos de 1º/10/2008 a 17/6/2009.
23/6/2009 22:50:37
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