Por quê? (249) 40 anos depois
Cláudio Amaral
Você, meu caro e-leitor, sabe quantos anos de convivência matrimonial nós, Sueli e eu, completamos ontem, dia 5 de setembro de 2011?
Você, caro e-leitor, sabe onde passamos o 5 de setembro de 2011?
Você tem ideia de como foi a nossa “comemoração”?
Pois eu explico, caríssimo e-leitor: completamos 40 anos de convivência matrimonial de papel passado (e sempre de papel passado), estivemos em Marília e nossa comemoração foi numa padaria.
Claro que não foram 40 anos de plena convivência pacífica. Vez por outra tivemos algumas divergências, mas para 4 decênios até que foram poucas, pouquíssimas. Por exemplo: ela nunca me colocou para dormir no sofá da sala, jamais dormimos brigados e nenhuma discussão séria, feia, tivemos na frente dos filhos (os queridíssimos Cláudia, Mauro e Flávio).
Fomos a Marília exatamente no dia dos 40 anos por mera coincidência. Eu queria fazer uma última consulta ao nosso dentista preferido e a data agendada foi exatamente essa. Só depois do agendamento é que nos tocamos que era o dia 5 de setembro de 2011.
Viajamos de ônibus, na ida e na volta, porque estou proibido de dirigir pelo competente neurocirurgião Dr. Diogo Lins (obrigado, mais uma vez, Dr. Diogo e equipe que me operou no dia 29/7/2011, no Hospital Sancta Maggiore, no Paraíso, em São Paulo).
Saímos da Rodoviária da Barra Funda exata e pontualmente à meia-noite. E chegamos à rodo-rodo de Marília às 5h15, ou seja, com 45 minutos de adiantamento em relação ao previsto. De lá, fomos de taxi até o centro da cidade, em busca da padaria indicada pelo motorista do carro de praça, aonde chegamos antes das 6 horas da madrugada. Aí ele foi muito gentil para conosco: pediu que esperássemos dentro do veículo até a abertura do estabelecimento, a Massa Pura, na esquina da Rua Bahia com a Avenida Sampaio Vidal (a “avenida do fundador”, como escreveu por milhares de vezes o jornalista José Arnaldo, meu saudoso sogro, cujos textos estamos a salvar diariamente em http://josearnaldodeantenaebinoculo.blogspot.com).
Nessa de esperar a abertura da padaria, encontramos – sem prévio aviso – a prima (do lado da Sueli) Nilza, filha da saudosíssima Tia Maria, que sempre teve lugar cativo no sofá da nossa residência, na Aclimação, aqui em São Paulo.
Surpresas à parte e após um tratamento de primeira – com suco de laranja ao natural e feito na hora, café, pão com manteiga passado na chapa e um pudim dos deuses – catamos nossos pertences e rumamos para o local de trabalho do dentista.
Caminhamos, caminhamos... e acabamos na Oralcenter, onde fomos muito bem recebidos e tratados com atenção, como sempre. Da secretária-recepcionista Cristina aos Drs. Wilson Kleinschmitt e Paulo Roberto Coelho, passando pelas auxiliares diretas deles: Fernanda e Érica.
Ficamos lá das 8h ao meio-dia. Dr. Wilson trocou alguns dos meus pinos – só pinos dos implantes que ele mesmo havia feito em 2007, nada de parafusos da cabeça, perfeitamente operada pelo Dr. Diogo Lins e equipe. Ele e Dr. Paulo fizeram uma limpeza completa nos meus dentes (e nos da Sueli também) e nos liberaram para voltar à Capital no mesmo dia.
Cristina, sempre atenciosa e eficiente, chamou o taxi que nos levou à rodoviária, onde compramos as passagens de volta para o ônibus das 14h35 (também do Expresso de Prata) e fomos almoçar no Supermercado Confiança.
Fomos e voltamos à pé e no retorno à rodo-rodo de Marília começou o drama do tratamento diferenciado do Expresso de Prata. Se na viagem SP/Marília havíamos dormido bem e ganho 45 minutos, na volta foi diferente. O ônibus – que vinha de Tupi Paulista – completou o trajeto total em 7 horas e chegamos à Barra Funda às 21h45.
Para compensar, o motorista nos ofereceu – a nós todos – um filme muito interessante, que conta a história (real) de dois médicos dos Estados Unidos que iniciaram as pesquisas sobre as cirurgias cardíacas. Valeu.
Valeu também a gentileza da passageira do banco de número 3, que no ato do pedido de Sueli, trocou – sem pestanejar – de lugar com minha parceira de 40 anos, que estava com passagem comprada para o número 2. Viemos juntinhos, portanto. Bem juntinhos. Valeu.
Ao chegar em casa, outra surpresa agradável: um bolo pelos nossos 40 anos confeccionado pela norinha Vivian, esposa do nosso filho Mauro, que está em Santa Rita do Passa Quatro, no Interior paulista.
Guardamos o bolo para o café da manhã de hoje (6/9/2011) e nos deliciamos. Valeu, Vivian. Valeu pela lembrança, pelo capricho e pela dedicação. Valeu Nilda Gomes dos Santos Lopes (nossa auxiliar) pelo registro fotográfico.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.
6/9/2011 09:46:02
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