Por quê? (344) – CDF? Sim!


Cláudio Amaral

Fiquei revoltado no domingo (27/07/2014) pela manhã, no páteo da Paróquia Santa Rita de Cássia de Vila Mariana (SP), quando um paroquiano me classificou de CDF.

Depois de algumas gargalhadas (da parte dele e de outros que estavam na mesma roda de conversa mole), ele explicou:

- Você tem coragem de dizer que vai retomar as aulas na FMU em plena sexta-feira?

Disse e gargalhou mais ainda.

Eu? Eu confirmei que sim e ainda expliquei os motivos:

- A FMU marcou o início das aulas para o primeiro dia de agosto e lá estarei (no campus Liberdade), até porque no semestre passado, quando estava nos Estados Unidos, perdi a primeira semana de aulas e depois foi um custo me recuperar.

Mesmo assim, ele, a mulher (que também estuda na FMU, embora em outro curso) e outros paroquianos continuaram a rir na minha cara.

À noite, já em casa e feliz com a vitória do meu Corinthians sobre o rival (mas nunca inimigo) Palmeiras, por 2 a 0, voltei a pensar no assunto e dei razão a aqueles que tiraram um sarro na minha cara:

- Sou e reconheço que sou CDF.

E hoje, segunda-feira (28/07/2014), separando e revendo o material que terei de levar para o início das aulas, na sexta-feira e ao longo da próxima semana, repassei o filme da minha vida e dei a mão à palmatória:

- Sou e sempre fui CDF. Na escola, no trabalho, na vida.

Relembrei minha infância e o início da minha “vida de trabalhador”, aos seis anos de idade, no Sacomã, aqui mesmo em São Paulo, numa sapataria; os estudos no grupo escolar do bairro do Moinho Velho; os anos que passei nas lavanderias em que meu saudoso pai me levava para trabalhar com ele; o primeiro emprego no Foto Linense, em Adamantina (SP); as viagens ao lado do Amigo Ademar Shigueto Hayashi pelas estradas de terra da minha cidade natal, ajudando ele nas vendas de máquinas de costura e receptores de rádio; as mudanças para Marília, Campinas e São Paulo

Em todas essas fases – e nas posteriores também – sempre fui dedicado, sério, compenetrado; sempre procurei me dedicar ao máximo e dar o meu melhor. Foi assim nos meus tempos de Estadão, de Secretaria da Agricultura, de A. A. Comunicações, de COMUNIC, de Correio Brasiliense, de Associação Comercial de São Paulo, de Folha de S. Paulo, de UOL, de Jornal do Brasil, de O Estado de Mato Grosso do Sul, de Comércio da Franca e de A Tribuna de Santos.

Jamais fiz qualquer atividade pela metade. Jamais empurrei sujeira para debaixo do tapete. Jamais me dediquei pela metade aos meus pais, à minha Família, à minha mulher, aos meus filhos e aos meus netos.

Jamais, jamais, jamais. Sou assim e assim continuarei a ser.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (Turma de 2003) e estudante de História na FMU/Liberdade/SP desde 1º. de fevereiro de 2013.


28/07/2014 16:13:40

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