Por quê? (347) – A importância de estudar História
Laurentino Gomes (com microfone) falou na Bienal do Livro,
tendo ao lado o também Jornalista Jorge Félix
Cláudio
Amaral
Jamais pensei que estudar
História fosse tão importante. E se tivesse sabido antes, teria procurado
voltar aos bancos escolares muito antes de 2013.
Foi naquele ano, precisamente
no dia 1º. de fevereiro, que sentei pela primeira vez num banco da FMU, no
Campus Liberdade, em São Paulo. E de lá pretendo sair apenas ao término do
curso de Licenciatura em História, no final de 2015.
Escolhi História para voltar
à faculdade porque gosto da matéria e desde então ouço cada vez mais gente
falar que desejava estar fazendo o mesmo. E neste domingo (31/08/2014) minha
alegria aumentou – e com isso a certeza de que estou a fazer o curso certo –
quando eu e Sueli fomos à Bienal Internacional do Livro, no Parque Anhembi, em São
Paulo, para ouvir o Jornalista Laurentino Gomes.
Ele é autor de três livros
que já podemos considerar históricos: 1808
– Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram
Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil, 1822 – Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por
dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar
errado e 1889 – Como um imperador
cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim
da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil.
Ouvimos Laurentino – ex-editor
executivo da revista Veja – falar dos
seus livros e mais, muito mais, porque ele falou principalmente da importância
de se estudar História. Para ele, “estudar História é fundamental, é a grande
jornada e é a nossa jornada”.
Laurentino nos lembrou que a
História tem personagens instigantes e não fica só nos protagonistas públicos,
como imperadores e generais. A História – a nossa História – tem também os
escravos anônimos de Minas Gerais, por exemplo, que não conhecemos.
Depois de dizer uma frase que
meus Professores de História não se cansam de repetir – a História é uma ferramenta de construção de identidades –,
Laurentino nos instigou ao dizer: A História da família real, por exemplo, tem
caráter pitoresco. E disse mais: a sociedade que estuda História se conhece, porque
olha para o seu passado.
Mais do que olhar para o
passado, na opinião de Laurentino Gomes, a História tem a ver com o passado, o
presente e o futuro. E tem a importante missão de nos preparar para o futuro.
Reforçando a importância da História
como “um edifício que jamais acaba”, Laurentino lembrou que nossa História é
permeada de rupturas. A primeira aconteceu em 1889, quando tivemos uma ruptura
com o fim da Monarquia e o início da República, uma República monárquica, com
homens fortes como Getúlio Vargas e os generais pós 1964.
A partir daí começou um
processo de desconstrução de nossos heróis, como D. Pedro e Tiradentes. E
seguiu-se uma longa série de mudanças de nomes de ruas. Tudo para apagar o
nosso passado monarquista. E então os brasileiros foram chamados à construção coletiva
da nossa nova História.
Saindo um pouco das questões
históricas, Laurentino falou também de política e criticou aqueles, entre nós,
que pregam o voto nulo nas eleições de outubro. Para ele, votar nulo é negar a
conquista do passado, é esquecer a luta da sociedade brasileira pelo direito de
todos nós exercermos o direito de votar, de irmos às urnas. Temos – segundo ele
– que fazer escolhas, por pior que sejam os candidatos. Até porque ele entende
que os políticos que estão no poder são, nada mais, nada menos, que uma
representação da sociedade brasileira e que para melhorar a qualidade deles
temos que começar por nós, individualmente, sendo mais honestos, sinceros e
menos individualistas.
Laurentino não gosta de falar
por hipóteses, mas fez um exercício e disse: se o Brasil fosse uma Monarquia
até hoje, não seria muito diferente, porque os barões seriam os mesmos, ou
seja, Renan Calheiros, José Sarney, Paulo Maluf e muitos outros que todos nós
criticamos.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (Turma de 2003) e estudante de História na FMU/Liberdade/SP desde 1º. de fevereiro de 2013.
31/08/2014 21:55:14
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