Por quê? (361) – Acabou, Maninha! Acabou?
Clélia Maria Amaral e eu tomamos café na Bolaria da Ju no dia 20/7/2015
Cláudio
Amaral
Foi a última vez,
infelizmente, que minha Maninha querida cuidou dos meus cabelos e das minhas
unhas.
Sexta-feira, 27 de maio de
2016, por volta das 4 horas da tarde, ela me deu a triste notícia: vai encerrar
as atividades do salão de beleza que mantinha na Rua Bom Pastor, no Ipiranga,
em São Paulo, Capital.
Quando eu e Sueli voltarmos
dos Estados Unidos, em fins de junho, ela estará efetivamente aposentada.
Vai cuidar apenas da nova
casa, dos netinhos queridos e das atividades religiosas à qual se dedica há anos,
muitos anos, pregando a palavra dos Testemunhas de Jeová.
Clélia Maria do Amaral é a
caçula de quatro filhos colocados no mundo pelo casal Wanda e Lázaro, o ‘seu’
Lazinho.
Em verdade, em verdade eu vos
digo: nossos pais geraram muito mais do que quatro filhos, mas só Cleide, eu,
Clówis e Clélia sobrevivemos.
Atualmente, Cleide, a
primeira, vive em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; eu estou aqui, firme e
forte, aposentado, mas ainda curtindo os prazeres do Jornalismo e me dedicando
a produzir biografias; Clówis é falecido; e Clélia está decidida a fazer apenas
o que gosta (como eu).
Clélia cuidava dos meus
cabelos e unhas dos pés e das mãos há muito, muito tempo. Desde que um dia, em
Marília, onde morava, viu minhas unhas das mãos, achou que não estavam boas e
resolveu cuidar delas.
Concordei. E enquanto ela
cortava e lixava, meu sogro, o carrancudo José Arnaldo, chegou e fez cara feia
para o que viu. Ele deve ter pensado: “Homem cuidando das unhas?”. Mas, se
pensou, nada falou. E fez bem, porque logo era ele quem estava sentando na
mesma cadeira e dando as unhas para Clelinha cuidar.
Depois das unhas das mãos,
Maninha passou a cuidar também das unhas dos pés e dos cabelos, numa época em
que este ‘loucutor’ que vos fala tinha cabelos em profusão.
Quando ela se mudou de
Marília para São Paulo e eu senti que precisávamos nos ver com mais frequência,
passei a frequentar com maior regularidade o salão dela, sempre no Ipiranga. Era
uma maneira de vê-la mais vezes.
Só não gostava do fato dela
nunca aceitar o meu suado dinheirinho. Por isso, sempre perguntava para Sueli
se ela tinha algum produto de patchwork (http://patchworksueliamaral.blogspot.com.br)
para que eu levasse para minha Maninha querida. Ou, quando não, eu procurava
compensá-la de outra forma. Como nesta sexta-feira, quando fomos tomar lanche
na Lar Sol Pães e Doces, na mesma Rua Bom Pastor.
E, apesar de nada me cobrar
pelas unhas e cabelos, foi assim que Clelinha se sustentou e criou os três filhos:
Cristiano, Gustavo e Luciano, que lhe deram quatro netos e uma netinha, todos
lindos, fofos e queridos.
Deus seja louvado, Maninha.
Deus a proteja sempre,
Maninha. A você e a todos aqueles que lhe são caros.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.br) é jornalista desde 1º de maio de 1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (Turma de 2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (Turma de 2013/2015).
28/05/2016 11:21:36
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