Por quê? (376) – Diálogo no lago: os políticos.
Sports Pavillion de Ashburn Village, Virgínia, EUA.
Cláudio
Amaral
Sem dar tempo para que minha
interlocutora respondesse à pergunta que eu havia lhe feito, durante nosso
diálogo da manhã do Dia dos Namorados (12/6/2018), em torno do lago de Ashburn
Village, emendei, com firmeza, quase raiva:
- O que foi que o seu namorado brasileiro disse para a senhora a respeito
dos políticos do Brasil?
Sentindo que estava numa
enrascada, ela, cujo nome eu ainda não sabia, tentou se esquivar e buscou uma
saída pela tangente.
E disse que ele, o namorado,
nada falou de concreto.
Nos reencontramos na manhã
desta quarta-feira (13/6/2018), dia que a Igreja Católica Apostólica Romana
dedica à alma e à memória de Santo Antônio. Estávamos quase chegando ao prédio
do Sports Pavillion. Ela vestia uma calça preta justa (um legging, segundo Sueli Bravos do Amaral), uma camisa marrom
claro sem mangas, tênis cinza aparentemente sem meias e tinha a companhia de
dois pequenos cachorros tipo Pitbull.
Bom dia de cá, bom dia de lá,
como duas pessoas civilizadas, e eu lasquei outra pergunta a ela:
- Como assim? Ele deve ter lhe dito algo. Algo com relação ao
comportamento dos políticos brasileiros.
E aproveitei para listar
alguns dos nomes mais famosos ou pelo menos dos mais conhecidos da política
brasileira. Gente como Vargas, Brizola, Jango, Jânio, Juscelino, Teotônio, Ulisses,
Tancredo, Lula, FHC, Covas (o avô), Dilma, ACM, Sarney, Collor, Itamar, Temer, entre
muitos outros.
Ela fez cara de quem não
conhecia nome algum.
Então, não tive saída. Ou
melhor, minha única saída foi dizer a ela que não tenho boas recomendações de
nenhum deles. Nenhum.
- Para mim – informei a aquela cidadã dos Estados Unidos que me disse
querer muito conhecer o Brasil – são todos
mal falados, de péssimo conceito, nenhuma respeitabilidade.
- Todos?
- Sim. Todos. Sem exceção alguma, respondi com tristeza.
E ela me perguntou, na lata,
sem pensar duas vezes:
- E em quem o senhor irá votar nas próximas eleições?
Sim. Embora viva nos EUA há pelo
menos 40 anos, imagino, aquela jovem senhora sabe, perfeitamente, que há uma
campanha eleitoral em andamento no Brasil.
Uma só, não. Na verdade (se é que a verdade existe, como insistem
em dizer meus professores do curso de Licenciatura em História na FMU) estão em
andamento incontáveis campanhas eleitorais no nosso País.
Sim, porque nas próximas eleições
vamos ter que dar nossos votos, obrigatoriamente, para presidente da República,
senadores, governadores, deputados estaduais e federais.
Mas isso era conversa para
mais de metro, como costuma dizer o caipira do interior.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.br) é autor dos livros Um lenço, um folheto e a roupa do corpo (2016) e Por quê? Crônicas de um questionador (2017). É jornalista desde 1º de maio de 1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (Turma de 2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (Turma de 2013/2015).
13/06/2018 12:09:05 (pelo horário da Costa Leste dos EUA)
Comentários