Por quê? (444) – Darci Higobassi


Cláudio Amaral

Sai do Metrô na estação Ana Rosa, nessa manhã fria de 24 de Julho de 2024, decidido a escrever uma nova crônica e o tema escolhido era o livro O lado feio do Amor.

Estava a voltar da quarta sessão de Reabilitação Ortopédica no Núcleo de Medicina Avançada da Prevent Senior Santana na Avenida Cruzeiro do Sul, 2463, junto ao Metrô Carandiru.

E ao entrar no trem que me traria para casa vi uma jovem a ler O lado feio do Amor e fiquei a me perguntar: E o Amor tem lado feio?

Pensei em pergunta a ela, a leitora, mas não tive oportunidade.

Mudei de ideia logo ao chegar à calçada da Rua Vergueiro, no Largo Ana Rosa, porque dei de cara com um conhecido de meio século, Darci Higobassi.

Darci e eu trabalhamos na mesma redação e no mesmo jornal, O Estado de S. Paulo, logo que para São Paulo retornei, em Maio de 1971.

Ele era redator da Editoria de Esportes, na época dirigida por Ludenbergue Góes (o Editor) e Luiz Carlos Ramos (o imediato do chefe). E eu um jovem aprendiz que estava no jornal desde Julho de 1969, quando havia sido admitido como correspondente em Marília e depois promovido a repórter da sucursal de Campinas.

Mais de cinquenta anos se passaram até que voltei a encontrar com Darci na feira livre da caixa d’água, na Vila Mariana, bairro da zona sul da Capital paulista em nós dois vivemos.

Soube, então, que Darci havia vivido no Japão por duas vezes, sendo uma em 1993 e outra em 1997.

Na primeira vez ele foi editor geral do jornal International Press, com tiragem em torno de 150 mil exemplares e dirigido à comunidade brasileira.

Na segunda vez, já como Jornalista aposentado, Darci queria levar o pai dele, Yoshimito, prestes a completar 84 anos, para conhecer Fukuoka, de onde havia vindo para o Brasil. Mas, como a ideia não deu certo, Darci foi assim mesmo e “para ser peão de fábrica”.

Há muitos e muitos anos, Darci vive uma missão especial, na visão dele: pregar o Evangelho de Jesus Cristo.

Foi assim que o reencontrei nessa manhã, quando ele me entregou um folhetinho em que está escrito: Que diferença fará daqui a 100 anos se você...

E seguem dez perguntas:

Morou num palacete ou numa casinha alugada?

Usou roupas sob medida ou compradas em liquidação?

Passou as férias na Europa ou no quintal de casa?

Comeu peru, filé mignon ou feijão com farinha?

Dormiu em colchão de espuma ou numa rústica esteira?

Possui seu próprio automóvel ou andava de ônibus?

Teve empregados às suas ordens ou recebia ordens de um patrão?

Andou sobre tapetes macios ou num áspero chão de cimento?

Pertenceu à alta classe social ou era um simples cidadão?

Teve muito dinheiro reservado no banco ou vivia num aperto tremendo?

No final do folheto que me foi dado pelo Amigo Darci Higobassi há uma 11ª pergunta (que diferença fará isso daqui a 100 anos?) e uma resposta contundente: absolutamente nenhuma!

Aí está, Amigos e Amigas, um tema para reflexão.

- E o tema do livro O lado feio do Amor?, me pergunta o meu álter ego, personagem do meu proximo livro.

O lado feio do Amor fica para uma próxima crônica.

(*) Cláudio Amaral (claudioamaral49@gmail.comé Católico. Patriota. Anticomunista. Autor do livro-biografia O Cabo e o Jornalista (José Arnaldo 100 Anos). Jornalista desde 01/05/1968. Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (2003). Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015).

24/07/2024 11:24:07 (pelo horário de Brasília)

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