Por quê? (200) Ave, Conde!


Cláudio Amaral

Se entre nós estivesse, o Mestre Juarez Bahia (nascido em Cachoeira, na Bahia, a 18 de Novembro de 1930, e falecido no Rio de Janeiro, em Janeiro de 1998) certamente estaria a aplaudir de pé e, de preferência, no segundo piso do prédio d’A Tribuna, na Rua João Pessoa, 129, em Santos.

Mas, como ele nos deixou há mais de dez anos, alguém tem que aplaudir por ele a seu fiel seguidor e inseparável amigo Carlos Conde.

Humildemente, como sempre foi do meu feitio, faço questão de ser esse alguém.

O motivo?

Pouco mais de dez meses após assumir o mais alto e importante cargo existente na Redação d’A Tribuna, o atual Editor-Chefe anuncia a recriação do extinto segundo posto de Editor-Executivo do jornal e o terceiro existente no organograma de A Tribuna de Santos Jornal e Editora Ltda.

A criação desse posto, é importante relembrar, se deu na virada de Setembro para Outubro de 2008, quando da posse no cargo de Editor-Chefe do antecessor de Carlos Conde, meu também Amigo Wilson Marini.

Marini pediu à cúpula d’A Tribuna uma estrutura que contemplasse o tripé clássico de uma redação num jornal do porte daquele: Editor-Chefe e dois Editores-Executivos.

Como Editor-Chefe assumia ele, Wilson Marini, que vinha do mesmo posto no O Diário do Norte do Paraná, sediado em Maringá. E com a autoridade que a Família Santini lhe havia conferido, confirmara – com toda razão – a Editora-Executiva Arminda Augusto, há mais de dez anos na empresa, e dois novos Editores-Executivos: Mario Evangelista (baseado em Campinas e que assumiu como Executivo do tablóide Expresso Popular) e este escrevinhador que vos escreve.

Fizemos o melhor que nos foi possível, com absoluta certeza.

Combatemos o bom combate, sempre que nos foi possível.

Até o dia em que a cúpula da organização decidiu que tinha motivos para eliminar os cargos e salários mais altos da Redação.

Consequentemente, fui um dos cortados e, com profunda dor no coração, tive que deixar A Tribuna no dia 17 de Junho de 2009.

Ainda tentei me manter em Santos e na Baixada Santista. Eu e Sueli, minha fiel companheira há cerca de 40 anos. Mas isso não foi possível, por questões financeiras e por coerência, apesar dos quatro meses de “frilas” que me foi transferido pelo Amigo e Compadre Carlos Conde, entre Setembro e Dezembro de 2009.

Conde, justiça seja feita, ainda tentou me levar para trabalhar num clube de futebol que nunca foi minha primeira opção, embora tenha cores alvinegras e seja a maior paixão futebolística dele. Tentou mas não conseguiu.

Paralelamente – e com o comportamento típico do repórter que acompanhou o dia a dia do Itamaraty por 12 anos a serviço do Estadão, em Brasília – trabalhou com total discrição e a maior reserva até o dia em que pode anunciar de público a recriação do cargo de Editor-Executivo, o segundo no organograma da Redação de A Tribuna e o terceiro na estrutura da empresa.

E, como não poderia deixar de ser, fez a escolha com base no principal critério que Mestre Juarez Bahia lhe ensinou ao longo dos anos em que trabalharam juntos na mesma Redação de A Tribuna: o da qualidade.

Assim sendo, só posso desejar sorte, muita sorte, a Dario Palhares, que assume neste 1º de Julho de 2010 o lugar que foi meu. E, ao mesmo tempo, deixar claro, de público, que aprendi a admirar Dario graças ao Amigo comum Carlos Conde, em meio aos quais (Conde de um lado, Dario do outro) fui por vezes aos jogos do Santos FC, na Vila Belmiro, em Santos. A nos acompanhar, sempre, a mulher de Conde, a querida Amiga Maria Cristina Gomes Saliba.

Por fim, até porque esse texto está a ficar longo, é preciso informar e afirmar: o Jornalismo lhe deve essa, Carlos Conde. Mais essa. E os jornalistas, todos, também.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, repórter, editor, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação empresarial e institucional.
30/6/2010 19:21:50

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