Por quê? (287) – Clínicas, sangue e câncer



Há 44 anos fiz minha primeira reportagem como
Jornalista Profissional, em Adamantina

Cláudio Amaral

Há tempos não ia à estação Clínicas do Metrô, estava há 65 dias sem doar sangue e ignorava que o câncer de mama afeta também os homens. Fiz tudo isso de uma única vez.

Antes de ir para a cama, na noite de ontem, segunda-feira, 30/5/2012, pedi a Deus que nos desse um lindo dia de sol. Ou pelo menos um dia sem chuva.

Acordei cedo e vi que Ele havia atendido ao meu pedido. Meu e certamente de mais milhões de cidadãos que moram ou estão de passagem pela Capital paulista.

Imediatamente lembrei-me que hoje, terça-feira, 1º/5/2012, estou completando 44 anos de Jornalismo Profissional. Desde que fiz a primeira reportagem para o Jornal do Comércio de Marília, em Adamantina, minha cidade natal.

Para registrar a data postei texto e foto nos meus Twitter e Facebook. Uma foto que tirei exatamente no dia 1º/5/1968, na Festa do Dia do Trabalho, organizada pela brava Colônia Japonesa, em Adamantina.

Em seguida liguei para o telefone 0800 55 0300 para saber se poderia doar sangue no posto mais próximo de minha residência, junto ao Hospital Dante Pazzanese. “Não. Hoje só funciona o posto de coleta junto ao Hospital das Clínicas”, disse a gentil mulher que me atendeu.

E lá fui eu para o Metrô. Entrei na Estação Ana Rosa, a mais próxima para mim, e fui sair nas Clínicas, uma estação que usei por seis meses em 2004, quando fiz um curso de teatro na escola do consagrado diretor Nilton Travesso, em Pinheiros. A mesma estação que utilizo quando vou assistir jogos do meu Corinthians, no Pacaembu.

Doei sangue como voluntário. Fui atendido por um torcedor do Timão, que ao mesmo tempo atendia, ao lado, um fanático pelo SPFC e fez previsão sombria para o jogo desta quarta-feira, pela Copa Liberta-as-dores: “O Emelec vai ganhar de 3 a 0 e todos vão botar a culpa no Tite, só porque ele barrou o goleiro Júlio César”. De minha parte, disse a ele: “Deus não te ouça”.

Tomei um lanche com suco de maracujá após a doação e sai do HC na maior felicidade. Fui novamente para o Metrô com o sentimento que só quem doa sangue regularmente pode sentir.

Aproveitei o caminho de volta para ver com mais vagar duas exposições instaladas no túnel que liga a Avenida Enéas Carvalho de Aguiar e as roletas do Metrô: “De Peito Aberto”, a primeira, e pinturas chinesas, a segunda.

“De Peito Aberto” é uma coleção de fotos inesquecíveis. Todas mostram mulheres que conseguiram conviver bem com o drama do câncer de mama. Foi organizada como parte da Campanha de Mobilização e Conscientização a respeito do câncer de mama. Defende a autoestima da mulher com o câncer de mama e propaga uma abordagem humanista por meio das obras de Vera Golik e Hugo Lenzi. Tem três patrocinadores: www.komen.org, www.oncoguia.org.br e www.globalkomen.org.

Para minha surpresa, entre dezenas de fotos expostas no túnel do Metrô Clínicas estava uma que mostra um homem sem a mama direita. “Desconhecia por completo que o câncer de mama afeta também os homens”, disse à minha esposa, ao chegar em casa. “É raro mas afeta sim”, me respondeu Sueli Bravos do Amaral.

Vivendo e aprendendo.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista há mais de 44 anos, desde 1º de maio de 1968.


1/5/2012 12:47:43

Comentários

Cláudio Amaral disse…
Em 02/05/2012 14:12,
bedafran < bedafran@uol.com.br > escreveu:

É muito linda sua história e carreira!!!

PARABÉNS!!!!

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