Por quê? (338) – José Arnaldo 92
Cláudio
Amaral
Se vivo estivesse, o
Jornalista e Pracinha José Padilla Bravos, o José Arnaldo, estaria a completar
neste 7 de abril de 2014 exatos 92 anos.
Sim, não se trata de uma
idade cheia. Algo como 50, 80 ou 100 anos.
Mas, por que seria preciso
uma data cheia para falarmos de alguém que nos provoca tantas saudades como
José Arnaldo?
E por que, você, caro
e-leitor, pensa que estou a escrever a respeito do pai da minha Sueli, ou seja,
do meu sogro, marido de Dona Cidinha por mais de 50 anos?
É simples: escrevo porque
entendo que ele merece e pela simples razão de que precisa ser lembrado sempre.
Especialmente agora quando a
cidade que ele mais amou, Marília, acaba de completar 85 anos de emancipação
política e administrativa.
Exatamente: José Arnaldo
teria neste sete de abril de 2014 sete anos a mais do que a querida “Cidade
Menina”, como ele gostava de escrever a respeito de Marília.
E como ele gostava de
escrever bem de Marília.
E como ele ficava nervoso,
raivoso, quando alguém criticava Marília.
Ele, José Arnaldo, podia
falar criticar Marília. Outra pessoa, não. Fosse quem fosse.
José Arnaldo criticou – e muito
– os políticos de Marília. Muitos políticos. “Meteu o pau”, como ele dizia, em
vereadores, prefeitos e deputados.
Fez campanha contra todos que
trabalhavam sem levar em consideração os interesses de Marília. Especialmente no
caso dos eleitores que votavam em candidatos de fora, fossem eles concorrentes
à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo ou pretendentes a uma cadeira
no Congresso Nacional, em Brasília.
José Arnaldo queria todos os
marilienses votando em candidatos locais. Estes nem precisavam ter nascidos em
Marília, como ele não veio ao mundo em território mariliense, mas tinham,
obrigatoriamente, que ter uma vida pública inteiramente dedicada aos interesses
da “Capital da Alta Paulista”, outra expressão preferida por ele.
E José Arnaldo tanto fez que
conseguiu ver políticos de Marília tanto no Palácio 9 de Julho, em São Paulo,
como no Congresso Nacional, em Brasília. Entre eles, os Amigos Diogo Nomura,
Aniz Badra e Oswaldo Doretto Campanari, que representaram Marília tanto na
Capital paulista quanto na Capital Federal.
José Arnaldo tinha cara de
bravo. Era visto por muitos como carrancudo e sem senso de humor.
Mas os Amigos dele – eu, como
genro – podemos garantir que não era sempre assim. Ele sabia ser sorridente,
contar causos e piadas. Sabia mais: escrevia como poucos. E escrevia muito bem.
José Arnaldo tinha um carinho
especial pela esposa Cidinha (agora com quase 86 anos) e pelos filhos, todos os
filhos, mas especialmente pelas “meninas”, como ele gostava de se referir às
duas filhas: Sueli e Salete.
Ele morreu cedo. Ou bem mais
cedo do que nós todos gostaríamos. Nos deixou a 15 de agosto de 1999, aos 77
anos, após ter escrito por mais de 40 anos em defesa de Marília e dos
interesses locais nas páginas do Correio de Marília.
Costumo dizer – e escrever,
sempre que tenho oportunidade – que José Arnaldo foi “o mais mariliense de
todos os marilienses”. E mais: tenho provas e mais provas de que ele foi, além
de um bairrista, um brasileiro como poucos. Muito poucos.
José Arnaldo conheceu todos
os 16 netos, mas ao nos deixar tinha apenas um bisneto: o Rafael, filho do André
Guilherme, que havia nascido também num dia 7 de abril, em 1997. Infelizmente,
ele não não teve o privilégio de conhecer outros nove bisnetos: Laura (filha de
Rogério e Cilene, que vivem em Orlando, na Flórida, EUA), José (da Paula e do
José, que vivem em Barueiri/SP), Gabriel e Mayara (da Betânia, que vive em
Brasília), Anderson (da Maíra, que vive em Chicago, nos EUA), Laura (filha do
Bruno, que vive em SP), Bruna (da Thaís e Marcos, que também vivem em SP), Beatriz e Murilo (da Cláudia e do Márcio, que
vivem em Ashburn Village, Virgínia, EUA).
Imagino, cá comigo, o quanto José
Arnaldo se divertiria e daria risadas e mais risadas diante das brincadeiras
dos bisnetos. Posso garantir que ele daria até gargalhadas. Muitas gargalhadas.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (Turma de 2003) e estudante de História na FMU/Liberdade/SP desde 1º. de fevereiro de 2013.
06/04/2014 10:33:44
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