Por quê? (365) – A cola, a sabatina e a História
Cláudio
Amaral
- Colei na sabatina de História.
Está assim. Exatamente assim.
Está no alto da página 81 de Clarissa.
Portanto, não, não e não. Não fui eu quem colou na sabatina de História. Até porque nunca fui de colar em sabatina
e em prova alguma. Sempre fui aluno dedicado, aplicado, sério. Em todos os
graus de ensino que cursei. Em todas as escolas que frequentei em Adamantina,
em Marília, em São Paulo.
Como se dizia nos meus tempos
de escola, sempre fui “caxias”. Ou “CDF”, vulgo “c... de ferro”, como
preferirem. Sempre fui estudioso. Sempre estudei muito. Muito mais do que o necessário.
E assim sendo nunca tive razão para colar. Nem mesmo nos concursos que prestei
ao longo dos meus 66 anos.
Quem colou foi a jovem
personagem do livro do consagrado e saudoso escritor Erico Verissimo (1905-1975).
Personagem, no caso, da 48ª.
edição de Clarissa, um livro publicado
em papel jornal pela Editora Globo (Porto Alegre – Rio de Janeiro), em 1983.
Tem mais: a frase que ela “pronunciou”
e Verissimo registrou foi dita dentro de uma Igreja Católica de Porto Alegre
(RS), onde Clarissa foi assistir uma
missa de domingo quando ela ainda não havia ingressado na adolescência.
Como você, caro e-leitor, pode
perceber, nesta curta viagem que faço pelos EUA, estou a ler Verissimo. E não é
a primeira vez. Até porque já li quase todas as obras deste que foi um dos mais
consagrados escritores brasileiros do Século XX.
E como escrevi no texto
anterior – Os pássaros também falam? –,
nesta tarde de terça-feira (21/6/2016) minha memória foi despertada pelo fato
de que sou apaixonado por História.
Tanto isso é verdade que
cursei Licenciatura em História na FMU entre 2013 e 2015. E desde então procuro
me especializar em Biografias, um dos ramos mais fascinantes da “Ciência em construção”
que é a História (certo minha querida Professora Yara Cristina Gabriel?).
Além de me lembrar de todos
os meus Professores e de muitos colegas e muitas coleguinhas do curso de
História na FMU, a fala de Clarissa
me levou novamente às salas de aulas da Escola Estadual Major Arcy. Lá, naquela
escola pública da Aclimação, “o bairro mais agradável de São Paulo”, fiz meu
estágio obrigatório – e inesquecível – ao longo de três semestres, em 2014 e
2015.
Estagiei com o apoio de todos
os Professores e o irrestrito respaldo da direção. Dos funcionários e dos quase
300 alunos, também. Indistintamente. Mesmo porque fui um dos poucos estagiários
que tiveram o privilégio de frequentar a Sala dos Professores e as reuniões –
quase todas – de planejamento e avaliação.
Mesmo depois do fim do
estágio, faço questão de ir com frequência ao Major Arcy. Seja para acompanhar
as aulas de História – principalmente – com o Professor Felippe, de Filosofia
com a Professora Laura e o Professor Nilso, de Português com a Professora
Marisa, de Artes com a Professora Olga, de Xadrez com o Professor Félix, de Educação
Física com o Professor Marcelo, de Matemática com os Professores José Roberto e
Elias, de Geografia com o Professor Marcelo, de Ciências e Biologia com o
Professor Duran... seja para ver as apresentações musicais e teatrais no pátio,
quase sempre sob a coordenação da Professora Ivani... seja para as festas
juninas na quadra, organizadas e dirigidas pela Professora Eliane (a Diretora)
com o apoio dos Professores Cromancio (Vice-Diretor), Paulo (Coordenador
Geral), Sula e Silvia (também coordenadoras).
Foi tão marcante em mim a
acolhida e o apoio que sempre tive naquela E. E., onde, por sinal, estudaram
meus dois filhos, que acabei por me tornar um Professor-Voluntário do Major
Arcy.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.br) é jornalista desde 1º de maio de 1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (Turma de 2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (Turma de 2013/2015).
21/06/2016 18:51:23 (pelo horário de Verão da Costa Leste dos EUA, onde estamos uma hora antes do horário de Inverno de Brasília)
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