Por quê? (390) – O Duomo de Milão


O interior da Catedral de Milão é riquíssimo

Cláudio Amaral

O Duomo de Milão, onde estivemos na noite de sábado, 28 de Setembro de 2019, e na manhã de domingo, 29, está localizado na praça central da capital da Lombardia, no norte da Itália.

Milão foi o ponto de partida de uma viagem de 12 dias por localidades como Lago de Garda, Desenzano, Sirmione, Verona, Veneza, Pádua, Pisa, Firenze, Siena, Assis, Roma, Nápoles, Capri, Sorrento, Salerno, Cava de Tirreni, Positano, Amalfi, Costa Amalfitana, Pompéia (e as ruinas do vulcão Vesúvio) e Roma.

Também conhecido com a Catedral de Milão, o Duomo está localizado na praça central da cidade de Milão (https://pt.wikipedia.org/wiki/Milão), que tem cerca de 1,3 milhão de habitantes. Naquela unidade da Igreja Católica está a sede da Arquidiocese de Milão. É, além disso, uma das mais célebres e complexas edificações em estilo gótico (https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_gótica) do continente europeu.

Com 157 metros de comprimento por 109 metros de largura, o Duomo de Milão é tido como “uma catedral imensa”. Cinco naves formam o interior daquela unidade, que tem uma altura que chega aos 45 metros. Quarenta pilares dividem as cinco naves. O estilo predominante no local é o gótico flamejante (https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%B3tico_flamejante), também conhecido como “estilo flamboyant”, pouco comum na Itália.

A construção começou em 1386 graças à iniciativa do arcebispo Antonio da Saluzzo, morto em 1401. O estilo adotado por ele é o gótico tardio de influência francesa e centro-europeia, distinto ao estilo corrente na Itália de então. Os trabalhos foram apoiados pelo senhor da cidade, o duque Gian Galeazzo Visconti (1351-1402), que impulsionou a obra utilizando-se de facilidades fiscais. Ele também promoveu o uso do mármore de Candoglia como material de construção. A obra avançou rápido e em 1418 o altar-mor da catedral foi consagrado pelo Papa Martinho V (1369-1431). Em meados do século XV a parte leste da igreja estava completa. A partir daquela data as obras prosseguiram lentamente até fins do século XV.

Entre 1500 e 1510 a cúpula octagonal do cruzeiro foi completada e o interior decorado com séries de estátuas. Porém, a fachada oeste do edifício permaneceu inacabada. Em 1577 a catedral foi consagrada novamente pelo arcebispo Carlos Borromeu (1538-1584). Apenas no século XVII a fachada foi construída, em estilo maneirista. Em meados do século XVIII foi completada a parte externa da cúpula, onde, em 1762, foi colocada a estátua da Madonnina (https://en.wikipedia.org/wiki/Madonnina_(statue)), representando a Virgem Maria, com 108,5 metros de altura e de acordo com projeto do arquiteto Francesco Croce (1696-1773), adepto do estilo barroco italiano.

As obras foram recomeçadas em 1805, e por iniciativa direta do imperador francês Napoleão Bonaparte (1769-1821), que havia invadido a Itália. Naquela época a fachada principal e grande parte dos detalhes exteriores, como os pináculos, foi completada em uma mistura de estilos, entre o neogótico e o neobarroco. As obras da catedral foram dadas como concluídas apenas em 1813, ou seja, mais de 420 anos após o início. Mas, no século XX foi necessário trocar as cinco portas da fachada, trabalho concluído em 1965.

A catedral é um importante ponto turístico de Milão. E do alto do terraço é possível vislumbrar toda a cidade. Entre as respectivas características destaca-se o fato dela sempre ter tido réplicas de metal comercializadas junto aos visitantes e por isso o local veio a ficar mais famoso após o dia 13 de Dezembro de 2009. Naquela data, um domingo, o político Silvio Berlusconi foi atingido com uma réplica do domo. Consequentemente, as réplicas tiveram novos recordes de venda e logo se esgotaram nas lojas, sendo a maioria dos clientes opositores ao governo italiano. A reprodução da forma gótica e pontiaguda, com 136 pontas de mármore, explica a gravidade dos ferimentos sofridos pelo bilionário empresário e político neoliberal que presidiu o Conselho de Ministros da Itália por quatro vezes: em 1994-5, de 2001 a 2005, em 2005-6 e de 2008 a 2011.

Esses são alguns dos muitos motivos que nos levaram a conhecer o Duomo de Milão e pelos quais recomendamos uma visita detalhada e demorada ao local.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.br) é autor dos livros Um lenço, um folheto e a roupa do corpo (2016) e Por quê? Crônicas de um questionador (2017). É Jornalista desde 01/05/1968, Mestre em Jornalismo para Editores pelo IICS/SP (2003) e Biógrafo pela FMU/Faculdade de História/SP (2013/2015). É também voluntário da Pastoral da Comunicação Social da Paróquia Santa Rita de Cássia de Vila Mariana.

27/10/2019 20:29:03 (pelo horário de Brasília)

Comentários

Elizabeth Kassis disse…
Parabéns! Interessante a riqueza de detalhes! Abraço!

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