Por quê? (277) As sábias palavras de Padre Toninho



Moisés com as Tábuas da Lei, por Rembrandt


Cláudio Amaral

Os bons oradores sempre estiveram presentes em minha vida. Em Adamantina, em Marília, em Campo Grande (MS), em Franca, em São Paulo e em Santos.

Por sorte (palavra que minha mulher gosta pouco ou quase nada) ou por merecimento (como prefere minha orientadora psicológica).

Pelo sim, pelo não, o certo que me encontrei com bons oradores tanto na Matriz de Santo Antônio, o padroeiro de minha querida Adamantina, onde nasci, quanto na Paróquia de Santa Rita de Cássia, na Vila Mariana, aqui em São Paulo.

O mesmo se deu, por exemplo, na Igreja que frequentei junto ao Colégio Dom Bosco, em Campo Grande. Eu e Sueli, quando ela também estava na capital do Mato Grosso do Sul. Lá, lembro-me perfeitamente, parecia-me que os padres falavam comigo durante os respectivos sermões. Eu chegava a pensar que eles liam os meus pensamentos e compreendiam os apuros que eu passava nos meus tempos de diretor de Redação do jornal O Estado do Mato Grosso do Sul.

Igualmente na Matriz de Franca (SP), cidade para onde me transferi em seguida. Fiz excelentes amizades com os oradores do local e também algo que eu gosto muito: cantar durante as celebrações.

Na Santa Rita de Cássia, aqui em São Paulo, paróquia que eu e Sueli frequentamos há mais de 30 anos, quem mais nos encantou foi Frei Inocêncio, que recentemente foi transferido para a Igreja de Santo Agostinho, a três quilômetros daqui. Ele sempre nos brindou com sermões claros e esclarecedores. Agora, esperamos o mesmo do Frei Cristiano, que o substituiu a partir de 19/2/2012 e a quem conhecemos pouco.

Bem, mas acredito que escrevi demais até chegar ao motivo principal desta crônica.

A razão que me levou a sentar e escrever estas linhas é a viagem que fizemos a Santos entre sexta-feira e domingo.

Ou melhor: o sermão que ouvimos da boca de um dos párocos que mais admiramos desde fins de 2008, quando fomos para a Baixada paulista: o Padre Toninho.

Até às 8h30 de domingo, quando assistíamos a celebração da Missa no Sagrado Coração de Jesus, no bairro da Aparecida, eu – pelo menos eu – tinha conhecimento de que os Mandamentos de Deus eram dez. Apenas e tão somente dez.

Entretanto, ao iniciar o sermão, Padre Toninho nos perguntou:

- Quem sabe quantos são os Mandamentos de Deus?

E todos – ou quase todos nós – respondemos, sem pensar duas vezes:

- Dez.

Estávamos enganados. Totalmente enganados, segundo Padre Toninho.

E ele nos explicou que no Antigo Testamento os Mandamentos eram 613. Sim, seiscentos e treze, entre Mandamentos positivos (mais de 240) e Mandamentos negativos (mais de 360).

Quando ficou patente que ninguém seria capaz de decorar os tais 613, disse Padre Toninho no sermão da primeira Missa de domingo, os Mandamentos foram reduzidos para dez: 1º) Amar a Deus sobre todas as coisas; 2º) Não usar o nome de Deus em vão; 3º) Guardar domingos e festas de guarda; 4º) Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores); 5º) Não matarás; 6º) Guardar castidade nas palavras e nas obras; 7º) Não roube (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo); 8º) Não levantar falsos testemunhos; 9º) Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos; 10º) Não cobiçar as coisas do outro.

Ainda bem que Padre Toninho não nos pediu para recordarmos de improviso os Dez Mandamentos, porque seria difícil. Por isso, certamente, os dez acabaram sendo reduzidos para dois: “Ame a Deus sobre todas as coisas” e “Ame ao seu próximo como a ti mesmo”. E finalmente para apenas um: “O Amor deve prevalecer sobre todas as coisas”.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

Em tempo: quem pretende saber mais a respeito do tema deve buscar em http://pt.wikipedia.org/wiki/613_mandamentos.

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.


12/3/2012 17:55:27

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