Por quê? (279) O passado e o presente: feliz!


Eduardo Martins foi criador e editor do Manual do Estadão


Cláudio Amaral

Sempre fui contra a aposentadoria. Vivia dizendo: “Jamais me aposentarei; afinal, aposentar é assinar o atestado de óbito”. Mentira! Sinto-me tão bem na condição de aposentado! Sinto-me útil. Livre. E feliz!

Por exemplo: por estar aposentado, ontem (22/3/2012) pude fazer pelo menos três boas ações (secretas para a maioria). E me senti útil. Muito útil. Senti emoções que não teria como sentir se estivesse na ativa, com compromissos profissionais de outros tempos.

Admiro quem ainda tem disposição para se manter na ativa. Como o Professor José Antônio Tobias, meu Amigo dos tempos de Marília, nos anos 1960/70, com quem reativei contato nesta semana e que continua à frente da Faculdade Alta Floresta (MT), mesmo estando com 85 anos de idade. Admiro, mas não o invejo.

Se ainda estivesse na ativa, como estive até há dois anos, na Redação d’A Tribuna de Santos, eu não teria tempo (e disposição?) para fazer o que fiz ontem.

Dificilmente teria tempo também para revirar parte do meu passado recente, como fiz hoje pela manhã.

Mas o que eu fiz nesta manhã?

Nesta manhã eu tive tempo (e disposição) para abrir o maleiro do meu guarda-roupa (com a ajuda de Sueli, minha eterna companheira) e revirar o meu passado.

Lá encontrei, por exemplo, diversas fotografias. Da família e dos Amigos. Uma delas mostra o piloto e Amigo Rubens Barrichello ainda criança, sentado num kart e com a marca da minha COMUNIC estampada no capacete. Ele nem deve se lembrar mais disso, pois a foto é de 1985, mas o Rubão, pai dele, se lembra, com certeza. E mais: está provado e comprovado que um dia ele competiu exibindo a marca da COMUNIC.

Dentro de uma das malas que encontrei no maleiro estão, também, cartões pessoais e profissionais. Como dos “Agentes Fifa” que conheci num torneio de equipes de futebol de campo integradas por jogadores sub-20, na Arena Barueri, há três anos.

Encontrei também três CDs que me fizeram relembrar a minha passagem por Franca e pelo diário Comércio da Franca, em 2005/6. Mais: as publicações que os jornalistas Corrêa Neves Júnior, Joelma Ospedal e Sônia Machiavelli me trouxeram da Argentina. Eles lá estiveram em 2005 para acompanhar o Congresso Mundial de Jornais e me deram, entre outros, um CD (Aula de El Mundo – Descubriendo el medio ambiente II) e um livreto que nos ensina “Cómo ganar y cautivar lectores jóvenes” em “50 estrategias editoriales”. São publicações inesquecíveis e intransferíveis.

Tive tempo, ainda, para manusear dois dicionários inseparáveis: o Longman – Dicionário Inglês-Português e Português-Inglês que comprei em 25/10/2003 por indicação de minha filha querida e o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, editado pela Academia Brasileira de Letras em 2008, quando me responsabilizei pela mobilização dos jornalistas d’A Tribuna de Santos para implantação da Nova Ortografia.

O mais precioso e valioso documento que encontrei nos meus guardados, nesta manhã, foi, no entanto, um cartão de Natal de 2004. Ele está manuscrito e assinado por um grande e inesquecível Amigo. Um Mestre, que não está mais entre nós, infelizmente: Eduardo Martins, nascido e batizado Eduardo Lopes Martins Filho.

No cartão, datado de 24 de dezembro de 2004, Edu escreveu, carinhosamente: “Cláudio Amaral, amigo de sempre: Um Natal de paz e alegria e muito sucesso em 2005 à frente de O Estado de Mato Grosso do Sul. Abraços afetuoso e saudoso do colega Eduardo Martins”.

Eduardo Martins foi meu segundo Mestre em Jornalismo, trabalhamos na Redação do Estadão e jamais vou me esquecer dele.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.


23/3/2012 09:45:08

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