Por quê? (308) – Viajando nos livros (3)



Adriana Moreira (segunda da esquerda para a direita) em Portugal, em 2003

Cláudio Amaral

Almyr Gajardoni, Carlos Brickmann, Sérgio Leitão, Carmo Chagas e Adriana Moreira. Esses foram cinco dos muitos Amigos que reencontrei na reorganização da minha biblioteca pessoal, nestes primeiros dias de outubro de 2012. Todos são Jornalistas.

O Jornalista Almyr Gajardoni foi meu colega de Redação na Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, onde fomos comandados por dois Amigos: Carlos Conde e Sérgio Kobayashi. O primeiro era vice-presidente. O segundo, diretor-presidente. Ambos nos deram todo apoio necessário ao bom desempenho das nossas funções e à produção e edição de 15 diários oficial, de segunda-feira a sábado, mais a revista D. O. Leitura, entre outras publicações.

Reencontrei Almyr Gajardoni pelo livro que ele editou em 2002, durante o nosso período de trabalho na Imprensa Oficial: Idiotas & Demagogos – Pequeno Manual de Instruções da Democracia. Com apresentação do Jornalista Alberto Dines e prefácio do Jornalista e Advogado D’Alembert Jaccoud (http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,aos-75-morre-jornalista-dalembert-jaccoud,377460,0.htm), esta obra de Gajardoni nos apresenta detalhes da política brasileira a partir de 1955, e até o início dos anos 2000. Nascido em Birigui, Almyr conviveu por muitos anos com o apelido identico, especialmente nas redações da Folha de S. Paulo e da Veja. Era olhar para ele e se lembrar de Birigui. Como foi bom conviver com Almyr por quase cinco anos na Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Reencontrei Carlos Brickmann pela obra A vida é um palanque – Os segredos da comunicação política, através da qual ele procura passar sua experiência a candidatos a cargos eletivos e respectivos assessores. Ele foi o repórter da Diretas Já na Folha de S. Paulo, quando o povo brasileiro reivindicava eleições presidenciais diretas no Brasil (1983 e 1984). Depois assessorou políticos como Paulo Maluf e em seguida criou a própria empresa: http://www.brickmann.com.br.

Reencontrei Sérgio Leitão pelo livro Maracanã: da tragédia à glória (2000), prefaciado por ninguém menos que o Jornalista Renato Mauricio Prado. Leitão é reconhecidamente “um grande contador de histórias” e foi um repórter sem igual, tanto no Brazil Herald quanto n’O Globo, no Jornal do Brasil, na The Associated Press e na Agência Reuters, onde o conheci. Lembro-me bem de quando nos conhecemos, na sala de imprensa que eu havia montado e gerenciava no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, por conta do Federation Cup, o maior torneio de tênis feminino profissional. Fiquei tão impressionado com a disposição de Leitão para o trabalho – pois ele escrevia sem parar em Português, Inglês e Espanhol – que, ingenuamente, disse a ele: “Nunca conheci um carioca que trabalhasse tanto”. E ele, pacientemente, me devolveu: “Eu não sou carioca; moro no Rio de Janeiro, mas sou cearense”. Rimos a mais não poder e quase rolamos no chão.

Reencontrei Carmo Chagas por meio de Vesgo – A longa jornada de um cão à procura de sua dona, que nos detalha “a aventura de um cachorro que desafia a nossa imaginação” ao percorrer os caminhos “de São Paulo a uma fazenda em Minas Gerais, à procura de sua dona”. A obra é de 1999, quando Carmo já havia tralhado no Jornal da Tarde, na Veja, na Playboy e na revista Afinal. Eu já o conhecia, mas só viemos a nos encontrar, pessoalmente, na assessoria da presidência da Associação Comercial de São Paulo, onde estive entre 2002 e 2004. Carmo era responsável pela redação dos artigos que viriam a ser assinados pelo presidente da ACSP e eu praticamente babava sobre cada texto dele, que tinha clareza, frases curtas e sequência quase musical.

Por fim, entre mais de 200 livros e revistas que separei, limpei e cadastrei nos últimos dias, após voltar de uma viagem inesquecível de quase cinco meses aos Estados Unidos, reencontrei-me com a querida e saudosa Jornalista Adriana Moreira. E isso se deu através da dedicatória que ele me fez para mim – e para minha querida Sueli Bravos do Amaral – numa das primeiras páginas de Arruando pelo Recife – por ruas, pontes, praias e sítios históricos, de Leonardo Dantas Silva (2000). Era dezembro de 2001 e meu aniversário seria no dia 3, às vésperas de mais uma viagem à capital de Pernambuco, onde Drika vivia. E ela escreveu naquele livro, seis anos antes de vir a falecer, inexplicavelmente, em Petrolina: “Lembranças da encantadora cidade e lar da tua mais querida, adorada, inteligente, modesta… amiga. Parabéns. Adriana Moreira”. Ela, lamentavelmente, morreu de “enfarto fulminante” no início de abril de 2007 e até os dias atuais nós, os Amigos, sentimos um grande vazio no peito.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.

11/10/2012 00:49:53  (horário de Brasília)

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