Por quê? (319) – Leonardo Boff e o Papa Francisco
Cláudio
Amaral
Quem sou eu para colocar em
dúvida as intenções e a honestidade do novo Papa? Quem sou eu para duvidar do Prêmio Nobel da Paz de
1980, o arquiteto, escultor e ativista de diretos humanos argentino Adolfo Pérez
Esquivel? E quem sou eu para não acreditar em Leonardo Boff, um dos mais
respeitados e admirados teólogos do mundo?
Fiquei surpreso, sim, com a
escolha do Cardeal de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio como o novo Papa.
Afinal, sempre deixei claro que também fazia parte da torcida por um Papa do
Brasil. Mais do que isso: queria – e queria muito – que o escolhido para suceder
Bento XVI fosse o Cardeal da minha cidade, São Paulo, o Arcebispo Odilo Pedro
Scherer. Nada mais do que isso. Assim como torci, e torci muito, pelo Cardeal
Arcebispo anterior, hoje Emérito, Dom Cláudio Hummes, quando da eleição do
Cardeal Joseph Retinziger, em 2005. Torci mesmo sabendo que para escolha de um
novo Papa não se torce como eu torço pelo meu glorioso Sport Club Corinthians
Paulista.
Como admirador e seguidor
constante da Igreja Católica Apostólica Romana, sinto-me cada vez mais admirado
e gratificado com a simpatia que vem sendo demonstrada pelo Papa Francisco.
Tenho fé, muita fé, que ele vai
dar certo como Papa e viverá tempo suficiente para recuperar o moral e o
prestígio da nossa Igreja.
Fiquei preocupado, sim, quando
li, vi e ouvi pelos principais meios de comunicação de massa do Brasil que havia
suspeitas de envolvimento de Bergoglio com a famigerada e maldita ditadura
militar da Argentina.
Mas, felizmente, tive a paciência
e a calma suficientes para esperar que gente de respeito se manifestasse e
afastassem de mim as calúnias que alguns poucos levantaram contra o jesuíta que
o Conclave de Roma elegeu como Papa e como o primeiro Pontifice do continente sulamericano.
Adolfo Pérez Esquivel foi um
deles, mas quem me deixou absolutamente tranquilo, e em definitivo, foi um dos
intelectuais que mais admiro: Leonardo Boff.
Sou leitor dos artigos de Boff e,
dos mais de 60 livros que ele escreveu, já li pelo menos dez. Li, reli mais de
um e, todos que foram possível colecionar, guardo com carinho e atenção na
minha bibliotéca pessoal. Portanto, assim que soube que ele estaria no centro
do Roda Viva da TV Cultura de São Paulo, na noite de segunda-feira, dia 18 de
março de 2013, programei-me para vê-lo. E vi do começo ao fim. E mais uma vez não
me decepcionei.
Boff, o Leonardo – que tem um
irmão teólogo como ele, Cláudio – só teve elogios ao comportamento do Cardeal
Bertoglio e ao Papa Francisco. Isso me tranquilizou.
Leonardo Boff elogiou o comportamento
e a vida simples que Bergoglio sempre levou e a opção pelos pobres que ele
prometeu manter ao longo de todo o Papado iniciado no domingo passado, dia 17
de março de 2013. Falou ainda do caráter do novo Papa e declarou acreditar que
estava inaugurado o terceiro milênio, ou seja, “um estilo novo para honrar o
seu inspirador, São Francisco de Assis”.
Boff disse acreditar, também, no
propósito declarado por Francisco, de viver “um evangelho que nasce de baixo” e
com “elementos muito significativos”.
Sério e complenetrado, Boff disse,
ainda durante o Roda Viva da TV Cultura, ter certeza de que Bergoglio, como
Papa Francisco, simboliza a renovação da esperança de um novo tempo. E é nesse
novo tempo que também estou acreditando. E é por esse novo tempo que tenho
elevado minhas preces aos céus, a Deus nosso Divino Pai Eterno. Com fé. Muita
fé.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968 e estudante de História na FMU/Liberdade/SP desde 1º. de fevereiro de 2013.
21/03/2013 19:32:48
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