Por quê? (325) – Diálogo imaginário



Cláudio Amaral

O Parque da Aclimação esteve cheio nesta manhã de sábado. Mais ainda nestas primeiras horas de domingo.

- E você viu algum conhecido por lá?

Caras conhecidas vi algumas, mas ninguém de quem me lembrasse o nome.

- Tinha mais homens ou mulheres?

Homens? Mulheres? Não sei te precisar. Sei, sim, que tinha muitos animais.

- Animais? Qual tipo de animais?

Cachorros. Cães de ambos os sexos.

- Pequenos, médios ou grandes?

Cães de todos os tamanhos, várias cores e diversas raças.

- E as mulheres? Eram novas, bonitas, elegantes?

Todos os tipos de mulheres. E de homens, também. Tinha até umas bem ajeitadinhas, bonitinhas, graciosas.

- E você, claro, olhou para todas?

Sim e não.

- Como assim? Olhou ou não olhou?

Olhei para todas quantas me foram possíveis. Mas confesso que a maioria era formada por pessoinhas com muito menos idade das minhas sobrinhas.

- Então vamos mudar de conversa porque esse diálogo imaginário está ficando estranho.

Que nada. Diálogo imaginário é para isso mesmo. Para soltar a imaginação, viajar no tempo e no espaço.

- Que nada digo eu. Cabeça de homem quando se vê livre, solto na vida e sem compromisso é um perigo.

E só a cabeça de homem é que tem poder para imaginar coisas?

- Não. Claro que não.

Então não me vem com essa conversa machista de mulher mandona.

- O que? Conversa machista? Mulher mandona?

Sim, sim e sim.

- Não, não e não.

Por que não?

Ah... e você ainda pergunta por que?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968 e estudante de História na FMU/Liberdade/SP desde 1º. de fevereiro de 2013.

09/06/2013 22:23:01

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