Por quê? (326) – Em busca de um tema
Cláudio
Amaral
Meu relógio marcava 14h18
quando terminei de cumprir meu último compromisso profissional deste dia 10.
Sai, então, do banco onde fui
a pedido de um cliente muito especial, mais Amigo do que cliente, e rumei para
o Shopping Pátio Paulista, a menos de 200 metros dali.
Entrei e caminhei andar por
andar. Tal qual se não conhecesse o lugar. E, como não poderia deixar de ser,
acabei na Livraria Saraiva, uma das maiores e melhores que conheço.
Parei logo após a entrada e
pensei: Afinal, o que estou fazendo aqui?
Em segundos cheguei à
resposta: Estou em busca de um tema.
Sim. Queria um assunto para
esta minha crônica.
Em seguida, passei a
vasculhar com os olhos e as mãos as centenas, talvez milhares, de títulos
espalhados pelas prateleiras e bancadas todas.
O primeiro a chamar minha
atenção foi um livro de Ivan Martins: “Alguém especial – Crônicas de amor, sexo
& outras fatalidades”. Na apresentação estava escrito: “Leitura obrigatória
para homens sensíveis e mulheres espevitadas – ou seria o contrário?”.
Nem cheguei a abrir a obra,
porque logo meu olhar foi desviado para duas jovens bem jovens que se
acariciavam e se beijavam com afeto. Pensei estar enganado e também na
possibilidade de uma delas ser “um jovem”, mas logo imaginei: “Por que não?
Isso está cada vez mais comum”. E segui em frente, não sem antes acompanhar com
os olhos o caminhar de ambas.
Parei na banca de ofertas
especiais para o Dia dos Namorados e fiquei a admirar obras como “A Parada da
Ilusão”, de João do Rio; “Stela me Abriu a Porta”, de Marques Rabelo; “Amor”,
da encantadora e competente Clarice Lispector; “História de Amor em Cartas”, do
inesquecível poeta Carlos Drummond de Andrade; “Emanuel”, da inconfundível
Lygia Fagundes Telles; “História de Gente e Anjos”, de Lya Luft, de quem sou fã
ardoroso; “Amor é Prosa, Sexo é Poesia”, de Arnaldo Jabor, que sempre nos
tratou com deferência, a mim e à minha Sueli Bravos do Amaral.
Minha próxima parada foi
frente ao “Almanaque das Confederações do Mundo Inteiro”. Esta obra apresenta
ao torcedor brasileiro os escudos das 209 confederações filiadas à Fifa e
fichas das seleções nas Copas do Mundo e nas Copas das Confederações. E mais: o
calendário dos jogos que começam dia 15 no Brasil. Fantástico.
Passei também, mas nem perdi
meu precioso tempo, pela “história proibida” dos desgastados “tons de cinza”,
tão criticados pelos meus professores de História na FMU. E fui me demorar com obras
(em filmes) do peso e da riqueza de “As Máquinas da II Guerra Mundial – Os Nazistas”,
contra os quais meu saudoso sogro tanto se empenhou na Itália, como integrante
da Força Expedicionária Brasileira; “Os Ditadores do século 20”, da Rio Negro; “Hitler
e os nazistas” e “Marcha para Vitória a Caminho de Berlim”, ambos da Focus
Filmes.
Nem tive tempo para passar
pelos eletrônicos, nem pela papelaria, pois me encantei com mais uma obra do
meu cronista preferido: Ignácio de Loyola Brandão, que leio sempre nas páginas
do Caderno 2 do Estadão. Lá soube que ele está com uma obra nova, na categoria
Literatura Nacional/Biografias e Memórias: “Carlos Wizard – Sonhos Não Têm
Limites”. Quase comprei, mas, na dúvida, peguei o catálogo de ofertas e voltei
para casa, onde, com calma, pretendo escolher minhas novas aquisições. Desde, é
claro, que consiga tirar da cabeça o amor e o carinho das duas jovens que vi na
Saraiva.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro leitor?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968 e estudante de História na FMU/Liberdade/SP desde 1º. de fevereiro de 2013.
10/06/2013 18:23:24
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