Por quê? (136) O marzarzão


Cláudio Amaral

Acordo impreterivelmente às 6 horas da manhã.

Claro... às vezes um pouco antes.

Especialmente depois que meu relógio biológico se acostumou e minha mente assimilou que devo estar na Redação de A Tribuna entre 7h e 8h.

Acordado, esticado, necessidades fisiológicas feitas... vou para a janela da sala do apartamento que me abriga desde 1º de novembro de 2008.

Da janela, que ainda não tem cortina (e nem sei se um dia terá), vejo o mar.

O mar, não!

Vejo o marzarzão, como eu gosto de dizer.

Sinto-me imensamente feliz e tão privilegiado, que meu primeiro ato é fazer o sinal da cruz e agradecer:

- Obrigado, Senhor, por me permitir estar aqui.

- Obrigado, Senhor, por me permitir chegar até aqui.

Repito estas duas frases no meu ritual matutino junto ao mar.

Sim... porque todo dia (todo dia, não; quase todo dia), caminho algo em torno de 120 metros, rumo ao marzarzão, tiro os chinelos, ando sobre a areia até as águas do Oceano Atlântico e... com os pés molhados, repito...

- Obrigado, Senhor, por me permitir estar aqui.

- Obrigado, Senhor, por me permitir chegar até aqui.

Ato contínuo, rezo o Pai Nosso, três vezes a Ave Maria, lavo os pés num dos chuveiros públicos e caminho de volta ao apartamento 71 do Edifício Bambuí, na Rua Epitácio Pessoa, 555, praticamente na esquina do Canal 6.

Feito isto, nada mais poderá impedir que o meu dia seja repleto de alegria.

Nada mais.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional até o dia 1º/10/2008, quando entrou na Redação d’A Tribuna de Santos como Editor-Executivo.

13/12/2008 11:57:50

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