Por quê? (294) Only English
Cláudio
Amaral
Na ansia de voltar ao Brasil entendendo
e falando uma terceira língua melhor do que quando cheguei a Ashburn Village,
na Virgínia, Estados Unidos, fui conhecer o ESOL
Conversation Groups.
Trata-se de um grupo informal
de conversação para pessoas não nascidas no EUA e que desejam praticar o idioma
do Presidente Barach Obama.
A participação não exigiu
nenhuma inscrição prévia. Peguei o folheto de divulgação pela manhã e à noite
estava integrado a grupo de pessoas que eu nunca havia visto na vida.
Éramos 10 pessoas, entre
homens e mulheres: um polonês e uma polonesa, um koreano, um iraniano, uma peruana,
uma russa, uma indiana, uma chinesa, um brasileiro (eu, no caso) e o professor
Bob (Robert) Eland, voluntário da Ashburn Library.
A Ashburn Library é um instituição
oficial vinculada à administração estatal do condado local, o Loudoun County.
A primeira reunião aconteceu na
noite desta terça-feira, 17 de julho de 2012. E foi a mais informal possível.
Mesmo sabendo da
informalidade do encontro, preparei-me da melhor forma que me foi permitido. E
imaginando o que me poderia ser perguntado na ocasião, reli os principais pontos
da história do Brasil, principalmente o passado e o presente.
Pensei de antemão: vai que me
perguntam onde fica o Brasil, qual é nossa população, qual a extensão
territorial, quanto habitantes temos por quilômetro quadrado, quando deu-se a
descoberta do nosso País, quem foi o povo que nos descobriu, qual o valor do
nosso Produto Interno Bruto (PIB para os brasileiros e PPC para o povo que fala
o Inglês), qual a língua falada no Brasil?
Pensei mais: e se quiserem
saber qual é a posição do Brasil em relação ao nosso continente e a América do
Sul, se como país somos maiores ou menores do que a Argentina e o Chile, qual é
o clima no Brasil, quais as maiores cidades brasileiras, quantos municípios
existem no nosso território e quantos são os nossos Estados?
Na expectativa de ter
resposta para qualquer pergunta (um exagero, segundo minha filha), lembrei-me
de ter na ponta da língua qual é o nome da nossa moeda. Sim, porque depois de
mais de dois meses fazendo contas e compras apenas em dólar, poderia me faltar
a denominação do nosso rico realzinho.
Sabe você, caro leitor,
quantas destas perguntas me foram feitas? Acertou quem respondeu nem uma
sequer. Exatamente: nenhuma.
Meus parceiros de grupo
sequer me questionaram a respeito do Rio Amazonas, nem sobre a Floresta
Amazônica. E muito menos quiseram saber da riqueza da nossa diversidade
biológica e se no Brasil só macacos, tigres, onças e índios.
Falamos das nossas comidas e
restaurantes preferidos nos EUA, dos centros de compras que mais visitamos, de
passeios aos museus e outros pontos turísticos de Washington DC. E também de
esportes: futebol americano (que é bem diferente do que o brasileiro),
basquete, rugbi, vôlei, cricket, tênis e outros mais, incluindo as corridas de
automóveis.
E eu, claro, fiz questão de
falar do futebol brasileiro. De imediato, o professor Bob exclamou: “Pelé!”.
Sim, eu disse a ele, o atleta do século. E ele fez cara de espanto.
Aproveitando a deixa, falei
da minha maior paixão futebolística, o Sport Club Corinthians Paulista, o
glorioso Timão, o mais novo Campeão da América. Estufei o peito e falei. Falei
mesmo.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.
17/07/2012 22:59:11 em Ashburn Village, Virgínia, EUA
17/07/2012 23:59:11em Brasília
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