Por quê? (296) Um ano de vida nova
Cláudio
Amaral
Minhas Amigas e meus Amigos,
todos, conhecem bem o que se passou comigo no dia 29 de julho de 2011. Portanto,
neste 29 de julho de 2012, sinto-me completando um ano de vida. Um ano de vida
nova.
Tenho, na verdade, 62 anos. Seis
decênios mais dois anos de vida, com um acréscimo de sete meses e 26 dias. Para
simplificar eu diria 62 anos, sete meses e 26 dias.
Mas sinto-me como tendo
nascido há apenas um ano, no Hospital Sancta Maggiore, no bairro do Paraíso, em
São Paulo, pela mãos do Dr. Diogo Lins e equipe.
Dr. Diogo não é obstetra,
aquele tipo de profissional médico que tira o bebê do útero da mamãe. Não. Ele
é neuro-cirurgião. É o autor de um corte que abriu meu couro cabeludo de um
lado a outro. Começou atrás da orelha esquerda e foi até quase a minha testa,
do lado direito. Para costurá-lo foram necessários 30 pontos (ou um a mais ou
um a menos).
Desde então sou o maior fã do
Dr. Diogo Lins. Moço, ainda, estatura quase igual à minha (eu tenho 1,66 metros),
forte como eu (ou um pouquinho mais do que eu), pele morena, o neuro-cirurgião
que me operou é de uma competência sem igual.
Fiquei na mesa de operação
sob os cuidados dele e equipe por duas horas. Eu estava anestesiado, mas
imagino que o Dr. Diogo trabalhou na minha cabeça das 9 às 11 horas da manhã
daquela sexta-feira. E quando ele me deixou aos cuidados da equipe encarregada
dos últimos detalhes (inclusive os pontos), saiu da sala e foi dizer à minha
Sueli e à irmã dela, minha comadre Salete Philipson: “A cirurgia foi um sucesso”.
O alívio foi geral. As duas
estavam ansiosas, para dizer o mínimo. Meus filhos (Flávio, Mauro e Cláudia) se
apresentavam apreensivos. Principalmente a filha, que estava completando cinco
anos de casamento com Márcio Gouvêa e deveria ter viajado naquele dia,
exatamente, para os Estados Unidos, de onde escrevo estas linhas. O genro
embarcou, pois havia sido transferido da empresa em que trabalhava em São Paulo
para a matriz em Reston, na região de Washington DC, mas Cláudia e os filhos (e
nossos netinhos) Beatriz e Murilo ficaram em casa, dando apoio moral
(principalmente) e material para mim e Sueli.
Assim foi até que eu estivesse
recuperado, quase totalmente recuperado, pois ainda carecia de autorização para
dirigir (e só fui autorizado pelo Dr. Diogo oito meses depois, porque ele
achava que ainda havia risco de uma convulsão no trânsito, enquanto eu
estivesse ao volante).
Felizmente, tudo saiu a
contento. Nunca senti nada de diferente enquanto comandava meu possante Honda
Fit pelas ruas de São Paulo e quando ia e voltava de Santos. Ficaram,
fisicamente, apenas meia dúzia de buracos na cabeça. Buracos rasos, é bom que
se diga. Buracos que na maioria estão encobertos pelo couro cabeludo, graças a
Deus.
Tirando isso, os buracos,
quem não soube da minha cirurgia nada de anormal observa em mim. Hoje, é bom
que se diga, porque antes só eu não percebia que estava com dificuldade de me
lembrar até dos fatos mais recentes e que aconteceram na minha frente, na minha
cara e sob os meus olhos. Eu apresentava também dificuldade para raciocinar e
para expor meus pensamentos. Meu equilíbrio estava igualmente afetado desde os
tempos em que trabalhava na Redação d’A Tribuna de Santos.
Tudo começou a ser
esclarecido na presença de um outro médico muito competente: o Dr. Gentil
Silva, que, tal como o Dr. Diogo Lins e muitos outros, me atendem há cerca de
dois anos pelo Prevent Senior.
Alertado por Sueli, minha sócia
em tudo que fiz de bom há 42 anos, desde que nos conhecemos em Marília, Dr.
Gentil pediu exames cujos resultados indicaram que havia um tumor de seis
centímetros no alto da minha cabeça, logo abaixo do couro cabeludo. Ele
recomendou que fossemos procurar um neuro e enfatizou: “Um neuro-cirurgião”.
Por obra e graça de Deus
fomos levados à clínica do Dr. Diogo Lins, na Mooca. E lá, analisando os resultados
dos exames, ele nos disse no ato: “É caso de cirurgia e com urgência”. Tanto que
imediatamente ele acessou o sistema de agendamento do Prevent Senior e marcou a
tal cirurgia para a manhã de 29 de julho de 2011.
Apresentei-me no Hospital
Sancta Maggiore, na Rua Maestro Cardim, no Paraíso, às 5h45. Fiz todos os
procedimentos burocráticos, fui encaminhado a um apartamento e avisado que
seria chamado para o centro cirurgico às 11 horas. Sempre tendo ao lado a minha
Sueli. Ela estava apreensiva; eu, aparentemente tranquilo, apegado à minha fé
em Deus. Às 9 horas veio o aviso de que eu deveria me deixar ser levado para a
mesa. Lá, uma anestesista me deu um medicamento me que fez apagar em minutos.
Só acordei horas depois, já na UTI.
Dr. Diogo havia me dito,
antes da operação, que eu passaria três dias na Unidade de Terapia Intensiva e
mais dois dias no apartamento. Eu e Sueli, apenas. Fiquei somente 20 horas na
UTI, de sexta-feira para sábado, e uma noite no apê. No domingo, ao acordar, tomei
banho, vi a corrida da Fórmula 1 em companhia do meu Amigo Antonio Carlos Turra
e logo em seguida chegou o Dr. Franz Onishi, integrante da equipe do Dr. Diogo.
Assim que ele terminou de me examinar, perguntei: “Não tenho pressa, Dr.,
porque o importante é sair com saúde. Mas, o Sr. poderia me dizer quando terei
alta?” E ele, com a maior tranquilidade, me respondeu: “Em 15 minutos. Tão logo
eu preencha alguns papéis”.
Ainda tive tempo de almoçar e
em seguida tomei o rumo de casa. Eu, Sueli e minha querida irmãzinha Clélia, a
caçula. Em nosso lar fomos recepcionados pela Cláudia, Beatriz, Murilo, Mauro,
Vivian e Flávio. Foi uma alegria inenarrável, embora eu ainda estivesse me
sentindo feio, com a cabeça toda enfaixada. Mas dias depois estava tudo normal,
novamente.
Minha recuperação total foi
surpreendente, segundo médicos e familiares. Graças a Deus, aos Drs. Diogo e Gentil,
aos médicos e enfermeiras+enfermeiros da UTI e do centro de recuperação do
Hospital Sancta Maggiore e mais uma centena de profissionais, Amigas, Amigos e
familiares que me acompanharam e me apoiaram antes, durante e após a operação.
Entre todos foi marcante para
mim as atitudes de um Amigo do Interior de São Paulo agora vivendo há anos em
Brasília: Décio Miranda. Logo ele que este mês passou por delicada cirurgia em
torno do coração. Felizmente, ele já recebeu alta do Hospital Santa Helena do
DF e voltou para casa e para o convívio da família.
Sem esse povo todo minha
recuperação teria sido muito, muito, muito mais difícil. Física e mentalmente.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
27/07/2012 18:37:56 (horário de Brasília)
27/07/2012 17:37:56 (horário de Ashburn Village, Virgínia, EUA)
Comentários
Edson Rossi
Enviada: 29/07/2012 19:20
Cláudio,
parabéns pelo ‘segundo’ aniversário, um motivo de alegria também minha. Agora também eu posso fazer essa comemoração. Obrigado, meu amigo, por sua atenção, que acompanhei durante todo o tempo pelas informações da Eliane. Um abração a você, à Sueli e aos demais da família.
Décio
Enviada: 27/07/2012 21:10
Belo depoimento. Parabéns pela vida nova e que você possa comemorar muitos e muitos anos a mais.
Abraço
Graça
Enviada: 27/07/2012 20:38
Parabéns, Cláudio, por vencer mais essa. Nunca tive dúvida de que você é um vencedor. Abraço grande.
Conde
Ricardo Chiqueto escreveu:
Bom dia Claudio ... meu amigo Corintiano ... rsrsrsrs
Qto tempo? !! Fico muito feliz em saber que você está bem e comemorando uma nova etapa da sua vida!
Espero que a Sueli esteja bem tbm assim como toda família ....
Parabéns mais uma vez pelo exemplo que é pra todos nós, não só de luta e superação, mas tbm como amigo, companheiro, pai e avô que tenho certeza que é ... parabéns !!
Ps. Ainda bem que é Corintiano, agora compeão da Libertadores, pois assim eu posso reconhecer ao menos um defeito em você... kkkk
Um grande abraço ...
Seu amigo e instrutor de pilates
Ricardo!